Felipe Nunes disse nesta segunda-feira (7) que fenômeno é conhecido como espiral do silêncio. Pesquisa apontava Ricardo Silva (PSD) eleito no 1º turno, mas ele vai decidir eleição com Marco Aurélio (Novo) no 2º turno. Diretor da Quaest explica resultado diferente do divulgado na última pesquisa
O diretor da Quaest, Felipe Nunes, disse nesta segunda-feira (7) que uma combinação de fatores que envolveu a indecisão dos eleitores, a abstenção e o baixo interesse levaram ao resultado surpreendente da votação em Ribeirão Preto (SP) no domingo (6).
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No sábado (5), véspera da eleição municipal, pesquisa Quaest apontou vitória do candidato Ricardo Silva (PSD) no 1º turno, com 63% dos votos válidos. No entanto, o resultado oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) colocou Ricardo e Marco Aurélio (Novo) no segundo turno.
De acordo com Nunes, ocorreu um fenômeno chamado pelos pesquisadores de espiral do silêncio.
“Espiral do silêncio é quando o eleitor espera, mostra indecisão, dá todos os sinais de que não foi decidido, de que não está satisfeito e lá na última hora acaba escolhendo um candidato que lhe parece uma opção competitiva”, disse.
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Érico Andrade/g1
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Nunes apontou que os levantamentos feitos pela Quaest colocaram Ribeirão Preto no topo das cidades com maior nível de indecisão espontânea do Brasil.
“Quando a gente compara todas as cidades que a Quaest fez pesquisa nesse primeiro turno, Ribeirão aparece num patamar muito alto. Vejam vocês, na véspera da eleição, 54% diziam na pesquisa que ainda não tinham escolhido um candidato. Ou seja, qualquer coisa poderia acontecer nesse cenário. Mas tinha um segundo elemento ainda mais importante que é o grau de decisão do voto. A gente via aqui em Ribeirão os percentuais de decisão do voto mesmo para quem estava declarando voto, por exemplo, no Ricardo Silva, também era muito alto.”
Segundo o TSE, dos 477.595 eleitores aptos a votar em Ribeirão, 160.027 não compareceram às urnas — 33,51%. Isso representa um novo recorde na história da cidade, superando o primeiro turno das eleições municipais passadas, em 2020, quando o percentual foi de 32,4% em meio à pandemia da Covid.
“Em Ribeirão Preto, 33,5% não compareceram e isso, claro, abriu espaço para uma novidade, o candidato do Novo, que capturou o eleitor mais à direita, que tem uma identidade política mais ligada a valores mais conservadores e tradicional e isso deu a ele a possibilidade de desafiar o favoritismo que o Ricardo Silva tinha. Agora, vamos acompanhar como essa disputa se dá nesse segundo turno.”
O levantamento da Quaest mostrou que 79% dos eleitores ouvidos declararam que iam votar neste domingo ao passo que o interesse no pleito era muito baixo.
“Perguntamos aos eleitores sua motivação, a probabilidade de participar ou não do pleito. A gente via ali que aproximadamente 79% dizia que ia participar. E a gente também perguntava o grau de interesse do eleitor com essa eleição. O que mais chamava a atenção de nós, pesquisadores, é que apenas 23% dos eleitores em Ribeirão Preto se mostravam muito interessados. Esses são dois sinais de que o comparecimento não seria baixo na cidade. Agora o que foi realmente uma surpresa foi esse aumento da abstenção mesmo com 79% dizendo que iam comparecer.”
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