25 de setembro de 2024

Advogado é preso no interior de SP por suspeita de participar de negociação de decisão judicial a favor de traficante

Polícia Federal cumpriu mandado contra Luiz Pires Moraes Neto em Santa Rosa de Viterbo (SP) nesta quarta-feira (25). Investigações levantaram suspeita de que ele foi buscar R$ 1 milhão no Paraguai para garantir propina a desembargador do TJ-SP. Um advogado foi preso nesta quarta-feira (25) pela Polícia Federal suspeito de participar de um esquema de vendas de decisões no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Os agentes cumpriram um mandado contra Luiz Pires Moraes Neto em Santa Rosa de Viterbo (SP), segundo apuração da EPTV, afiliada da TV Globo.
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A reportagem não obteve, até a última atualização desta notícia, um posicionamento da defesa de Moraes Neto.
Advogado é preso por suspeita de participar de negociação de sentenças judiciais em São Paulo
Reprodução/EPTV
O advogado é um dos investigados pela Operação Churrascada, deflagrada em junho deste ano. Conversas obtidas pela PF levantaram a suspeita de que ele foi ao Paraguai buscar R$ 1 milhão, quantia que seria utilizada como propina para que outro advogado, Wellington Pires da Silva, tentasse comprar a transferência de presídio do traficante Romilton Queiroz Hosi, aliado do Fernandinho Beira-Mar, com o desembargador Ivo de Almeida.
Almeida foi afastado de suas funções por um ano devido às investigações. Pires da Silva foi alvo de um mandado de prisão preventiva, mas é considerado foragido. A reportagem tenta ouvir as defesas deles nesta quarta-feira.
Durante a operação desta quarta-feira, os agentes também cumpriram um mandado de busca no endereço do investigado. Moraes Neto foi levado para a sede da Polícia Federal, em Ribeirão Preto (SP), e deve passar por uma audiência de custódia na quinta-feira (26).
O suspeito foi acompanhado membros da 12ª seção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Troca de mensagens entre advogados de Santa Rosa de Viterbo, SP, mostra tentativa de negociação para transferência de traficante
Reprodução/EPTV
Investigações
Romilton está preso em uma penitenciária em Avaré (SP) desde 2019. À época, a intenção era negociar uma transferência para um presídio no Mato Grosso, para que ele conseguisse fugir.
O traficante teria oferecido R$ 1 milhão em propina, dinheiro que seria entregue ao desembargador.
Mensagens interceptadas com autorização da Justiça e obtidas pela EPTV, afiliada da TV Globo, revelam como funcionaria a venda.
Em uma delas, Wellington conversa com um intermediário de Ivo no TJ:
– Lembrando que a ponta do Mato Grosso já está certa para buscar. Se for concedido, a penitenciária do Mato Grosso já vem buscar [R$ 1 milhão], entendeu? É só o fato de conceder.
Uma outra mensagem aponta Luiz Pires de Moraes, advogado em Santa Rosa de Viterbo, conversando com Wellington sobre o pagamento da propina de R$ 1 milhão. A suspeita da PF é de que Luiz foi até o Paraguai buscar o dinheiro:
– E aí, meu parceiraço? Já voltei do Paraguai, hein? Lá a mala está pronta. Agora só você na área, hein?
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