15 de outubro de 2024

Com 537 mil ainda sem luz na Grande SP, Enel tem pátios cheios de carros parados nesta segunda-feira, 3° dia de apagão

Em entrevista ao Bom Dia SP durante a manhã, o diretor de operações da Enel, Dárcio Dias, justificou que “há uma equipe grande da Enel entrando agora no turno da manhã para fazer os atendimentos”. Pátios da Enel lotados de carros na manhã desta segunda-feira (14) na cidade de São Paulo.
Reprodução/TV Globo
Com mais de 537 mil ainda sem luz na Grande São Paulo, o helicóptero da TV Globo flagrou seis pátios da empresa de energia Enel cheio de carros e caminhões que deveriam estar fazendo atendimento da população afetada na manhã desta segunda-feira (14).
Os flagrantes foram feitos nas unidades da Enel nos seguintes endereços:
Avenida de Pinedo, 906 – Socorro, Zona Sul
Avenida Inajar de Souza com Rua Doutor Elviro Carrilho – Freguesia do Ó, Zona Norte
Rua Vinte e Cinco de Janeiro – Luz, Centro
Avenida Imperador, 2607, Jardim São Carlos – Zona Leste
Rua Catumbi, 1354, Brás – Centro
Avenida Gustavo x Rua Canápolis, Vila Medeiros, Zona Leste
Em todos eles foram encontrados centenas de carros e caminhões da concessionária parados. Apenas na unidade da Freguesia do Ó, na Zona Norte, foi presenciado seis caminhões saindo para trabalhar e atuar nas ruas da cidade, no momento do sobrevoo.
Em entrevista ao Bom Dia SP durante a manhã, o diretor de operações da Enel, Dárcio Dias, justificou que “há uma equipe grande da Enel entrando agora no turno da manhã para fazer os atendimentos”.
Ele também afirmou que a empresa opera com veículos por turno, onde a equipe da manhã e da tarde, por exemplo, não precisem retornar para a base para que o turno seguinte possa começar a trabalhar.
“Como a gente planeja as operações, as equipes do turno vigente, e hoje a gente aumentou muito as equipes do turno vigente, funcionários de folga. Todos estão operando. Cada técnico que tem condição de contribuir está em campo ou no centro de operações, atuando para que isso aconteça [reparação rápida do sistema]”, disse Dias.
Pátio da Enel na Zona Norte de São Paulo na manhã desta segunda-feira (14).
Reprodução/TV Globo
“Agora, como a gente planeja essa operação de tal forma para que não haja de uma equipe aguardar a outra retornar até a base pra trocar e pegar outro veículo. Então, a hora que você sobrevoa as bases da Enel, você vai verificar que são os veículos dos turnos da tarde e da noite”, completou.
“Se você passar no período da tarde, os veículos da manhã já terão retornado. Então, você vai ter os veículos da manhã e os da noite. Então, a gente atua de fporma para que haja uma condição de mobilizar todo o retorno e colocar todo ele em campo e permitir que o turno da sequência tenha condição de ir a campo também, sem a necessidade de retornar”, afirmou o diretor da Enel.
Dárcio Dias não deu uma previsão para o retorno total da energia na capital e na Grande São Paulo. Mas disse que os reparos que precisam ser feitos são complexos e demorados.
“São equipes pesadas que vão ter que fazer esse papel [de conserto das redes]. Não são reparos simples que tem que ser feito. São reparos amplos, com substituição de postos, grande volume de cabos. E até equipamentos vão precisar ser substituídos. Em função dessa complexidade, há uma dificuldade da gente conseguir atender rapidamente a todas as situações”, afirmou.
537 mil imóveis sem luz
Prédios sem luz
Ariana Cubillos/ AP
A Enel informou que 537 mil imóveis de cidades da Grande São Paulo ainda continuavam sem energia elétrica até as 05h40 desta segunda-feira (14), terceiro dia de apagão.
Segundo a empresa, cerca de 354 mil desses endereços sem luz estão na capital paulista, enquanto os demais estão em cidades como Taboão da Serra, Cotia, São Bernardo do Campo, na Grande SP.
Na cidade de São Paulo, os bairros mais afetados neste momento são Jabaquara, Campo Limpo, Pedreira e Jardim São Luís, afirmou a concessionária.
Endereços sem luz na Grande SP
São Paulo – 354 mil imóveis
Cotia – 36,9mil imóveis
Taboão da Serra – 32,7 mil imóveis
São Bernardo do Campo – 38,1 mil imóveis
A falta de energia ocorre após um temporal ter atingido o estado de São Paulo na última sexta-feira (11). Segundo a Defesa Civil, sete pessoas morreram na Região Metropolitana e no interior do estado (veja mais abaixo).
Ainda conforme a Enel, até as 05h40 desta segunda (14), cerca de 1,5 milhão de clientes tiveram o serviço normalizado. “A companhia segue trabalhando para restabelecer o fornecimento”, diz a empresa.
“Até as 5h40 de hoje, 1,5 milhão de clientes tiveram o serviço normalizado. A companhia segue trabalhando para restabelecer o fornecimento para 537 mil clientes impactados. As equipes em campo receberam reforço do Rio e Ceará e de outras distribuidoras”, disse a empresa.
“Após o vendaval de até 107km/h que atingiu a capital e a região metropolitana na última sexta-feira, reforçamos nossas equipes em campo, deslocamos técnicos do Rio e do Ceará e estamos recebendo apoio de outros grupos de distribuição”, completou a Enel.
