25 de dezembro de 2024

Ações de humanização transformam rotina e ajudam na cura de pacientes da Cassems

Projetos “Curadoria de Memórias” e “A Literatura Cura” proporcionam conforto, dignidade e conexão emocional aos pacientes e familiares do Hospital da Cassems e Clínica da Família. Projetos de humanização desenvolvidos na Clínica da Família e no Hospital Cassems de Campo Grande mostram que o cuidado não se resume ao tratamento médico. Também é possível “curar” oferecendo apoio emocional e social. Esse é o propósito de iniciativas como a “Curadoria de Memórias” e “A Literatura Cura”, que oferecem apoio emocional e social aos pacientes e familiares através de atividades literárias e lúdicas.
Priscila Moreira Martins trabalha para transformar a estadia hospitalar dos pacientes através de projetos de humanização.
Assessoria
“Vejo a humanização como um caminho sem volta para a humanidade e, sobretudo, para o momento de uma internação, de um tratamento. Causar serendipidade na vida das pessoas, pela delicadeza, pela suavidade, por se sentir importante, por se sentir acolhida e amada”, declara a coordenadora dos projetos de humanização da Cassems, Raquel Anderson.
Raquel Anderson, coordenadora dos projetos de humanização da Cassems, oferece apoio emocional aos pacientes.
Assessoria
Serendipidade é a descoberta de coisas agradáveis ou felizes por acaso. Isso é vivenciado por muitos pacientes internados no Hospital da Cassems ou na Clínica da Família. Daniel Ventura é um desses pacientes.
Em julho, o professor e psicólogo teve apendicite, foi submetido a uma cirurgia e precisou ficar nove dias internado após uma complicação.
“Meu plano não tem acompanhante, então fiquei internado lá no meu quarto sozinho. Claro que às vezes chegava um ou outro paciente, mas eu conseguia ver meus familiares só ali no momento de visita mesmo. Então, foi aí que a Raquel foi lá, conversou comigo, tal, e aí ela escreveu, me deu um remédio. Que é, como se diz, um remédio para a alma. Eu achei realmente um projeto bonito, de acolhimento e muito gratificante também”.
Projeto “A Literatura Cura”
O projeto “A Literatura Cura” transforma memórias e histórias dos pacientes do Hospital Cassems de Campo Grande em textos literários como poemas e contos, suavizando a rotina hospitalar. Raquel Anderson, historiadora e escritora, explica que o processo envolve uma “Anamnese Literária” que resulta em doses personalizadas de arte e carinho.
“Converso com as pessoas, extraindo as relevâncias da sua vida, do cotidiano, e são conversas de amenidades, de coisas leves que atingem o universo afetivo dessas pessoas, as memórias afetivas, as referências de vida, o universo do ponto de vista dos afetos e, a partir dessas informações, eu componho poemas, poesias, crônicas, contos, diversas modalidades literárias para cada pessoa”, detalha Raquel.
A médica cardiologista e responsável técnica pelo serviço de cardiologia do Hospital Cassems de Campo Grande, Carmelita Alencar Vilela, enfatiza que o projeto faz diferença no processo de cura dos pacientes. A intenção, segundo ela, é expandir cada vez mais esses atendimentos.
Paciente beneficiado pelo projeto “A Literatura Cura”, recebeu apoio emocional durante sua internação.
Assessoria
“Esse projeto, com uma base muito simples, uma caneta e um papel, transforma a dor em amor, escrevendo e bordando o sentimento. A importância está na valorização da individualidade do paciente, respeitando seu momento de dor durante a internação, buscando sua força interior e ajudando-o a compreender e superar o processo de adoecimento, facilitando sua cura. É um trabalho de extrema sensibilidade que encanta todos que recebem esse atendimento e carinho. O paciente se sente valorizado e visto em sua individualidade. É um grande respeito pela pessoa. Não tem como não se encantar com o trabalho desenvolvido pela Raquel, que traz sorrisos e alegria, não só ao paciente, mas também à família, que muitas vezes é acolhida e recebe esse afeto.”
Projeto “Curadoria de Memórias”
O projeto “Curadoria de Memórias” foi criado para proporcionar uma abordagem integral do cuidado afetivo, especialmente para os idosos, permitindo que eles ressignifiquem o processo de envelhecimento através da literatura e de atividades lúdicas. Raquel propôs atividades que ajudam os idosos a tocar nas lembranças e compreender o processo de envelhecimento.
“Eu faço isso por meio de duas formas: atividades lúdicas e literárias. Então, dentro dessa perspectiva da questão geracional, de intergeracionalidade, que é uma tendência muito importante para todo mundo que trabalha com humanização, com idosos no Brasil na atualidade, fazemos com que eles de verdade se socializem, saiam de casa, tenham a oportunidade de fazer amizades, estabelecer contatos, conversar, contar histórias, assistir filmes que venham ao encontro do que é esse processo de envelhecimento, debater sobre isso”.
Participantes do projeto “Curadoria de Memórias”, ressignificam o processo de envelhecimento.
Assessoria
Essas atividades incluem desde jogos pedagógicos até a confecção de itens que os idosos gostam de fazer. “Eles gostam, por exemplo, de costurar, então estimulamos a produção de diversas coisas, desde sapatinhos de bebê para um projeto da Clínica da Família, que é o casal grávido, a brinquedos que elas mesmas fazem para as crianças internadas no hospital, confecção de flores, bordado, bordado na fotografia. Enfim, são muitas experiências e isso é muito bom”, explica Raquel.
Impacto e reconhecimento
Segundo Raquel, o projeto “A Literatura Cura” tem sete anos e meio de existência, e o “Curadoria de Memórias” completou um ano e três meses.
“Estamos trabalhando nesses dois projetos algo agora que se chama intergeracionalidade, que é a junção das gerações, né? A gente poder fomentar e estimular os idosos a terem um contato com os mais jovens, com as crianças, com os adultos, com os jovens e vice-versa”, explica Raquel Anderson.
Priscila Moreira Martins, auxiliar de humanização, se encantou pelos projetos durante seu trabalho de conclusão de curso e nunca mais abandonou. “Eu conheci a Raquel durante a elaboração do meu TCC sobre pedagogia hospitalar e me apaixonei pelo projeto ‘A Literatura Cura'”, diz. Agora, ela trabalha tanto no hospital quanto na Clínica da Família, ajudando a ressignificar a estadia hospitalar, a vida dos idosos e também as de todos os profissionais que atuam nas unidades.
Equipe de humanização da Cassems trabalha promovendo o bem-estar e o conforto dos pacientes.
Assessoria
“A equipe, como um todo, de profissionais de saúde tem uma adesão ao projeto de humanização aqui que é bárbara. É lindo. Os médicos nos indicam, nos chamam. Alguns médicos, por exemplo, na Curadoria de Memórias, prescrevem a participação dos idosos no projeto. Aqui no hospital, os médicos interagem conosco, vêm nos agradecer e nos indicar pacientes, dizendo que eles estão fragilizados emocionalmente e pedem para que os visitemos. Eles também vêm agradecer e dizer que, depois que um paciente recebeu uma literatura, ele reagiu melhor ao seu tratamento, pois existem comprovações científicas de que, quando uma pessoa acessa alguma modalidade literária, ela é ajudada no seu processo de cura”, enfatiza Raquel.
Quem quiser conhecer mais sobre os projetos pode acessar o site da Cassems.
Médica responsável: Carmelita Alencar Vilela CRM MS 2944.

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