17 de outubro de 2024

Técnica em enfermagem que morreu de overdose comprava morfina de funcionários de hospital, diz irmã

Segundo a irmã, vítima estava depressiva e se tornou refém do medicamento para conseguir alivio de dores. ‘Quando não vendiam, davam”, disse Jhessica Fernandes sobre o desvio do medicamento. Gesielly Fernandes da Silva, vítima de overdose
Reprodução/Redes Sociais
A Técnica em enfermagem Gesielly Fernandes da Silva, que morreu por overdose de anestésicos, comprava morfina de colegas de trabalho, denunciou a irmã, Jhessica Fernandes. Segundo a irmã da vítima, Gesielly estava depressiva e se tornou dependente do medicamento para conseguir aliviar as dores.
“Minha irmã aplicava morfina nela mesma. Ela se viciou na morfina. Nas conversas do celular dela, ela dizia que estava com dor e pedia abraços para as amigas. Ou seja, elas sabiam que minha irmã estava com depressão. Começaram a vender [a morfina], quando não vendiam, davam”, disse Jhessica.
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Prints divulgados pela Polícia Civil mostram quando Gesielly tentava negociar o medicamento com uma funcionária do Hospital Estadual de Trindade (Hetrin), na Região Metropolitana da capital (veja abaixo). Segundo Thiago Martinho, delegado responsável pelo caso, a amiga, também técnica em enfermagem, mentia sobre o estado de saúde de pacientes para os médicos, para assim, conseguir a morfina e desviar o medicamento.
Prints mostram conversa entre vítima e suspeita de desviar medicamentos em hospital de Trindade
Reprodução/TV Anhanguera
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A investigação busca saber há quanto tempo os desvios do medicamento ocorriam dentro do hospital. Ao todo, cinco técnicos em enfermagem são investigados.
Uma funcionária foi presa. O g1 não conseguiu contato com a defesa dela até a última atualização desta reportagem.
Tráfico de medicamentos
Enfermeiros do Hetrin induziam médicos a prescreverem medicamentos fortes para pacientes
A Polícia Civil investiga um suposto tráfico de medicamentos controlados que estaria ocorrendo dentro do Hetrin. De acordo com a investigação, técnicos de enfermagem e enfermeiros do hospital negociavam morfina, tramal e tramadol para terceiros.
Em nota, o hospital disse que a equipe está colaborando com as investigações e que, assim que soube dos fatos suspeitos, a diretoria demitiu os funcionários envolvidos. Segundo a Polícia Civil, pelo menos cinco servidores foram desligados.
A operação realizada na quarta-feira (16) cumpriu seis mandados de busca e apreensão na unidade, com o objetivo de combater o comércio ilegal da morfina.
Venda ilegal de morfina
Frascos de medicamentos apreendidos em operação em hospital de Trindade, em Goiás
Divulgação/Polícia Civil
A investigação se iniciou com a morte de Gesielly após a overdose. A polícia não divulgou quando a técnica em enfermagem morreu.
A operação contou com apoio da direção do hospital, que colaborou com a investigação. A Polícia Civil ainda afirmou que o hospital é vítima dos crimes que estão sendo investigados e que os funcionários demitidos são os suspeitos dos crimes.
São investigados os crimes de peculato, associação criminosa, tráfico de drogas e homicídio.
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