Advogada Luanna Lago diz ter se sentido humilhada, junto com seu filho, após terem sido acusados de subtrair um carrinho de compras em 10 de janeiro, no supermercado Mateus no bairro Renascença, em São Luís. A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Maranhão (OAB-MA) acompanha o caso. Advogada diz ter sido acusada injustamente de ‘subtrair’ carrinho de supermercado no
A advogada Luanna Lago denunciou ter sido alvo, junto com o seu filho adolescente, de uma situação humilhante dentro do supermercado Mateus no bairro Renascença, em São Luís. Luana afirma que ela e o filho foram acusados, por um homem, de ter pegado o carrinho de compras dele dentro da loja. A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Maranhão (OAB-MA) acompanha o caso.
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O caso aconteceu no último dia 10 de janeiro e o relato de Luana também foi publicado por meio de vídeos nas redes sociais (veja o relato acima). A advogada contou que ao fazer compras com o filho no supermercado, o carrinho que eles estariam utilizando desapareceu. Após procurar pelo carrinho por alguns minutos, eles teriam achado em outra parte do supermercado.
Em seguida, um homem apareceu, comentou que o carrinho dele teria sumido e em seguida, ele acusou ela e o filho de terem pegado o carrinho de compras dele. Ela negou que teria feito isso, chegou a relatar que o carrinho dela também havia sumido, entretanto, ele continuou fazendo as acusações.
À advogada, o homem disse que chegou a olhar as câmeras de segurança do supermercado e ele acusou novamente o filho de Luanna de ter pegado o carrinho. Após diversas negativas por parte da advogada, o homem teria percebido que havia apenas um único item em comum com o dele no carrinho de compras da advogada.
“Fomos abordados por um homem que disse que o carrinho dele havia sumido. Eu cheguei a dizer que achava que alguém estaria brincando, já que o meu carrinho também havia sumido. E ai, ele disse logo em seguida que tinha visto uma filmagem que mostrava o meu filho pegando o carrinho dele. E eu neguei tudo em uma boa. O homem disse em seguida que realmente havia só um item em comum com que ele havia comprado e nós saímos de lá”, conta a advogada.
Advogada Luanna Lago falou sobre o caso nas redes sociais
Reprodução/Redes Sociais
Segundo Luanna, ela seguiu para o caixa onde realizaria o pagamento dos itens. Nesse momento, ela foi abordada por uma fiscal da loja que, acompanhado do homem que havia a acusado, e relatou novamente que a advogada teria “subtraído” o carrinho dele.
Luanna Lago conta que o homem e o fiscal continuaram insistindo na história e que eles teriam confirmado que o carrinho havia sido “roubado”, por meio de imagens de câmeras de segurança.
“Aquilo foi me sufocando de uma forma tão gigante que tomou uma proporção que eu jamais esperaria. De repente eu me vi aos gritos. Eu não queria que as pessoas pensassem que nós estávamos sendo acusados de furto. Eu me vi num desespero muito grande, protegendo meu filho de uma injustiça, de uma acusação falsa. Comecei a gritar, gritei muito”, conta.
A advogada afirmou que se sentiu mal por não ter sido ouvida por ninguém da equipe do supermercado, para que a situação pudesse ter sido resolvida da melhor forma. Ela disse que o estabelecimento tinha obrigação de ouvir ela sobre o ocorrido.
“A família que teve todo o apoio era aquela família que tinha tido seu carrinho pegado. E eu nem vou precisar dizer qual a cor da pele deles e não quero fazer essa abordagem para que as pessoas não pensem que estou me vitimando”, disse.
De acordo com Luanna, após ela pedir que as imagens fossem analisadas, ficou constatado que o homem que havia a acusado de subtrair o seu carrinho tinha, na verdade, levado o carrinho dela que havia sumido.
“Provamos que estávamos certos e saímos de lá com a cabeça erguida. Em nenhum momento ele admitiu o erro dele. O carrinho que meu filho pegou era o meu carrinho, com as minhas compras, que eu pagaria com o meu dinheiro. Mas nada aquilo interessava, o que interessou pro supermercado foi proteger aquela família. Infelizmente, esse é o Brasil”, finalizou.
OAB acompanha o caso
Após o ocorrido, Luanna registrou um boletim de ocorrência sobre o caso. A expectativa é que ela e o filho sejam ouvidos pela polícia nesta sexta-feira (17).
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Maranhão (OAB-MA), Érik Moraes, classificou a situação como um ato de racismo.
Erik afirmou que as medidas legais sobre o caso serão tomadas, incluindo a abertura de um inquérito policial, uma queixa-crime junto ao Tribunal de Justiça do Maranhão e um processo de indenização por danos morais.
Procurado, o Grupo Mateus ainda não se manifestou sobre o caso.