Aluno diz que militar também o acusou de usar celular roubado. Policial afirma ter sido ofendido e empurrado por estudante; direção do Centro Educacional 1 do Itapoã não se pronunciou sobre ocorrido. Centro Educacional 1 do Itapoã, uma das escolas que tem gestão compartilhada com a PMDF
TV Globo/Reprodução
Um adolescente de 17 anos diz ter sido agredido por um policial no Centro Educacional 1 do Itapoã, no Distrito Federal, uma das escolas que tem gestão compartilhada com a Polícia Militar.
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Segundo o estudante, na quarta-feira (5), ele foi agredido por um militar depois que chegou atrasado para a aula. O PM também o teria acusado de usar um celular roubado. O jovem foi levado para a Delegacia da Criança e do Adolescente (veja detalhes abaixo).
Já o policial afirma que foi ofendido e empurrado pelo aluno. A direção do Centro Educacional 1 do Itapoã não se pronunciou sobre o ocorrido até a última atualização desta reportagem.
A mãe do adolescente conta que não recebeu nenhuma ligação da direção da escola e que só foi comunicada do caso quando o filho já estava na delegacia. Segundo ela, o advogado da família registrou um boletim de ocorrência e procurou o Ministério Público para denunciar a conduta do policial.
“Se fosse pelo telefone, eu pedia ele para desbloquear e ele olhava o telefone. Eles iam ver que o telefone não é roubado. É suado. É trabalho. Aqui em casa não tem bandido. Mesmo se fosse bandido, ele também não poderia fazer o que ele fez e não ter nenhum acompanhamento de um adulto”, diz a mãe.
Denúncia
O estudante disse que que foi barrado na entrada do colégio após chegar atrasado para o primeiro horário de aula. Segundo ele, durante a inspeção feita antes de poder entrar para o segundo horário, houve um mal entendido entre ele e um dos PMs.
“Eu dei meu nome e minha turma para ele, só que ele meio que não escutou e começou a gritar. Perguntou se eu estava cantando. Eu falei ‘oxi’ com ele, e ele virou o bicho. Começou a gritar, me botou no canto. Nem era dentro da escola ainda”, conta o adolescente.
Também segundo o jovem, quando o viu mexendo no celular, o militar tentou tomar o aparelho. “Ele pegou e me levou para a sala lá. Pegou no meu braço e me levou apertando”, relata o aluno. O adolescente conta que o policial continuou exigindo que ele entregasse o celular e que foi agredido.
“Ele falou que era para eu desbloquear para ver se o celular era roubado. Eu falei que eu ia desbloquear, ia mexer no celular e discar o código lá. Ele pegou meu braço e botou pra trás”, diz o jovem.
O policial mexeu nas fotos e mensagens do estudante, segundo a denúncia. O adolescente conta que o PM disse que o celular era roubado e o encaminho para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), na Asa Norte.
Notificação
Fachada da Delegacia da Criança e do Adolescente, na Asa Norte
Gabriel Luiz/G1
Um boletim de ocorrência foi registrado por ato infracional análogo a desacato. Na ficha de notificação, o PM relatou que foi ofendido quando pediu que o adolescente guardasse o celular.
Ele relatou que o celular foi retido no momento em que o aluno “partiu para cima” do policial, empurrando-o e batendo em seu braço, no intuito de pegar o telefone de volta. Em seguida, o adolescente recebeu voz de prisão, ainda de acordo com o boletim.
O celular foi devolvido ao estudante depois que a Polícia Civil confirmou que o aparelho não era roubado.
Adolescente diz que foi agredido por policial em escola de gestão compartilhada
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