18 de outubro de 2024

Representantes da Liga Árabe no Brasil voltam a condenar ataques de Israel ao Líbano e pedem cessar-fogo na região

Conselho de Embaixadores Árabes também pediu fim da guerra entre os países. Além disso, pediu um posicionamento da ONU em relação ao conflito. O Conselho dos Embaixadores Árabes no Brasil e a Liga Árabe voltaram a condenar nesta quarta-feira (16) os ataques de Israel no Líbano. O grupo também pediu um cessar fogo na guerra.
“A reunião expressou sua condenação à agressão israelense contra o Líbano, afirmou sua total solidariedade com o governo e povo libanês”, afirmou em nota o Conselho de Embaixadores.
O encarregado de negócios da Embaixada do Líbano, George El Jallad, pediu um fim aos ataques.
“O governo libanês vem pedindo sem descanso por um cessar fogo. Encerrar essa guerra é de interesse regional e internacional, já que a continuação das ações israelenses pode levar a uma guerra ampla com repercussões desastrosas em todos os estados vizinhos”, disse Jallad.
Nesta terça-feira (15), a agência da ONU para refugiados (Acnur) afirmou que cerca de 25% de toda a população do Líbano está sob ordem de evacuação de Israel.
A ofensiva de Israel no Líbano começou há quase um mês – no dia 20 de setembro.
Pela primeira vez desde o início da ofensiva no Líbano, Israel bombardeou uma região de maioria cristã
Desde então, as Forças Armadas israelenses têm emitido avisos exigindo que a população de diferentes regiões do país deixe suas casas. Os avisos são feitos em áreas que Israel pretende bombardear, principalmente no sul do país e na capital, Beirute.
O governo libanês diz que 2.350 pessoas já morreram por conta dos ataques. Mais de 11 mil ficaram feridos.
ONU
“O Líbano pediu ao Conselho de Segurança da ONU o cessar fogo e cumprimento da Resolução 1.701 [uma resolução que pretendia resolver a Guerra do Líbano de 2006]. Esse é o caminho”, disse o embaixador da Liga Árabe, Qais Marouf Kheiro Shqair.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas pediu no início da semana que todos os envolvidos no conflito na fronteira Israel-Líbano evitem novos ataques contra as forças de paz da ONU.
Também no começo da semana, Israel expandiu os ataques na sua guerra contra o Hezbollah e, pela primeira vez, bombardeou uma área de maioria cristã no norte do Líbano. Foram registradas 21 pessoas mortes no vilarejo de Aitou.
O governo israelense diz que, com suas operações no Líbano, quer garantir o retorno de dezenas de milhares de israelenses deslocados de suas casas.
Enquanto isso, os deslocados libaneses aumentam e caminham na direção da Síria.
Brasil
Jallad informou que há cerca de 3 mil brasileiros registrados na Embaixada do Brasil em Beirute. Até agora, cerca de mil foram repatriados. Portanto, deverá haver mais voos para resgate dos brasileiros na região.
Os aviões brasileiros têm levado medicamentos para o Líbano, como forma de ajuda humanitária.
O embaixador deve continuar em contato com as autoridades brasileiras, inclusive com o Itamaraty e a cúpula do Congresso na próxima semana.
“Não sabemos precisamente quantos voos serão necessários. Se o aeroporto fechar, vamos ter que encontrar outra forma [de resgate]”, disse o presidente do Unidos pelo Líbano, Mohammed Zoghbi.

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