Restaurante na Henrique Schaumann atende clientes a luz de velas
Rodrigo Rodrigues/g1
Segundo o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, a Enel não cumpriu o plano de contingência para eventos climáticos extremos e colocou menos funcionários em campo do que o esperado após a tempestade que atingiu São Paulo.
“A percepção que nós temos a respeito da recuperação do serviço é que ela [Enel] de fato não tem atendido todas as expectativas com relação ao ano passado. Claro que esses números precisam ser melhor decurados, porque agora temos uma quantidade de consumidores muito grande que estão interrompidos em função do evento. E há outros consumidores que tem ausência do seu serviço por questões da rotina diária do serviço de distribuição”, afirmou Feitosa em coletiva de imprensa neste domingo (14).
O presidente da Enel Distribuição São Paulo, Guilherme Lencastre, informou neste sábado (12) que a empresa não tem previsão de retomada total do fornecimento de energia na Grande SP.
“Não é questão de não saber e não passar. E não quero colocar uma expectativa que seja frustrada. (…) A gente tem consciência do transtorno causado por eventos como esse e sabemos da nossa responsabilidade. Vamos trabalhar de forma incansável para reconectar todos os nossos clientes”, declarou.
O presidente da Enel Distribuição São Paulo, Guilherme Lencastre.
Reprodução/TV Globo
O presidente da Enel também afirmou que a empresa disponibilizou 500 geradores para atender hospitais e estabelecimentos que estão sofrendo com a falta de luz na região de concessão, além de ter dois helicópteros da empresa sobrevoando as linhas de transmissão para identificar eventuais problemas.
Lencastre culpou o vento histórico que atingiu a capital paulista e as cidades da Grande SP, com rajadas de mais de 107,6km/h pelos transtornos ocorridos na cidade.
Horas no escuro
O temporal que atingiu a Grande São Paulo na noite desta sexta-feira (11) ocorreu por volta das 19h30. Conforme o g1 publicou, moradores de várias cidades da Grande SP e de vários bairros da capital paulista narraram que estavam há mais de 50 horas sem luz.
Eles narraram muitas dificuldades para tentar falar com a Enel para abrir chamado e tentar uma previsão de restabelecimento da energia elétrica.
Rua de bares em Pinheiros sem luz, mas com clientes
Fábio Tito/g1
O presidente da empresa afirmou que a central telefônica da empresa recebeu mais de 1 milhão de chamados desde a noite anterior e está ampliando a capacidade de atendimento.
Por ora, a Enel diz que os canais mais recomendados pela empresa para o contato dos usuários são os seguintes:
SMS: envie gratuitamente mensagem de texto do seu celular para o número 27373 com a palavra luz e o número da instalação que está sem energia. exemplo: luz 012345678.
Pelo aplicativo da Enel, site enel.com.br e whatsapp: (21) 99601-9608.
Sete pessoas morreram em consequência do temporal em SP
Abastecimento de água
A falta de luz na Grande SP ainda afeta o abastecimento de água em várias cidades da região nesta segunda (14), segundo a Sabesp.
Segundo a empresa, a interrupção do fornecimento de eletricidade afeta o funcionamento de estações elevatórias e boosters, equipamentos que transportam a água para locais mais altos.
Com isso, o abastecimento de água pode ser afetado nas seguintes regiões:
CAPITAL: Americanópolis, Vila Clara, Capão Redondo (parte), Pirajussara (parte), Jardim Mimás, Jardim Aeroporto, Jardim Antártica, Jardim Peri, Jardim Peri Alto e Jardim Santa Cruz;
COTIA: Jardim Atalaia;
SANTO ANDRÉ: Jardim São Gabriel, Jardim Santo André, Jardim Marek, Jardim Santo Antônio de Pádua e Cidade São Jorge;
CAJAMAR: Jordanésia;
EMBU DAS ARTES: Jardim Vila Alegre;
MAUÁ: Zaíra, Vila Tavares, Sítio Bela Vista, Jardim Cruzeiro, Jardim São Gabriel, Jardim Miranda D’Aviz, Jardim Paranavaí, Jardim Alto da Boa Vista, Jardim Zaíra-Macuco, Jardim Zaíra, Parque das Américas
Ventania na região da Bela Vista, em SP
Mortes e estragos da sexta
Na contagem feita até o início da tarde deste sábado (12), sete pessoas morreram no estado de SP em virtude das chuvas. Três delas em Bauru, no interior, e quatro na Região Metropolitana:
Bauru: três mortes após queda de muro;
São Paulo: uma morte após queda de árvore no bairro Campo Limpo;
Diadema: uma morte após queda de árvore;
Cotia: duas mortes após queda de muro.
Queda de poste na Avenida Morumbi, Zona Sul de SP
Confira mais fotos e vídeos do temporal:
Ventania derrubou teto de casa no Jardim Independência, em São Bernardo do Campo, Grande SP, na noite desta sexta-feira (11).
Montagem/g1/Acervo pessoal
Queda de árvore na Avenida Lauro Gomes, em Santo André, na Grande São Paulo
Abraão Cruz/Reprodução
Tempestade atinge São Bernardo do Campo nesta sexta-feira (11)
Thomaz Banhara Kravezuk
Queda de árvore na Rua Kaoro Oda, perto da Subprefeitura do Butantã e do Metrô Vila Sônia, na Zona Oeste
Arquivo pessoal
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Queda de árvore na Rua Jureia com a Rua Luís Góis
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