Acusado se apresentou na delegacia na manhã desta sexta-feira (1º). Segundo a polícia, ele entregou a arma e a bicicleta, usada no dia do crime, ao comparsa. Na manhã desta sexta–feira (1º) foi apreendido o adolescente de 17 anos apontado como coautor do homicídio do missionário Márcio Sousa da Silva, de 49 anos, que aconteceu no último dia 22, no bairro do Muca, na Zona Sul de Macapá.
O jovem foi apreendido após se apresentar na Delegacia Especializada na Investigação de Atos Infracionais (Deiai). Segundo a polícia, o acusado entregou a arma e a bicicleta, usada no dia do crime, ao comparsa, por ordens de um grupo criminoso do Amapá.
“O adolescente entra na história dando a arma que a facção deu para ele dar para o executor. O adolescente estava executando uma ordem da organização criminosa, pegando essa arma, pegando essa bicicleta dentro da facção criminosa, levando ao local do crime”, afirmou Daniella Graça, titular da delegacia.
Márcio foi morto com pelo menos três tiros que atingiram diferentes regiões do corpo. O outro acusado, um homem de 22 anos, foi preso ainda na noite do crime, na Zona Sul.
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Identificação do adolescente
Adolescente de 17 anos acusado de participar da morte de missionário
Francisco Pinheiro/g1
A delegada Daniella Graça informou que a polícia chegou ao adolescente após uma ação integrada entre a Deiai e a Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio (DECCP). A investigação apontou que a segunda pessoa que aparecia nas imagens de câmeras de segurança feitas no dia do crime seria este adolescente.
Segundo informações, a princípio foi solicitada a internação provisória do jovem, mas ele teria fugido para o interior do Pará e a medida não foi cumprida. Os agentes da Deiai continuaram as buscas até localizarem a família do jovem.
“Nós descobrimos outro endereço que a mãe dele tinha, nós fomos em diversas residências, trouxemos a mãe, trouxemos namorada aqui -delegacia-, conversamos (…) nós tivemos uma conversa aqui muito franca com a mãe desse adolescente, e aí ela resolveu trazê-lo hoje, nos apresentou ele”, detalhou a delegada.
Ainda de acordo com a delegada, o adolescente já tem passagem pela polícia por outras ocorrências, incluindo uma análoga ao crime de homicídio.
Sobre as investigações
Num primeiro momento, a polícia tratava o caso como latrocínio, mas após algumas horas de investigação, foi confirmado pelos polícias que se tratava de um homicídio.
Um dia após o crime, os órgãos de segurança realizaram uma coletiva de imprensa e apresentaram os primeiros detalhes da investigação, isso após prender o acusado de disparar os tiros. Á polícia ele disse que praticou o crime para “quitar” uma dívida por drogas com a facção.
A polícia trabalhava com diferentes hipóteses, uma delas dizia que Márcio teria sido morto por engano, já que ele e o acusado não se conheciam. Agora, com o avanço das investigações, as autoridades afirmam que o missionário foi morto por ‘revolta’ do grupo criminoso.
“Nessas idas e vindas da vítima pela área de ponte, ela aconselhava que jovens que utilizam drogas e que estariam envolvidos no tráfico de drogas para que eles pudessem largar o vício. Isso não foi bem aceito pela facção criminosa local, que ameaçou a vítima de morte. A vítima teria dito que não poderia encostar nela, que ela chamaria a polícia. Coincidentemente, apurou-se que houve alguns dias depois. Uma batida policial em uma boca de fumo local e a facção criminosa atribuiu isso à vítima, fato que motivou o homicídio” afirmou Daniella.
A delegada informou que a vítima não chegou a acionar a polícia.
Relembre o caso
Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que o missionário tenta correr do atirador que estava em uma bicicleta, portando uma arma de fogo. O crime aconteceu na tarde do dia 22, no bairro do Muca (veja vídeo abaixo).
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Márcio era aluno do curso de graduação em licenciatura em matemática e do curso técnico em segurança do trabalho do Instituto Federal do Amapá(Ifap).
Márcio Silva de 49 anos
Reprodução
O adolescente apreendido nesta sexta-feira deve ser responsabilizado pelo ato infracional análogo a homicídio qualificado e também por ser membro de uma organização criminosa.
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