13 de outubro de 2024

Médico e enfermeira condenados pela morte de vendedora, em São José dos Campos, são presos no Sul de Minas Gerais

Crime aconteceu em 2017 e a condenação ocorreu em setembro do ano passado. Em 2023, os dois chegaram a ser presos, mas conseguiram liberdade provisória na Justiça e foram soltos. Agora, eles voltaram a ser presos. Médico e ex-companheira condenados pela morte de vendedora Jaqueline Barros.
Reprodução
A Polícia Civil informou que prendeu, na manhã deste sábado (12), o médico Gustavo André da Costa de Sá e a enfermeira Camila Faria Minamissawa, em Pouso Alegre, no Sul de Minas Gerais. Os dois foram condenados há um ano pela morte da vendedora Jaqueline Barros, em São José dos Campos (SP), e estavam em liberdade provisória.
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A prisão de Gustavo e Camila acontece após uma decisão da Justiça nesta sexta-feira (11) determinar a captura da dupla.
No documento, o juiz Milton de Oliveira Sampaio Neto, da Vara de Execuções Criminais de São José dos Campos, argumenta que a prisão é motivada por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) de que condenados pelo júri devem cumprir a pena imediatamente, mesmo que ainda possa recorrer a outras instâncias na Justiça.
Ainda segundo o juiz, o Corregedor Nacional da Justiça determinou que os juízes adotassem providências rápidas para cumprir a orientação do STF.
Neste sábado, a Polícia Civil cumpriu os mandados de prisão contra Gustavo André da Costa de Sá e a ex-companheira dele, Camila Faria Minamissawa. Os dois foram presos e levados para a carceragem. Ainda não foi divulgado para qual presídio eles devem ser encaminhados.
Ao g1, o advogado de defesa Ary Bicudo, que representa os réus Camila e Gustavo, confirmou a prisão dos clientes e informou que vai tomar as medidas cabíveis a partir de segunda-feira, em razão do feriado.
Médico, ex-companheira e amiga são condenados por morte de vendedora
Liberdade provisória
Em setembro de 2023, o Tribunal de Justiça concedeu liberdade provisória para o médico Gustavo André da Costa de Sá e enfermeira Camila Faria Minamissawa, menos de duas semanas após serem condenados e presos pela morte da vendedora Jaqueline Barros, que foi assassinada em 2017 em São José dos Campos.
A enfermeira Camila Faria Minamissawa, que era companheira do médico na época do assassinato, e que foi condenada a 20 anos de prisão em regime fechado, cumpria pena na Penitenciária 1 de Tremembé, mas foi solta no dia 21 de setembro.
Já o médico Gustavo André da Costa de Sá, condenado a 32 anos e 6 meses de prisão por mandar matar a ex-esposa Jaqueline Barros, cumpria a pena na Penitenciária 2 de Tremembé (SP) e foi solto também no dia 21 de setembro de 2023.
A defesa de Gustavo e Camila alegou no pedido de soltura que ambos estavam sofrendo um constrangimento ilegal. O advogado disse ainda, na época, que ambos são réus primários, sem antecedentes criminais, com ocupação lícita e família constituída.
Na decisão, o desembargador Mário Devienne Ferraz afirmou que não cabia a execução provisória da pena antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. Ou seja, Gustavo e Camila deviam permanecer em liberdade até o esgotamento de todos os recursos da defesa.
A dupla estava detida desde o dia 13 de setembro, quando foram condenados juntamente com Jéssica Cristina Viana, que também era ré no processo por ter indicado o assassino para matar a vendedora. Jéssica, porém, foi condenada a 8 anos de prisão e cumpre a pena em regime semiaberto, com uso de tornozeleira e restrições.
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Arquivo pessoal
O crime
Jaqueline, que tinha 28 anos e era ex-esposa de Gustavo, foi morta a tiros no dia 8 de maio de 2017, na loja em que trabalhava, no bairro Jardim Esplanada, área considerada nobre da cidade.
Para a polícia, Jaqueline Barros foi morta por causa de uma disputa judicial em um processo de divórcio. A vítima era dependente financeira do marido e havia conseguido uma pensão alimentícia. A dívida do médico com a vítima era de R$ 30 mil.
Imagens da câmera de segurança mostram o momento em que o assassino, Maycon de Jesus, chega ao local.
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Ainda segundo as investigações, Gustavo contou a intenção de matar Jaqueline para sua companheira na época, Camila Faria Minamissawa, que pediu ajuda à sua colega de trabalho Jéssica Cristina Viana – as duas também são julgadas nessa semana, junto com Gustavo.
Jéssica, então, apresentou a Gustavo sua prima, Ana Claudia de Costa Lima, e o companheiro dela, Maycon Wesley da Silva de Jesus – executores do crime e que já foram condenados.
De acordo com o depoimento de Jéssica durante o júri, ela receberia R$ 2 mil por organizar o crime. O médico pagaria ainda R$ 5 mil para quem efetuasse os disparos.
Com o plano estabelecido, Gustavo foi até Campos do Jordão, onde moravam Jéssica, Ana Cláudia e Maycon, dar carona ao trio e levá-los à São José dos Campos , onde o crime aconteceu.
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Em frente à loja, Maycon caminhou em direção a Jaqueline e disparou três vezes. Dois dos tiros atingiram o rosto da vítima, que não resistiu e morreu.
Depois da execução, Gustavo levou o trio de volta a Campos do Jordão e retornou sozinho para São José, cidade onde morava. Durante a carona, Maycon devolveu ao médico a arma usada no assassinato.
No mesmo dia do crime, ainda segundo a acusação, Gustavo forjou uma tentativa de homicídio, ao atirar contra o próprio abdômen. Para a promotoria, a ideia dele era simular uma tentativa de homicídio e forjar um álibi.
A arma encontrada foi a mesma usada no crime e foi localizada pela polícia no telhado da casa do médico.
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