19 de outubro de 2024

Ataque de abelhas deixa quatro pessoas feridas e cinco cachorros mortos em abrigo de Goiânia

Voluntários não precisaram ser hospitalizados e passam bem. Equipe do Centro de Zoonose foi enviada ao local para controlar a situação. Ataque de abelhas deixa quatro pessoas feridas e cinco cachorros mortos em abrigo de Goiânia
Arquivo pessoal/Isis Costa
Um ataque de abelhas causou a morte de cinco cães no Abrigo dos Animais Refugados, em Goiânia, nesta quarta-feira (16). Quatro voluntários que tentavam salvar os cachorros também foram picados, mas não precisaram ser hospitalizados e passam bem. Uma equipe do Centro de Zoonose foi enviada ao local para controlar a situação.
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O enxame de abelhas estava em uma região de mata, colada com o muro do abrigo. A voluntária Isis Costa contou ao g1 que o abrigo cuida de cerca de 100 animais, entre cães e gatos, e tem duas sedes na capital. O ataque aconteceu na casa onde estavam somente 15 cachorros.
De acordo com Isis, por conta do ataque, cinco cães morreram e há um cachorro internado em situação grave. Além disso, um cachorro chamado Radije fugiu assustado com a situação e está desaparecido. Os outros oito animais foram levados pelos voluntários para a outra sede do abrigo.
Radije tem porte médio/grande e a pelagem rajada (preto e caramelo) e, provavelmente, está na região do bairro Jardim Vitória, próximo ao Oscar Niemeyer (imagem abaixo). Qualquer informação sobre o cachorro pode ser repassada ao abrigo pelas redes sociais, o mesmo vale para quem quer ajudar no tratamento do cachorro que está internado.
Cão Radije fugiu de abrigo após ataque de abelhas e está desaparecido, em Goiânia
Arquivo pessoal/Isis Costa
Segundo Isis, o Corpo de Bombeiros foi chamado para conter o ataque nesta quarta, mas só chegaram cerca de 1 hora depois do acionamento. A equipe ajudou com a remoção dos corpos dos animais.
Situação antiga e ignorada pelas autoridades
Os funcionários do abrigo reclamam que a situação com as abelhas é antiga e já tinha sido informada aos bombeiros e ao Centro de Zoonoses antes, mas nada foi feito.
“Essa ajuda não veio, infelizmente, e hoje aconteceu o pior”, lamentou a diretora do abrigo, Rayza Araújo.
Em 25 de setembro, houve o primeiro ataque do exame, mas ninguém ficou ferido. Os bombeiros e a Zoonose foram chamados, mas nenhum apareceu. Segundo os voluntários do abrigo, mais de 10 ligações foram feitas e ignoradas pelo Centro de Zoonoses.
Cerca de uma semana depois, em 3 de outubro, um novo ataque aconteceu. Dessa vez, os bombeiros disseram que não poderiam atender, pois só agiam em casos de risco iminente e que a responsabilidade era do Centro de Zoonoses, mas a equipe também não foi.
Preocupados, funcionários do abrigo fizeram um apelo nas redes sociais pedindo doações para a contratação de um apicultor para retirar as abelhas por conta própria. O valor foi arrecadado e o trabalhador esteve na casa para fazer a retirada do enxame nesta quarta, mas antes mesmo que ele pudesse realizar o serviço, o ataque aconteceu e causou a morte dos cinco animais.
“O cara que foi lá tentar tirar as abelhas conseguiu tirar o enxame depois do ataque. Ele acha que isso vai resolver, mas que demora alguns dias para todas saírem. Ele recomendou não levar os animais de volta por pelo menos uns quatro dias”, contou Isis.
Ao g1, o Corpo de Bombeiros reforçou que só atua na retirada de enxame de abelhas quando há risco iminente no local e que esse trabalho é desempenhado pela prefeitura, por meio do Departamento de Zoonoses da Secretaria de Saúde (SMS), que disponibiliza o serviço de recolhimento nos domicílios e em órgãos públicos da cidade, fazendo o manejo da abelha europa africanizada e encaminhando a locais seguros.
Em nota, o Centro de Zoonoses disse que recebe entre 35 e 40 solicitações para retirada de abelhas todos os dias em Goiânia. Como todos os casos são tratados como situação de urgência, os chamados são atendidos priorizando a saúde pública, principalmente nos casos em que há crianças, idosos e pessoas alérgicas.
A Secretaria de Saúde esclareceu, ainda, que o trabalho de remoção das abelhas é realizado a partir das 13h, seguindo a ecologia dos insetos. Isso porque, segundo a pasta, durante o período da manhã, as abelhas operárias ficam fora da colmeia em atividades de trabalho, tornando ineficaz a remoção nesse horário, pois, ao retornarem e não encontrarem a colmeia, ficam estressadas, aumentando o risco de ataques. Por isso, a equipe atua no horário mais adequado para garantir a segurança de todos.
As abelhas resgatadas nesta quarta-feira no abrigo serão levadas para a Faculdade de Agronomia da Universidade Federal de Goiás. 
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