12 de outubro de 2024

Justiça libera que Gil Rugai, condenado por matar o pai e a madrasta, fique mais tempo na rua para cursar faculdade à noite em Taubaté, SP

Ele foi solto em agosto deste ano e uma das condições para manter o benefício do regime aberto era o retorno para casa às 20h. Agora, nova decisão da Justiça permite que ele volte para casa até às 23h em dias letivos, para poder estudar. Imagem de arquivo – Gil Grego Rugai, condenado pelo assassinato de seu pai, Luiz Carlos Rugai, e sua madrasta, Alessandra de Fátima Troitino.
Leonardo Benassatto/Futura Press/Estadão Conteúdo
Condenado a mais de 30 anos de prisão pela morte do pai e da madrasta, Gil Rugai, que foi solto em agosto deste ano, terá o horário de retorno para a casa flexibilizado para poder participar das aulas da faculdade em Taubaté, no interior de São Paulo.
A decisão foi tomada na tarde desta sexta-feira (11) e foi assinada pela juíza Bárbara Araujo Machado Bomfim, da Vara de Execuções Criminais de Taubaté. Inicialmente, Gil deveria voltar para a casa às 20h. Com a nova decisão, o horário limite é às 23h.
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A medida, no entanto, só é válida para os dias letivos do ano, em que Gil terá aulas na faculdade. Ele deverá comprovar a frequência nas aulas.
“Ademais, o executado deverá apresentar boletim de assiduidade e aproveitamento, mensalmente, a fim de demonstrar aproveitamento, ficando proibida sua presença em locais incompatíveis com o ambiente escolar e seus objetivos, sob pena de revogação”, diz trecho da decisão.
O pedido havia sido feito pela defesa de Gil Rugai logo depois que ele recebeu a progressão para o regime aberto. Antes da decisão desta sexta-feira, a Justiça havia consultado a faculdade onde ele estuda para saber se havia a possibilidade dele estudar no período da manhã ou na modalidade à distância.
O g1 acionou a defesa de Gil Rugai, que disse que não vai se manifestar sobre o assunto.
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Rauston Naves/g1
Regime aberto
A decisão que concedeu a progressão para o regime aberto a Gil Rugai foi assinada pela juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, do Departamento Estadual de Execução Criminal, da comarca de São José dos Campos. O alvará foi cumprido e Rugai estava liberado desde o dia 14 de agosto.
Com a decisão, Gil Rugai deixou a Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, a P2, conhecida como ‘presídio dos famosos’, em Tremembé (SP), às 16h27. Ele esperava apenas a chegada de parentes para deixar a cadeia. Um vídeo mostra o momento em que Rugai deixou a prisão de carro, veja:
Vídeo mostra momento em que Gil Rugai deixa o presídio de carro em Tremembé, SP
O crime
O Tribunal do Júri, em 2013, condenou Gil Rugai a 33 anos e nove meses de prisão pelos homicídios dos publicitários Luiz Carlos Rugai e Alessandra de Fátima Troitino, pai e madrasta de Gil.
Na época, a defesa do réu queria anular o júri que o condenou e marcar um novo julgamento. Em 2020 o Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, manteve a condenação definitiva, e o caso passou à condição de transitado em julgado, onde não é mais passível de recursos.
Luiz Rugai e Alessandra Troitino foram mortos em 2004 em São Paulo
Reprodução/Arquivo pessoal
O crime foi cometido em 28 de março de 2004. O casal foi encontrado baleado e morto à época na sede da agência de publicidade que funcionava na casa onde morava em Perdizes, Zona Oeste da capital. Luiz tinha 40 anos de idade e Alessandra, 33. Rugai tinha 20 anos na época.
A Polícia Civil e o MP acusaram o Gil de matar as duas vítimas a tiros depois que seu pai descobriu que o filho desviava dinheiro da empresa. Gil Rugai, que também trabalhava no local, sempre negou o crime.
Luiz foi baleado com seis tiros: um deles o atingiu nas costas e outro na nuca. Alessandra foi atingida por cinco disparos.
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