12 de outubro de 2024

Rio Tapajós atinge 7cm em Santarém e meteorologista alerta sobre situação climática

De acordo com a meteorologista, até o começo de novembro o rio ainda continuará baixando. Seca transforma paisagem na comunidade Parauá, região ribeirinha de Santarém
Ascom PSA
A região do Tapajós enfrenta uma seca extrema, de acordo com os dados recentes da Defesa Civil, que mostram a escalada de redução do nível do rio. No boletim desta sexta-feira (11), a medição indicou que o Rio Tapajós está com apenas 0,07cm de volume, o menor índice registrado em décadas. O rio baixou 12cm em relação à medição de quinta-feira (10), quando a medição indicava 19cm.
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A baixa significativa do volume de água do rio em 24 horas está relacionada às temperaturas elevadas. a meteorologista Lucieta Martorano, que também é pesquisadora da Embrapa, devido às altas temperaturas, há evaporação da água do rio.
“A evaporação acontece devido ao calor do sol, que faz com que as moléculas da água se agitem e atmosfera suga de forma mais rápido toda aquela água”, explicou.
Segundo o boletim, em comparação com anos anteriores, a diferença é alarmante. No mesmo período em 2023, o nível estava em 0,60cm, 0,53cm acima da atual marca. Em 2015, o nível do rio era de 3,44m, uma diferença de 3,37m em relação ao cenário atual. Mesmo em 2010, quando já se notava uma baixa significativa, o nível do rio era de 1,38m, 1,31m acima do registrado em 2024. A cota de alerta para seca do rio é de 2,10m, ultrapassada há mais de 1 mês.
Além dos impactos econômicos e sociais, como a interrupção do transporte escolar fluvial e prejuízos à pesca, a meteorologista Lucieta Martorano ressalta que esse fenômeno está diretamente ligado às mudanças climáticas.
“As condições extremas de seca que estamos observando na bacia do Tapajós são, em parte, consequência do aumento das temperaturas globais e da alteração nos padrões de precipitação”, explicou. Segundo ela, há uma combinação de fatores climáticos que vem intensificando a escassez de chuvas na Amazônia, afetando o regime dos rios.
Ela também destacou que o fenômeno El Niño, presente neste ano, contribui para a intensificação da seca e também que não há previsão de chuva pelo próximos 15 dias. “O El Niño provoca uma diminuição nas chuvas em várias partes da Amazônia, o que, somado às mudanças climáticas, agrava ainda mais a situação do Rio Tapajós”, acrescentou.
Ainda de acordo com a meteorologista, até o começo de novembro o rio ainda continuará baixando.
A Defesa Civil está monitorando a situação e mobilizando ações emergenciais em várias comunidades ribeirinhas.
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