Polícia Civil realizou perícia complementar no prédio abandonado onde o corpo do menor foi encontrado em Bauru (SP). Casal de idosos e genro foram mortos a facadas em Agudos. Adolescente suspeito de triplo assassinato foi encontrado morto em prédio abandonado em Bauru (SP)
Reprodução/Google Street View
O laudo do médico legista apontou que a morte do jovem suspeito de ter assassinado um casal de idosos e o genro deles no final de maio, em Agudos (SP) foi causada por uma lesão na coluna cervical, após uma queda no prédio abandonado onde seu corpo foi encontrado dois dias após o crime.
📲 Participe do canal do g1 Bauru e Marília no WhatsApp
A Polícia Civil realizou, nesta segunda-feira (3), uma perícia complementar no prédio. Segundo o delegado responsável pela investigação da morte do jovem de 15 anos, Cledson Nascimento, o objetivo principal da nova perícia era investigar se um vergalhão desalinhado teria sido o ponto de impacto da queda, além de confirmar a versão dada em depoimento à polícia por três amigos do adolescente de que o menor morreu após uma queda acidental.
Os exames necroscópicos descartaram agressões em vida contra o jovem, já que não foram encontrados hematomas no corpo.
Ainda segundo o médico legista, a causa da morte foi uma fratura cervical. O corpo do jovem também apresentava uma lesão próxima ao pescoço e o fêmur fraturado, possivelmente causados pelo impacto com o vergalhão, que também desacelerou a queda.
Trajeto dos jovens
O adolescente de 15 anos é o principal suspeito de ter assassinado um casal de idosos e o genro deles na sexta-feira, 24 de maio, pela manhã, em Agudos.
Amigos dizem que adolescente suspeito de matar casal e genro morreu após queda acidental
O corpo do menor de idade, também vizinho do casal assassinado, foi achado por volta das 10h30 da segunda-feira seguinte ao assassinato, 27 de maio, em um imóvel na Rua Doutor Adolpho Miraglia, em Bauru, cidade a 20 km de Agudos.
Após analisar 2 mil vídeos com 48 horas de gravações de câmeras de segurança da região onde fica o prédio, a polícia chegou a três amigos do adolescente, de 16, 18 e 20 anos.
Em depoimento eles revelaram que vieram para Bauru após fumarem maconha ainda em Agudos, no domingo, 26 de maio, e compraram spray de pichação e respingo de solda que foram usados como alucinógenos, além de salgados. Tudo teria sido pago pelo adolescente suspeito com dinheiro que teria sido roubado do casal de idosos.
Resquícios dos alimentos e os produtos alucinógenos foram posteriormente encontrados no prédio onde o menino morreu. Segundo o delegado Cledson Nascimento, os três jovens deram a mesma versão da morte do amigo.
“Na versão dos três, quando saíam do local já próximo ao térreo, o menor disse que voltaria para apanhar seus chinelos e, logo em seguida, eles escutaram um forte estrondo e, quando foram ver, o mesmo estava caído no vão lateral, com vários ferimentos”, afirma o delegado.
Questionados sobre o motivo pelo qual não pediram socorro, foram unânimes em dizer que temiam serem responsabilizados pela morte, dizendo que todos estavam bastante alterados pelo uso do alucinógeno.
Quando o corpo foi encontrado, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionado e constatou o óbito no local. O caso foi registrado como morte suspeita e segue sob investigação.
Casal e genro foram assassinados em Agudos (SP)
Arquivo pessoal
Tragédia familiar
As três pessoas da mesma família foram mortas a facadas na residência do casal de idosos, na sexta-feira (24), em Agudos. Os corpos de Joana Carrasco, de 70 anos, Aparecido Carrasco, de 74, e o genro deles, Valdinei de Souza, de 57 anos, foram encontrados pela filha e esposa das vítimas.
Valdinei costumava passar na casa dos sogros após fazer exercícios pela manhã e, segundo a viúva dele, no dia do crime, ele saiu sem celular.
