18 de outubro de 2024

Ninguém com juízo pode dizer que a eleição de São Paulo está decidida

Favoritismo é de Ricardo Nunes (MDB) sobre Guilherme Boulos (PSOL), mas chuvas ainda podem atrapalhar. Os candidatos Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB) durante debate em São Paulo – 2° turno, realizado na TV Bandeirantes, em São Paulo, na noite desta segunda-feira (14).
Eduardo Carmim/Agência O Dia/Estadão Conteúdo
Pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (16) mostra que o apagão enfrentado por São Paulo deixa aberta a eleição entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL).
A pauta do 2º turno se transformou no apagão, quando ficaram à mostra mazelas da Prefeitura. Mas ainda há tempo para eleição e, quem souber criar as pautas certas, vai se dar bem lá na frente.
A estratégia de Boulos ficou clara: no debate da TV Bandeirantes, quando falou sobre poda de árvores. Em resposta, Nunes disse que a Enel precisava desligar a energia para retirar as árvores. A origem do problema está onde? Na prefeitura. Aquele galho só encostou no fio porque a poda não foi feita.
Para tentar enfraquecer o rival, Boulos tenta viralizar a seguinte ideia: se alguém que não consegue cuidar do mínimo, que é a poda de árvores, como vai conseguir cuidar das outras coisas mais complexas?
O ponto a favor do Nunes é a máquina pública. Quem foi eleito da sua base está na rua fazendo campanha. Resta saber a dimensão do desgaste do prefeito diante do que está acontecendo.
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Nunes parece ter um voto consolidado na periferia, onde tem entregas que foram feitas no final do mandato – e estão recentes na memória do eleitor.
Contudo, a situação do atual prefeito está longe de ser confortável. Dependendo do movimento errado ou errático, ele perde parte do espólio e o voto pode ir para o Boulos, que sustenta uma rejeição muito grande.
Por enquanto, parte do impacto faz os eleitores migrarem para o terreno dos indecisos. Ou seja: não estão necessariamente saindo do prefeito e indo para o candidato do PSOL.
Com o perdão da comparação, uma ventania pode ocorrer e mudar tudo de lugar. Mas, por ora, ela ainda parece derrubar mais as árvores do que os votos de Nunes que, diga-se, ainda melhorou a avaliação de seu governo, segundo a Quaest.

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