25 de fevereiro de 2025

2º módulo do curso de agentes da sociobioeconomia reúne jovens da Flona e da Resex Tapajós-Arapiuns


Formação possibilitou intercâmbio sobre Sistemas Agroflorestais (SAFs), cadeias produtivas e soberania alimentar. Curso abordou a multiplicação de sementes crioulas, análise e correção do solo e as lógicas de planejamento de SAFs na Amazônia
PSA / Divulgação
O segundo módulo do curso de Agentes da Sociobioeconomia, promovido pela Escola Floresta Ativa do Projeto Saúde e Alegria (PSA), realizado na semana passada, reuniu jovens da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns e de comunidades da Floresta Nacional do Tapajós para intercâmbio sobre Sistemas Agroflorestais (SAFs), cadeias produtivas e soberania alimentar. Ao todo, 26 jovens participaram da formação, que integra teoria e vivência prática.
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O objetivo da formação além de engajar a juventude na produção agroextrativista, é fortalecer o protagonismo dos jovens nas cadeias produtivas regionais.
“Percebemos que a participação dos jovens no campo é cada vez menor. A idade média dos beneficiários dos nossos projetos é de 53 anos. Isso nos preocupa em relação ao futuro das iniciativas agroextrativistas. Precisamos envolver essa faixa etária entre 20 e 40 anos para garantir a continuidade das atividades”, explicou coordenador do Programa de Economia da Floresta do PSA, Davide Pompermaier.
A programação incluiu visitas de campo ao Ecocentro da Cooperativa Acosper, em Santarém, e à comunidade Jaguarary, reconhecida pela prática do turismo de base comunitária e pela produção em SAF. No Ecocentro, os estudantes conheceram o fluxograma de produção e beneficiamento de produtos da sociobioeconomia. A estrutura funciona como polo regional para processamento e escoamento da produção extrativista e agroflorestal, garantindo valor agregado e preço justo.
Jovens puderam trocar ideias sobre as cadeias produtivas de suas comunidades
PSA / Divulgação
“Os jovens viram na prática como ocorre o caminho da produção da comunidade até o mercado. Esse conhecimento fortalece a perspectiva deles como futuros cooperados e gestores desses empreendimentos”, destacou o presidente da Acosper, Manoel Edivaldo.
Na comunidade Jaguarary, a imersão aconteceu em torno dos Sistemas Agroflorestais e do turismo de base comunitária. A visita ao SAF da família do agricultor José (Seu Zé) e Batata demonstrou aos participantes a potencialidade para geração de renda e conservação ambiental. “Esse aprendizado prático amplia nossa visão e incentiva a melhorar a produção na comunidade”, contou Nélio Viana Cardoso, jovem da Resex Tapajós-Arapiuns.
Juliana Castro, de Jaguarary, compartilhou que a integração com outros territórios reforça estratégias para aprimorar a comercialização e agregar valor às produções locais. “Antes, a gente produzia e quase não conseguia vender. Agora, com essas capacitações e articulações, estamos escoando melhor e aumentando as vendas”, relatou.
Jovens visitaram instalações da Acosper, em Santarém
PSA / Divulgação
O módulo também incluiu debates sobre a multiplicação de sementes crioulas, análise e correção do solo e as lógicas de planejamento de SAFs na Amazônia. As atividades foram encerradas com a elaboração do plano para o Tempo Comunidade, em que os jovens aplicarão os conhecimentos adquiridos em seus territórios.
“Esse curso é um incentivo para que possamos continuar produzindo e também motivar outros jovens que ainda não se engajaram”, concluiu Nélio Viana.
A expectativa é que, com a maior participação da juventude, as cadeias produtivas da sociobioeconomia sejam fortalecidas, garantindo renda e sustentabilidade para as comunidades tradicionais da região.
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