13 de outubro de 2024

Britânico que ajudou esposa com doença terminal a tirar a própria vida ganha direito a receber herança

No Reino Unido, aqueles que acompanham parentes que optam pela eutanásia em lugares como a Suíça podem ser processados por assistência ao suicídio e receber até 14 anos de prisão. Suprema Corte de Londres
Site Oficial/Reprodução
Um britânico que ajudou a esposa com doença terminal a viajar para a Suíça para tirar a própria vida foi autorizado a ter acesso à herança dela após decisão da Suprema Corte de Londres, nesta sexta-feira (11).
Myra Morris morreu em dezembro de 2023, aos 73 anos, após autoadministrar uma overdose de pentobarbital na clínica Pegasos, em Liestal, na Suíça.
Ela sofria de atrofia multissistêmica, uma doença neurológica rara e degenerativa, sem cura conhecida, que a deixava com dores constantes.
Pela lei inglesa, por tê-la acompanhado, o marido, Philip, estava impedido de receber sua parte nos bens da mulher. Aqueles que acompanham parentes que optam pela eutanásia em lugares como a Suíça podem ser processados ​​no Reino Unido por assistência ao suicídio, o que é punível com até 14 anos de prisão.
Nesta sexta, o juiz William Trower afirmou, em sua decisão, que o homem tentou persuadir a esposa a não tirar a própria vida e, relutantemente, a ajudou por compaixão, acatando a defesa de Philip.
“Para uma mulher de tamanha beleza, inteligência, dignidade e graça, ser tão fisicamente incapacitada e dependente de outros tornou a vida intolerável para Myra. Eu estava desesperado para que Myra mudasse de ideia, mas ela estava firme em sua decisão de que queria ser digna até o fim, e é por isso que ela escolheu acabar com sua vida. Ela enfrentou um futuro que não queria”, disse o homem em depoimento como testemunha.
O caso destaca as dificuldades legais enfrentadas por pessoas com doenças terminais que desejam tirar a própria vida: Philip e Myra conversaram com um advogado antes de viajar para a Suíça, inclusive sobre se ele poderia ser processado.

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