18 de outubro de 2024

Empilhadeira furou lata e causou explosões em fábrica com produtos químicos em Sertãozinho, diz funcionário

Samuel Olímpio conta ter presenciado início do incêndio, na última sexta-feira (11). Ele é filho de Aparecido Olímpio, de 67 anos, que teve morte confirmada nesta quinta (17). Filho de segunda vítima da explosão em Sertãozinho denuncia erro de funcionário da fábrica
O filho do idoso Aparecido Olímpio Bernardino, de 67 anos, que teve morte confirmada nesta quinta-feira (17) vítima da explosão em uma fábrica de produtos químicos em Sertãozinho (SP), apontou o erro de um funcionário como causa do acidente.
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Em entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo, Samuel Olímpio conta que também trabalhava no local na última sexta-feira (11) e presenciou o início das explosões e do incêndio.
Segundo ele, tudo começou quando um funcionário atingiu a lata de um produto com a lança da empilhadeira que conduzia.
“A empilhadeira colocando palete sobre palete, produto em cima de produto. No que eu vi, estava acompanhando a todo momento, no que a empilhadeira enfiou o palete, colocou em cima de outra lata, o funcionário puxou a lança e abaixou. No que abaixou, a lança furou a lata, a lata é de alumínio, saiu faísca e estourou a lata de baixo. A primeira explosão pegou diretamente nos produtos, pegou nas outras latas e explodiu”, disse.
Samuel diz, ainda, que as explosões iniciais atingiram o botijão de gás da empilhadeira, o que potencializou o fogo.
“Eu vi o fogo vindo, eu avisei todo mundo. Se fossem só os produtos, [o fogo] não tinha alcançado nós lá fora, tinha estourado lá dentro e ia ferir só o cara da empilhadeira, mas tinham acabado de trocar o botijão da empilhadeira. O botijão é gás, tinham acabado de trocar, e veio carregado. O produto que estourou afetou o botijão da empilhadeira, o botijão jogou o ar para fora. Juntaram duas explosões em cima de nós”, destaca.
A reportagem pediu um posicionamento à defesa da Innove Química sobre as declarações e aguarda um retorno.
Samuel Olímpio perdeu pai em explosão de fábrica em Sertãozinho
Reprodução/EPTV
Morte do pai
Aparecido Olímpio Bernardino morreu nesta quarta-feira. Ele estava internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto (SP) e não resistiu.
O corpo dele vai ser velado no Velório Mazzer, em Sertãozinho, a partir das 14h desta quinta.
“Meu pai era um cara conhecido na cidade toda, sempre foi trabalhador. Muitas firmas e empresas chamavam ele, era um cara esforçado, tinha amizade com todo mundo. Foi um choque para todo mundo”, afirma Samuel.
Aparecido Olímpio Bernardino, de 67 anos, morreu vítima da explosão em fábrica com produtos químicos em Sertãozinho
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Foi a segunda vítima da explosão. Também na quarta-feira, o HC já havia confirmado a morte de Estevão Felisberto Campanini, de 27 anos, funcionário da empresa.
Há, ainda, mais uma vítima internada na unidade, o Rogério Soares, que está na enfermaria com ferimentos por todo o corpo, mas com o estado de saúde estável, e outra no Hospital São Lucas Ribeirânia, também em Ribeirão Preto. Não há previsão de alta para elas.
A explosão na fábrica, na Vila Industrial, deixou feridos e desalojados (veja mais abaixo). Um laudo pericial ainda deve apontar as causas do acidente e indicar se houve imprudência das pessoas que manuseavam os produtos.
Segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a fábrica tinha permissão para operar no local, mas não podia manter depósito.
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Explosões, feridos e desalojados
O incêndio começou por volta das 13h30 de sexta-feira (11), na Vila Industrial, em Sertãozinho, após diversas explosões em um caminhão estacionado na rua em frente à empresa, e também na parte interna dela.
Um vídeo de câmera de segurança obtido pela EPTV mostra o momento em que acontece a explosão que antecedeu o incêndio (veja abaixo).
Vídeo mostra momento em que caminhão com produtos químicos explode em Sertãozinho
O fogo se alastrou pelos imóveis vizinhos e comprometeu as estruturas. Um quarteirão inteiro teve de ser evacuado e moradores no bairro tiveram ao menos 12 casas interditadas pelas autoridades por causa de danos causados.
De acordo com a Prefeitura, no dia do incêndio, ao menos 30 pessoas, 11 delas com queimaduras, foram atendidas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Uma mulher e os quatro irmãos, com idades de 2 a 10 anos, ficaram feridos.
Até terça-feira (15), 30 pessoas seguiam impedidas de retornar para os imóveis e estavam abrigadas provisoriamente em um hotel, aguardando liberação da Defesa Civil.
Bombeiros suspeitam que galões com clorito de sódio podem ter explodido em empresa em Sertãozinho, SP
Cacá Trovó/EPTV
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