Preocupada com o marido, ela tentou falar com os pais, mas sem sucesso. Como ela não conseguia contato com o marido e nem com os pais, decidiu ir até a casa, onde encontrou os três mortos.
Vítimas foram encontradas com sinais de violência em Agudos (SP)
Arquivo pessoal
De acordo com o delegado Marcos Jefferson, responsável pela investigação, a polícia acredita que o autor do crime pulou o muro dos fundos da casa e, diante da dinâmica de como os corpos foram encontrados, o primeiro a ser agredido teria sido Aparecido Carrasco, que estava em um corredor entre a sala e a cozinha da residência, mais próximo ao segundo cômodo.
“A gente sabe que o primeiro agredido foi o senhor na cozinha. O autor do crime foi dos fundos para a frente, acessou pelos fundos da casa, começou o crime pelos fundos, indo em direção à frente da casa”, revela.
Os corpos das outras duas vítimas foram encontrados em outros cômodos, sendo Joana Carrasco na cozinha, bem ao lado do fogão, e o genro dela, Valdinei, na sala. Os três apresentavam marcas de facadas no pescoço.
Os corpos das vítimas foram velados e enterrados no dia seguinte ao crime no Cemitério Municipal de Agudos.
Depoimentos
O principal suspeito de ter cometido o crime é o adolescente que era vizinho do casal de idosos e foi encontrado morto em Bauru.
Segundo as investigações, o jovem desapareceu logo após a localização dos corpos e costumava fazer uso de drogas no telhado da casa dele, que dá para os fundos da residência das vítimas.
Adolescente de 15 anos suspeito de assassinar família no interior de SP é encontrado morto
Em depoimento à polícia, a irmã do adolescente contou que, no dia do crime, escutou passos no telhado e, na sequência, o irmão teria descido, tomado banho, colocado roupas em um saco e saído, voltando 40 minutos depois, quando a polícia já estava na residência das vítimas.
O adolescente permaneceu em casa durante o atendimento da polícia à ocorrência e saiu depois para encontrar um amigo na residência dele, onde passou a noite de sexta-feira (24) para sábado, não sendo mais localizado pela própria família.
Apesar das suspeitas, o delegado afirma que os investigadores aguardam ainda os exames necroscópico das vítimas, laudos periciais e análise de imagens de circuito de segurança próximo à residência para poder desvendar a autoria, motivação e cronologia do crime, que causou comoção em Agudos, cidade de 37 mil habitantes no interior de SP.
“A gente continua estudando todas as linhas de investigação. Essa do adolescente ganhou um certo vulto, mas precisamos de provas. Estamos colhendo vídeos próximo ao local, precisamos de provas da perícia, de laudos”, pontua Marcos Jefferson.
Ainda de acordo com o delegado, a arma utilizada no crime, possivelmente uma faca, não foi localizada, e o princípio de incêndio no fogão registrado no local pode ter sido uma forma do suspeito de tentar apagar evidências do crime, inicialmente registrado como triplo homicídio.
Três pessoas da mesma família foram encontradas mortas em Agudos (SP)
Mayky Araújo/TV TEM
Comportamento agressivo
Em depoimento, a mãe e a irmã do adolescente contaram que o jovem era usuário de drogas e apresentava comportamento agressivo, além de misturar o consumo de álcool com remédios.
Segundo o delegado, dias antes do crime, o adolescente agrediu a mãe por ela ter retirado o celular dele. Durante a investigação, outras testemunhas contaram, ainda, que viram o jovem com um celular “velho” e “conservado”, possivelmente de uma das vítimas dos assassinatos.
Ele era considerado desaparecido desde o dia dos homicídios. Durante o período, segundo testemunhas contaram à polícia, chegou a encontrar um amigo, quando o adolescente teria gastado R$ 360 em roupas e contou para ele que iria para Bauru. A polícia apura se o dinheiro era das vítimas.
Casal de idosos e genro encontrados mortos são velados em Agudos (SP)
Reprodução
Veja mais notícias da região no g1 Bauru e Marília
Confira mais notícias do centro-oeste paulista: