17 de outubro de 2024

Líder espiritual é condenado a 72 anos de prisão por crimes sexuais no interior de SP

Jessey Maldonado Monteiro também foi condenado por exercício irregular da medicina. Ele está preso desde 15 de janeiro após ser acusado de abusar de 16 mulheres em Socorro (SP). Jessey Maldonado Monteiro é condenado a 72 anos de prisão pela Justiça
Wesley Justino/EPTV
A Justiça condenou o líder espiritual Jessey Maldonado Monteiro a 71 anos de prisão pelos crimes de violação sexual mediante fraude e estupro em Socorro (SP). Ele também recebeu um ano de detenção em regime semiaberto por exercer ilegalmente a medicina.
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Monteiro foi acusado após a polícia recolher depoimento de 16 mulheres que foram abusadas durante massagens, terapias e atendimentos. Ele atuava há mais de 20 anos na área da saúde e, até ser preso no dia 15 de janeiro deste ano, chefiava o setor de Radiologia da Santa Casa de Socorro.
Em nota, o advogado de Monteiro disse estar ciente da sentença e respeitar a decisão judicial, “porém, manifesta sua discordância em relação ao veredicto. O advogado destaca que a equipe de defesa considera a fragilidade das provas apresentadas durante o processo e, por essa razão, decidiu recorrer da decisão”.
“A defesa reafirma seu compromisso com a justiça e a defesa dos direitos de seu cliente, e acredita que um novo exame do caso poderá evidenciar as inconsistências que fundamentam o recurso”, diz o texto.
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Atuação em centro de umbanda
Segundo o Ministério Público, o acusado participava de um centro de umbanda e aproveitava da posição dentro da entidade religiosa para oferecer tratamentos mediúnicos realizados com massagens. Os abusos sexuais foram cometidos contra diversas mulheres durante os procedimentos.
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Ainda conforme a apuração do MP, dentre as vítimas havia uma adolescente que tinha 17 anos na época do abuso, e que os sofreu na presença da mãe. Ele também teria a abusado de uma paciente e uma estagiária no hospital onde trabalhava.
Relatório
O relatório final do inquérito sobre o caso foi encaminhado no dia 24 de janeiro à Justiça de Socorro. Segundo a delegada responsável pela investigação, Leise Silva Neves, caso apareçam novas vítimas, um novo inquérito será aberto.
No primeiro inquérito constam:
o depoimento de 16 mulheres que acusam formalmente Jessey pelos abusos;
o depoimento de cinco testemunhas;
o depoimento de representantes do templo de umbanda que Jessey frequentava;
Quatro crimes foram detalhados no inquérito policial:
Estupro: pela suspeita de ter cometido os abusos mediante violência.
Violação sexual mediante fraude: pela suspeita de ter abusado sexualmente das vítimas como se fosse uma terapia.
Exercício irregular da medicina: por oferecer serviços de terapias psicológicas e quiropraxia sem a formação necessária.
Curandeirismo: pela suspeita de oferecer curas milagrosas a problemas físicos e emocionais em troca de pagamentos.
Suspeito foi preso pela Polícia Civil de Socorro nesta terça-feira (16)
Wesley Justino/EPTV
O caso
Jessey Maldonado Monteiro foi preso no dia 15 de janeiro suspeito de estuprar mulheres durante atendimentos “terapêuticos”. O caso veio à tona após um grupo de mulheres ter procurado uma representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Socorro.
Jessey teve a prisão preventiva mantida pela Justiça no dia seguinte e, desde então, está preso. Segundo a polícia, o suspeito fazia atendimentos terapêuticos diversos em um consultório na casa dele e também atuava como líder espiritual, se descrevendo como uma pessoa “com poderes superiores”.
Entre os serviços oferecidos por Jessey, estavam:
ozonoterapia;
quiropraxia;
terapias psicológicas;
massagens;
hipnoses;
e terapias de regressão.
À época da prisão, a Santa Casa disse estar surpresa e não ter qualquer conhecimento sobre os crimes praticados, além de ter manifestado solidariedade às vítimas e se colocado à disposição das autoridades.
Os advogados do templo de umbanda informaram que não tiveram acesso aos autos do inquérito policial. O espaço e seus representantes legais negam qualquer participação nos crimes e afirmaram que se solidarizaram com as vítimas, “se comprometendo a auxiliar a autoridade policial na apuração dos fatos”.
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