14 de outubro de 2024

Alaíde Costa grava com Maria Bethânia para o álbum em que canta Dalva de Oliveira com grandes instrumentistas

Previsto para 2025, disco celebra os 90 anos da artista e reúne músicos do naipe de Amaro Freitas, João Camarero, Antonio Adolfo, Guinga e Zé Manoel. Maria Bethânia (à esquerda) e Alaíde Costa posam no estúdio da gravadora Biscoito Fino, no Rio de Janeiro, após a gravação de ‘Ave Maria no morro’
Thiago Marques Luiz / Divulgação
♫ NOTÍCIA
♪ Cantoras de gerações e universos musicais distintos, Alaíde Costa e Maria Bethânia sempre foram unidas pela devoção a Dalva de Oliveira (5 de maio de 1917 – 30 de agosto de 1972), estrela da era do rádio. Com lâmina afiada, a paulista Dalva rasgou corações com os agudos da cristalina voz de soprano que ecoou pelo Brasil em tom melodramático ao longo dos anos 1950.
Nessa década áurea da estrela, a carioca Alaíde cruzou com Dalva de Oliveira nos corredores da Rádio Nacional, palco da consagração de Dalva.
Intérprete que despontou em 1965, após o apogeu do rádio, Bethânia já fez 12 incursões pelo repertório da antecessora em discos lançados ao longo de 60 anos de carreira, sendo a segunda cantora que mais gravou o repertório de Dalva, perdendo somente para Angela Maria (1929 – 2018), outra estrela da era do rádio que dedicou álbum em 1997 ao repertório da colega, Pela saudade que me invade – Um tributo a Dalva de Oliveira.
Na manhã de sábado, 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, a adoração de Dalva de Oliveira por Maria Bethânia levou a cantora baiana ao estúdio da gravadora Biscoito Fino, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), para gravar Ave Maria no morro (Herivelto Martins, 1942) em dueto com Alaíde Costa.
No estúdio, Alaíde presenteou Bethânia com uma cópia da edição em LP do álbum A cantora do Brasil, lançado por Dalva em 1967 com a marcha-rancho Máscara negra (Zé Kétti e Pereira Matos, 1966), apresentada pela artista em single editado em 1966. Ao aceitar o presente, Bethânia pediu a Alaíde uma dedicatória na capa do LP, sendo prontamente atendida.
Por admirar Alaíde Costa há anos, Bethânia aceitou de imediato o convite da cantora para gravar Ave Maria no morro.
Maria Bethânia (à esquerda) e Alaíde Costa gravam ‘Ave Maria no morro’ (1942) com o violonista João Camarero, ás das sete cordas
Thiago Marques Luiz / Divulgação
Música lançada por Dalva de Oliveira quando ela integrava o Trio de Ouro com Herivelto Martins (1912 – 1992) e Nilo Chagas (1917 – 1973), Ave Maria no morro é uma das 16 composições selecionadas por Alaíde Costa para o álbum com que a cantora festejará 90 anos de vida em 2025.
Gravar um disco com o repertório de Dalva de Oliveira era um sonho de Alaíde Costa, realizado pelo produtor Thiago Marques Luiz, empresário da cantora há 20 anos.
No disco, já em fase final de produção (falta somente gravar três das 16 faixas) e previsto para ser lançado no primeiro semestre de 2025, Alaíde Costa canta Dalva de Oliveira com o toque de grandes instrumentistas, geralmente pianistas ou violonistas. O dueto com Maria Bethânia em Ave Maria no morro, por exemplo, ganhou a trama das sete cordas do violão de João Camarero.
O pianista Antonio Adolfo é o músico convidado da gravação de Errei, sim (Ataulfo Alves, 1950). O violão de Guinga será ouvido em Bom dia (Herivelto Martins e Aldo Cabral, 1942), samba-canção lançado por Linda Batista (1919 – 1988) e regravado por Dalva no álbum É tempo de amor (1968).
O pianista Gilson Peranzzetta toca em Distância (Marino Pinto e Mário Rossi, 1953). Já o também pianista Zé Manoel faz duo com Alaíde no registro melancólico da marcha Tatuado (Klecius Caldas e Armando Cavalcanti, 1957).
Maria Bethânia (à esquerda) e Alaíde Costa posam com Thiago Marques Luiz, produtor do disco em que Alaíde canta o repertório de Dalva de Oliveira (1917 – 1972)
Paulo Henrique de Moura / Divulgação
O violonista e guitarrista Roberto Menescal é o convidado de Sebastiana da Silva (Rômulo Paes, 1951), música que exemplifica a opção de Alaíde Costa de ir além dos sucessos de Dalva no repertório do disco.
Já o pianista Amaro Freitas toca na gravação da marcha-rancho Bandeira branca (Max Nunes e Laércio Alves) e no tango tornado bolero El dia que me quieras (Carlos Gardel e Alfredo Le Pera, 1934), gravado por Dalva em 1961 em versão em português de Haroldo Barbosa (1915 – 1979).
Todos os instrumentistas aceitaram de imediato os convites feitos a eles por Alaíde, cantora que fará reluzir em 2025, neste disco já histórico pela própria natureza, o brilho eterno da estrela Dalva de Oliveira, paixão em comum de Alaíde Costa e Maria Bethânia.
Maria Bethânia (à esquerda) ganha de Alaíde Costa uma cópia da edição em LP de álbum lançado em 1967 por Dalva de Oliveira (1917 – 1972)
Thiago Marques Luiz / Divulgação

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