6 de outubro de 2024

Acusado de matar comerciante a tiros após pedir salgado vira réu no Acre

Rafhael Gomes da Silva virou réu pela morte do comerciante Vicente Lima de Aguiar, de 60 anos. Rafhael Gomes da Silva é acusado de matar o comerciante Vicente Lima de Aguiar, de 60 anos, em julho
Reprodução/Polícia Civil
Rafhael Gomes da Silva virou réu pela morte do comerciante Vicente Lima de Aguiar, de 60 anos, que ocorreu em julho deste ano. Ele está preso desde o dia 11 do mesmo mês no Complexo Prisional de Rio Branco .
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Silva foi encontrado escondido em uma residência que abrigava membros de uma facção criminosa a 800 metros do comércio da vítima. Ele negou que tenha matado o comerciante.
O acusado foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MP-AC) em agosto deste ano à 2ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco e Auditoria Militar pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe e dissimulação e por participar de organização criminosa.
Na denúncia, o MP-AC destaca ainda o motivo da morte do idoso. No processo, a 6ª Promotoria de Justiça Criminal de Rio Branco destaca que o crime foi motivado porque o criminoso achava que Vicente de Aguiar era membro de uma organização criminosa rival
“No curso das investigações, foi possível concluir que o crime foi motivado pela sangrenta guerra entre organizações criminosas travada naquele bairro, as quais visam expandir seus domínios territoriais, para assim poderem comandar o tráfico de entorpecente na região”, diz o processo.
Vicente Aguiar foi assassinado a tiros em julho deste ano
Arquivo pessoal

Crime
Vicente de Aguiar foi assassinado a tiros dentro da lanchonete dele na Rua Baguari, bairro Taquari, em Rio Branco. Segundo a polícia, Rafhael da Silva chegou no local em uma bicicleta azul e chamou pela vítima. O acusado afirmou que queria comprar salgados.
O idoso estava no primeiro piso da casa e desceu para o comércio, que ficava no térreo, para atender o suposto cliente. “A vítima, não podendo prever o mal que lhe sobreviria, prontamente saiu ao encontro de seu algoz, momento em que foi surpreendida pelos disparos de arma de fogo, não tendo qualquer possibilidade de defesa”, afirmou o MP-AC na denúncia.
O comerciante foi atingido com quatro tiros e morreu antes da chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). As informações coletadas pela polícia foram repassadas pela mulher da vítima, que estava no primeiro andar e desceu quando ouviu os disparos.
Em depoimento, a viúva contou que viu o criminoso dentro da lanchonete e ele o ameaçou de morte caso continuasse a descer as escadas. “Cabe aqui mencionar que testemunha ocular do crime narrou de forma pormenorizada e com riqueza de detalhes a compleição física, bem como, as vestes e o veículo em que o denunciado estava. Ato contínuo, corroborando as informações trazidas pela testemunha ocular, as imagens obtidas através de circuito de câmeras demonstram todo o percurso feito pelo denunciado”, ressalta o processo.
Rafhael da Silva chegou ao comércio às 11h13 (primeira imagem) e saiu às 11h15 fugindo do local do crime
Reprodução
Câmeras de segurança flagraram Rafhael da Silva. As imagens mostram o acusado chegando no comércio às 11h e 13 minutos de 10 de julho. Às 11h e 15 minutos ele retorna e dobra a rua na bicicleta. O acusado levou apenas dois minutos para matar o comerciante.
No dia da prisão de Rafhael da Silva, a polícia encontrou a bicicleta e a roupa que ele usava quando matou o comerciante. No local, os policiais uma arma de fogo com 33 munições intactas e outras deflagradas, possivelmente utilizadas no crime.
Polícia encontrou roupas identificadas por testemunhas e apreendeu arma de fogo com munições
Arquivo/Polícia Civil do Acre
Família revoltada
O g1 conversou com uma das filhas do idoso, que pediu para não ter o nome divulgado, e foi informado que o comerciante estava com a mulher em casa, na parte de cima da lanchonete, quando o suspeito chegou e gritou por ele.
“Estão espalhando várias fake news. Falaram que minha avó passou informações [a outros veículos de comunicação], sendo que ela já morreu há muitos anos. Não temos ideia do que aconteceu. Ele era trabalhador”, confirmou a jovem.
Na época, a mulher lamentou ainda a circulação de informações falsas sobre a vida do comerciante. E acredita que os rumores se devam a um relacionamento amoroso que uma das irmãs dela teve anos antes com Marcos Cunha Lindoso, mais conhecido por Dragão, um dos cinco assassinados durante a rebelião no Presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro, em julho do ano passado.
Marcos Cunha, mais conhecido por Dragão, foi assassinado dentro do presídio em julho do ano passado
Arquivo pessoal
Dragão era considerado um dos maiores chefes de uma facção criminosa com atuação no estado e foi preso em São Paulo em 2018. Ele chegou a ser resgatado quando participava de uma feira de artesanato no Centro de Rio Branco, durante atividade externa. Ele tinha condenação por tráfico de drogas e por integrar organização criminosa.
Segundo a jovem, entretanto, o relacionamento entre a irmã e Marcos Cunha terminou há muitos anos e a família não tem envolvimento com facções criminosas.
“Ele foi sogro há muito tempo, ninguém tinha contato com ele [com Marcos Cunha]. Meu pai não tinha envolvimento com isso [com facções], tinha epilepsia, passou por uma cirurgia recentemente, era cardíaco. Meu pai não tinha envolvimento com facção, a gente não tem nada com isso”, afirmou.
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