Com a pergunta ‘De qual sonho você desistiu?’, as pessoas escrevem cartas para si mesmas, e algumas delas são lidas pelos organizadores nas redes sociais. Histórias são inspiradoras. Cariocas escrevem cartas anònimas com relatos sobre a vida
Dois influenciadores decidiram fazer uma pergunta para pessoas estranhas na rua: “de qual sonho você desistiu?”. Com o questionamento, Max Be e Lucas Romualdo criaram uma campanha de cartas anônimas na saída do metrô, no Largo da Carioca, Centro do Rio.
Uma barraquinha com um cartaz, papéis e canetas. É assim que diversas pessoas tiram alguns minutos do dia para fazer a reflexão e desabafar em uma carta endereçada a si mesmas.
“É uma pergunta que eu venho fazendo para mim há algum tempo, há uns 2 anos. E tentando replanejar a minha vida baseada nessa pergunta, não somente de qual foi o sonho que eu desisti ,mas quais eu tenho que trabalhar em mim”, diz a cantora Luzinete Conceição Rodrigues.
O questionamento traz à tona muitas memórias.
“Lembrei de quando eu tava no abrigo ou na rua, quando eu tava sem ninguém. Sou nascido e criado sem pai e sem mãe, mas lembrei primeiramente que ainda tem ser humano com amor no coração. Para uma pessoa se prontificar a botar no centro da cidade e perguntar do seu sonho perdido, é que a pessoa pensa em você”, declara o MC James Santa Ferreira.
Campanha de cartas anônimas viraliza no Rio
Reprodução/TV Globo
Há também aqueles que respondem para dizer que tá tudo bem e sobre escolhas certas na vida.
“Há algum tempo atrás eu sonhava em ter uma vida digna, ser visto pela sociedade como um cidadão, uma pessoa normal porque eu era um morador de rua. Hoje eu tenho uma família, graças a Deus, e consegui dar a volta por cima”, conta o cozinheiro Antônio Carlos Varelli.
O administrador José Silva de Souza lembrou dos 11 anos em que passou dependendo de hemodiálise para sobreviver. Aos 74 anos, após um transplante de rim, ele enxerga a vida de forma diferente.
“Sonhar é possível e realizar é mais ainda. Depois que eu transplantei, eu fiquei mais realizado. Hoje estou com 74 anos e terminando a faculdade de Jornalismo para poder realizar o sonho da minha mãe e escrever minha história”, conta o idoso.
Campanha de cartas anônimas viraliza no Rio
Reprodução/TV Globo
O material captado fica registrado no celular, e os organizadores levam algumas histórias para as redes sociais – onde, em duas semanas acumularam mais de 15 milhões de views em duas plataformas diferentes.
Para eles, a proposta é um experimento social.
“É um espaço de acolhimento também e de empatia com essas pessoas que estão ali a serviço do seu desabafo, das suas histórias e isso é importante para a gente”, destaca Lucas.
A ideia veio de uma experiência semelhante nos Estados Unidos e foi adaptada para a realidade carioca.
“Temos recebidos relatos até online. A gente viu que o carioca e o brasileiro querem se expressar, desabafar, e tô feliz de dar uma plataforma para elas se expressarem dessa forma”, conclui Max.