8 de janeiro de 2025

Abraço à Democracia: ministro da Defesa diz que presença de militares no evento mostra oposição à tentativa de golpe


José Múcio Monteiro, ministro da Defesa
TV Globo/Reprodução
Alguns setores do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticam a presença dos comandantes das Forças Armadas no evento “Abraço à Democracia”, que vai marcar os dois anos dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 — quando as sedes dos Três Poderes foram atacadas e depredadas.
Em resposta, o ministro da Defesa, José Múcio, tem uma leitura diferente da feita por críticos dos militares.
Ministro da Defesa e chefes das Forças Armadas irão a ato de 8 de janeiro
Segundo ele, a presença dos comandantes do Exército, general Tomás Paiva, da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Damasceno, e da Marinha, almirante Marcos Olsen, mostra que as Forças Armadas se opuseram à tentativa de golpe no país e que a cúpula militar foi contra o planejamento e os atos golpistas de 8 de janeiro.
O ministro da Defesa sempre tem reiterado que a cúpula militar, ainda durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, não embarcou na aventura golpista.
Uma referência à posição do ex-comandantes do Exército Freire Gomes e da Aeronáutica Baptista Junior que disseram ao ex-presidente não concordarem com uma intervenção militar para mantê-lo no poder.
José Múcio tem dito a amigos que está cansado do fogo amigo de dentro do governo e já disse ao presidente Lula que deseja sair do Ministério da Defesa.
O presidente Lula, porém, tem insistido com ele para permanecer no cargo sob o argumento de que ele conseguiu pacificar a relação das Forças Armadas com o Palácio do Planalto.
Em relação aos atos golpistas, dois anos depois, o Supremo Tribunal Federal (STF) já condenou 371 incitadores ou executores das invasões aos prédios dos Três Poderes e passa o recado de que não há espaço para uma anistia para os crimes contra a democracia.
Ministros do Supremo esperam que o futuro presidente da Câmara dos Deputados, que deve ser Hugo Motta, não dê encaminhamento ao projeto que concede anistia os golpistas, abrindo a porta para uma futura anistia do ex-presidente Bolsonaro.
Segundo eles, se por acaso a anistia for aprovada, o que eles acreditam que não acontecerá, ela será considerada inconstitucional pelo Supremo.

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