Os agentes foram denunciados por fraude processual e concussão (exigência de vantagem indevida), ao terem exigido pagamento propina durante a abordagem a motorista de Porsche no último mês de setembro, na cidade de Caieiras. Viatura da Polícia Militar no interior de São Paulo
Carina Costa/Divulgação
A Promotoria de Justiça Militar de São Paulo, órgão do Ministério Público (MP-SP), denunciou nesta quarta-feira (16) dois policiais militares que foram presos por se apossarem do relógio suíço de um motorista em Caieiras, na Grande São Paulo.
Os dois agentes da PM foram denunciados por fraude processual e concussão (exigência de vantagem indevida), ao terem exigido pagamento de R$ 20 mil em propina ao motorista, durante a abordagem ocorrida no último mês de setembro.
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Na ocasião, os dois agentes subtraíram da vítima um relógio de pulso avaliado em R$ 5 mil e mais R$ 1.600 em espécie.
No dia dos fatos, os policiais pararam o carro conduzido pela vítima alegando que o veículo estaria ligado a uma ocorrência de estelionato.
Os policiais foram presos pela Corregedoria da Polícia Militar no mesmo dia da abordagem e permanecem detidos no presídio Romão Gomes, na Zona Norte da capital paulista.
PMs são presos após pararem carro sem placa e levarem relógio e dinheiro de motorista
Segundo a denúncia, eles passaram a intimidar o motorista, acessando conversas e aplicativos bancários do celular e exigindo o pagamento de R$ 20 mil adicionais para liberar o homem.
Ao responder não dispor do montante e desconhecer a suposta irregularidade relacionada ao carro, os policiais tomaram o relógio suíço da vítima, diz o MP.
“Após avaliar o relógio que o homem usava no pulso, um dos policiais obrigou-o a colocar o acessório na porta do carro, tudo sob ameaça exercida com o emprego das armas de fogo da corporação”, afirma a denúncia feita à Justiça.
Os promotores afirmam ainda que os R$ 1.600 subtraídos estavam na bolsa da vítima e, posteriormente, dois os pms passaram a enviar mensagens ao motorista via WhatsApp exigindo o recebimento de propina.
Eles foram até a casa da vítima e ficaram nas proximidades aguardando a entrega do dinheiro exigido.
“É dos autos que, durante a abordagem, para viabilizar a prática criminosa, os denunciados retiraram suas tarjetas de identificação, bem como as Câmeras Operacionais Portáteis que portavam em suas fardas, deixando-as em posição que impedia qualquer tipo de filmagem. Assim, alteraram o estado de coisa para prejudicar a apuração e induzir eventual julgador em erro”, disse a denúncia.
Nem a PM e nem o Ministério Público divulgaram o nome dos policiais presos.
Na época da prisão dos agentes, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que os dois PMs foram levados ao Presídio Romão Gomes, que a Polícia Militar repudia a ação criminosa e atuará para os policiais serem punidos com rigor e celeridade.