13 de outubro de 2024

Estudante de design da UFMG desenvolve caixa que aumenta segurança no transporte de órgãos para transplantes

Wallace Terra criou o projeto em um ano, que foi o tema escolhido pelo universitário para o TCC. Atualmente, 44.691 pessoas na fila por um transplante no país. Protótipo de caixa para transportar órgãos
Jebs Lima/UFMG
No Brasil, 44.691 pessoas estão à espera de um transplante de órgão. Desse total, 59% são homens e 41%, mulheres.
Minas Gerais é o segundo estado com maior número de pessoas que esperam pela cirurgia, ficando atrás de São Paulo, com 21.564 pacientes.
Uma invenção do estudante de design da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Wallace Terra, de 27 anos, pode ajudar a agilizar o transporte de órgãos e ainda aumentar a segurança do processo.
Segundo ele, o objetivo do produto é resolver uma dificuldade médica na hora de transportar órgãos, já que o modelo atual não oferece segurança total.
“Eu encontrei a temática de transporte de órgãos e, como o irmão de um amigo veio a falecer, por causa de um transplante de medula óssea, foi o ponto de encontro entre o design e o problema no transporte”, contou.
A partir daí, o jovem desenvolveu um protótipo, impresso em 3D. O produto final foi feito em polipropileno (termoplástico). A parte interna é de silicone. Ela ainda tem uma solução aquosa que, juntamente com o gelo, ajuda a preservar ainda mais os órgãos a serem transplantados. (veja mais abaixo)
O projeto foi o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do estudante. Ele foi iniciado no segundo semestre de 2022 e finalizado no primeiro de 2023.
“Pensei em como eu poderia desenvolver um trabalho para impactar, entregar algo [de bom] para o mundo”, definiu.
Wallace Terra estuda design na UFMG
Jebs Lima/UFMG
A caixa
De acordo com Terra, a caixa tem dois conjuntos de três rodas triangulares para facilitar a movimentação em elevações, como em escadarias, por exemplo.
Além disso, a alça é adaptável e pode ser usada como trava e para puxar a caixa, que ainda pode ser levada verticalmente ou horizontalmente, o que é mais ergonômico, disse o inventor.
A parte interna tem uma bolsa de silicone com filamentos com bolhas de ar nas pontas.
“Quando o órgão é colocado na bolsa, ela suspende e, por causa das bolhas de ar, o órgão fica mais protegido quando a caixa balança, não causando impacto, diminuindo a taxa de estresse e aumentando a aceitação do órgão no receptor”, explicou.
Custo e patente
Bolsa de silicone com filamentos na parte interna da caixa
Jebs Lima/UFMG
Wallace Terra disse ao g1 que a caixa ainda não tem estimativa de custo, porque é preciso encontrar uma empresa parceira para promover o protótipo.
A ideia já foi patenteada pela Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) da UFMG.
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