26 de outubro de 2024

Acusados pela morte de ex-prefeito no interior do Acre têm tornozeleira retirada e prisão revogada

Justiça revogou a prisão de acusado e removeu monitoramento do mandante da morte de Gedeon. Prefeito Gedeon Barros, foi morto em 20 de maio de 2021
Arquivo pessoal
Dois acusados pela morte do ex-prefeito de Plácido de Castro, Gedeon Barros, conseguiram vitórias na Justiça acreana após passarem por audiência de instrução nesta quinta-feira (24).
Eliomar de Jesus Mariano, ex-secretário de esportes da cidade teve o monitoramento eletrônico suspenso e Weverton Monteiro de Oliveira teve a prisão revogada.
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O juiz Robson Ribeiro Aleixo, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, decidiu que os réus devem aguardar a finalização do processo sobre a morte de Gedeon Barros em liberdade.
Em conversa com o g1, o advogado dos indiciados, Wellington Santos, explicou que o juiz entendeu que já havia muito tempo que o réu estava preso sem que o julgamento tivesse sido encerrado e por isso tomou as decisões.
O advogado afirmou ainda que até esta quinta (24), ainda não havia sido decidida uma nova data para continuidade das audiências.
Mazinho Mariano (dir.) é apontado como mandante da morte de Gedeon Barros (esq.)
Reprodução
Entenda o caso
Barros foi morto a tiros na manhã do dia 20 de maio de 2021, no bairro Santa Inês, no Segundo Distrito de Rio Branco. Dois homens chegaram em uma moto e executaram o ex-gestor, fugindo em seguida para o bairro Belo Jardim, onde se concentraram as buscas da polícia, na época.
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Em agosto deste ano, o ex-secretário de Esportes de Plácido de Castro, Liomar Jesus Mariano, mais conhecido como Mazinho Mariano, teve um pedido de liberdade concedido pela Justiça e deixou a prisão após oito meses. Na época, as investigações apontaram que Gedeon devia R$ 130 mil a Mazinho Mariano. A defesa alega que Mazinho é inocente e que houve arbitrariedade na prisão.
No início daquele mês, a Justiça indeferiu a liminar de um pedido de liberdade. Já no dia 27, a Câmara Criminal do Tribunal do Justiça do Acre (TJ-AC) julgou um habeas corpus e, por dois votos a um, os desembargadores aceitaram o pedido de soltura feito pelo advogado Wellington Silva.
Carmélio da Silva Bezerra e Mazinho foram presos em 20 de dezembro do ano passado durante operação da Polícia Civil em três cidades. Um terceiro acusado na morte já estava preso por outro crime e a polícia cumpriu um novo mandado judicial.
Já em fevereiro, um acreano de 38 anos, suspeito de participar do assassinato do ex-prefeito, foi preso em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza.
Carmélio da Silva Bezerra foi autorizado a ficar com a família em Plácido de Castro
Arquivo pessoal
A captura do suspeito ocorreu durante a Operação Crime Cracker, que cumpriu dois mandados de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara Criminal da Comarca de Rio Branco e um mandado de prisão preventiva da Justiça acreana.
Em março, a Câmara Criminal de Rio Branco voltou a negar um pedido de liberdade para Carmélio Bezerra. Já no início de agosto, o idoso foi solto e autorizado a ir para Plácido de Castro.
Réus
A 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco recebeu denúncia contra sete suspeitos pela morte de Gedeon e tornou réus por homicídio qualificado em janeiro deste ano.
Confira abaixo os denunciados no caso e o que é atribuído a cada um deles:
Carmélio da Silva Bezerra e Liomar de Jesus Mariano – apontados como mandantes do crime. Também responderão por coação no curso do processo;
Clebson Rodrigues do Nascimento e Weverton Monteiro Oliveira – apontados como responsáveis pela contratação dos executores;
Antônio Severino de Souza – apontado como responsável por repassar informações sobre Gedeon Barros e contribuir para a emboscada;
João da Silva Cavalcante Junior e Sairo Gonçalvez Petronilio – É apontado como condutor da motocicleta utilizada no crime, e o segundo é apontado como autor dos disparos contra Barros. Também responderão por homicídio por motivo torpe e com recurso que dificultou defesa da vítima.
No processo, a Justiça destaca que um dos envolvidos fez uma delação premiada e entregou os demais suspeitos do crime. Segundo o delator, ‘os mandantes do crime seriam um agiota residente do município de Plácido de Castro e um boliviano, em virtude de uma dívida que a vítima teria com estes’.
Ainda de acordo com o relato do suspeito, Carmélio da Silva Bezerra, mais conhecido como Véio, e Liomar de Jesus Mariano, Mazinho, que em conformidade com o declarado pelo delator estavam presentes em várias oportunidades durante as reuniões de planejamento do crime’.
O delator diz também que a ideia inicial era de que crime parecesse um latrocínio, roubo seguido de morte, para que a polícia não chegasse aos mandantes.
Ao analisar o pedido de soltura para Carmélio Bezerra, o juiz de Direito Danniel Gustavo Bomfim destacou que o ‘pedido da “pena restritiva de liberdade” formulado pelo advogado não encontra qualquer lógica nesse momento, eis que se trata de prisão provisória e estando os autos ainda em instrução, não havendo qualquer pena imposta, apesar do que alega o requerente’.
Gedeon Barros foi morto dentro do carro
Eldérico Silva/Rede Amazônica Acre
Além disso, o magistrado destaca a gravidade do crime e a garantia de manter a ordem pública.
“Diante desse panorama até então obtido pela investigação, evidente a presença do pressuposto da garantia da ordem pública, pois a motivação acima exposta em que denota-se o alto poder financeiro dos criminosos, por si só, causa insegurança, temor e instabilidade na sociedade visto que o alto grau de premeditação e planejamento do crime em tela demonstra terem os mesmos experiência e influência no cenário criminoso, detendo de meios suficientes a, inclusive, determinar uma tentativa de assassinato dentro de um estabelecimento criminal apenas com o intuito de queimar o arquivo vivo, que é o delator”, diz.
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