17 de outubro de 2024

Corpo de mulher com sinais de espancamento é encontrado em córrego em Palmeira dos Índios, AL

Equipes tiveram dificuldade no momento do resgate do corpo, que estava em local de difícil acesso, com presença de ribanceiras. Justiça Federal determina apuração das causas de rachaduras em casas em Craíbas
Um impasse na Justiça Federal de Alagoas tem impedido o avanço nos estudos técnicos para verificar o impacto da extração de cobre realizada pela empresa Mineração Vale Verde no município de Craíbas, no interior de Alagoas. Nos arredores da mina, existem mais de 400 casas com as paredes rachadas e algumas com risco de desabar, segundo a Defesa Civil.
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Em junho de 2023, a Defensoria Pública da União deu entrada em uma ação civil pública e foi determinada a instalação de equipamentos para saber as causas e medir a intensidade dos tremores. O objetivo é que sejam investigados os impactos da mineração na qualidade de vida e nas residências de moradores da região.
A mineradora informou que é favorável aos estudos para entender a causa das rachaduras, mas recorreu da determinação de instalar os sensores. Um dos motivos é ter considerado alto o valor cobrado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte para desenvolver o projeto.
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A mineradora afirma ainda que aguarda uma audiência de conciliação marcada para o dia 5 de novembro. Os moradores que ainda não colocaram as casas à venda aguardam a identificação do responsável pelas rachaduras.
Impactos ambientais e na saúde dos moradores
Justiça determina apuração sobre rachaduras em centenas de casas em Craíbas (AL)
Reprodução/TV Globo
As primeiras rachaduras nas casas nos arredores da área de exploração casas surgiram em 2021, logo após a Vale Verde começar a extrair cobre na Mina Serrote, que é a céu aberto e tem vida útil estimada em 14 anos. A maioria dos moradores depende da agricultura para sobreviver, mas a exploração na região afetou a atividade.
“O terreno está improdutivo para a lavoura. Aí, hoje em dia, a gente está sem poder cultivar. Plantávamos milho, feijão, fumo. Nós tirávamos o sustento dessa forma”, conta a agricultora Maria Verediana Araújo.
Segundo os órgãos federais, a poeira da mineração causa problemas respiratórios nos moradores da região. Além disso, as pessoas convivem com a incerteza quanto a continuar morando no local e com os impactos econômicos que provocaram a morte de animais e prejuízos na produção agrícola.
“A gente vive uma vida assim, aperreada, de noite a gente não tem sossego pra dormir, as casas tudo rachadas que nem o senhor tá vendo, tudo rachado”, disse a agricultora Josefa Maria Pereira da Silva.
A mina tem capacidade de pouco mais de 4 milhões de toneladas de cobre por mês. O gerente da empresa descarta que as explosões sejam responsáveis pelas rachaduras e diz que as operações estão dentro do permitido pelos órgãos reguladores.
“A gente tem de fato controles, medições, auditorias internas e externas, que nos mostram que não estão correlacionadas. Nada nos indica que esse processo nosso de desmonte controlado de rochas, seja capaz de gerar uma rachadura, e que nós estamos 100% dentro dos limites estabelecidos por lei e até muito longe desses limites estabelecidos”, afirmou o gerente geral da Mineração Vale Verde, Breno Delfino Martins.
Justiça determina apuração sobre rachaduras em centenas de casas em Craíbas (AL)
Reprodução/TV Globo
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