Valdecy Urquiza, graduado em Direito pela Universidade de Fortaleza, foi chancelado como secretário-geral pelos países-membros na Assembleia Geral da Interpol O mandato de Urquiza é de cinco anos, podendo ser renovado por mais cinco
Coordenação-Geral de Comunicação Social da Polícia Federal
O delegado da Polícia Federal Valdecy Urquiza, egresso do curso de Direito da Universidade de Fortaleza (Unifor), da Fundação Edson Queiroz, foi confirmado secretário-geral da Interpol, durante Assembleia Geral da organização realizada na manhã desta terça-feira, 5 de novembro, em Glasgow, Escócia. A decisão torna o maranhense Urquiza o primeiro cidadão de um país em desenvolvimento a ocupar o cargo mais alto da Interpol, a maior e a mais importante organização de combate ao crime do mundo. Ao longo de seus 101 anos de história, a instituição teve oito secretários-gerais: um austríaco, quatro franceses, um britânico, um alemão e um norte-americano.
Desde o início do ano, Valdecy Urquiza já era considerado potencial candidato ao cargo. Em junho, o nome dele foi indicado pelo comitê executivo da Interpol e agora ele foi escolhido por 145 países-membros da organização para ocupar o cargo, que assumirá no final da próxima semana, quando terminará a Assembleia Geral. O mandato é de cinco anos, podendo ser renovado por mais cinco. Ele irá se mudar com a família para Lyon, na França, onde fica a sede da instituição. Em discurso logo após a sua confirmação, Urquiza elencou as principais metas à frente da Interpol.
Em agosto passado, Valdecy Urquiza, até então diretor de Cooperação Internacional da Polícia Federal e vice-presidente para as Américas do Comitê Executivo da Interpol, concedeu entrevista exclusiva ao jornal Unifor Notícias. Na oportunidade, Urquiza falou sobre os atuais desafios da Interpol no combate a crimes transnacionais e as metas para seu mandato à frente da organização e comentou sobre a importância da Unifor em sua formação acadêmica e profissional.
Confira abaixo alguns depoimentos do novo secretário-geral da Interpol e neste link a íntegra da entrevista.
O papel da Interpol no mundo atual
“(…) hoje a Interpol passa a facilitar a troca de informação não só mais de fugitivos, trata de uma gama de outras ameaças, desde os crimes cibernéticos até o terrorismo e a exploração de comunidades vulneráveis. E isso agregando novos serviços e novas atividades à sua atuação. Passa, cada vez mais, a adotar novas tecnologias em sua atividade. Aquilo que, no início, era um arquivo de papel, evoluiu para comunicações via rádio e depois para uma rede criptografada segura para troca de informações em tempo real”.
Plano de trabalho à frente da Interpol
“Eu tenho pela frente um plano de trabalho que está sendo construído, que vai focar muito no fortalecimento da gestão estratégica da Organização, na adoção de novas tecnologias para o desenvolvimento do trabalho da Interpol e que terá também, evidentemente, como foco fortalecer o apoio aos próprios países em desenvolvimento. Queremos que todas as polícias do mundo alcancem um patamar através do qual elas estejam capacitadas tecnicamente para combater essas ameaças de forma autônoma, sempre com o apoio da Interpol quando necessário, mas que elas possam realmente ter os instrumentos necessários para o combate à criminalidade”.
Reconhecimento ao trabalho da Polícia Federal
“Ter sido indicado pelo Comitê Executivo para essa função muito me alegra e me traz também a felicidade de ver o reconhecimento à Polícia Federal do Brasil, o reconhecimento ao Estado brasileiro como um país que tem profissionais com as habilidades necessárias para assumir um desafio como esse. Acredito que o trabalho que a Polícia Federal tem desenvolvido na área de cooperação internacional nos últimos anos tem sido também uma referência mundial e, por isso, acredito que é um reconhecimento não só a mim, o indivíduo, mas à instituição a qual pertenço por essa trajetória da cooperação internacional”.
Sobre a importância da Unifor na formação profissional
“[De 1999 a 2003], eu cursei o bacharelado em Direito na Unifor, uma universidade que acredito que agregou muito para mim em termos de conhecimentos acadêmicos, da minha formação acadêmica. Um período também de formação de laços muito fortes com os profissionais que ali trabalham, com os alunos da instituição, com toda a comunidade acadêmica.
[…] Tomei a decisão à época de seguir a jornada acadêmica na Universidade de Fortaleza, porque eu reconheci ali como um centro de excelência na formação acadêmica, um centro de referência no curso da trajetória que eu resolvi trilhar e só posso dizer que tenho ainda um sentimento de muita gratidão e alegria pela Universidade, pelos colegas que conheci aí e que guardo até hoje e por toda a comunidade de profissionais, de servidores e de professores da Unifor”.
Sobre a relevância do estudo universitário
“Acredito que o estudo acadêmico é a base para tudo, independente da profissão que se resolva abraçar. O estudo acadêmico é o início da jornada. No tempo que estive na Universidade, tive a oportunidade de participar muito de atividades de pesquisa, também proporcionadas pela Unifor. Acredito que isso agregou muito também na minha experiência acadêmica. E acho que a sugestão que posso dar é isso: que aproveitem o momento acadêmico para se aprofundar nos temas, para ouvir daqueles que têm um pouco mais de experiência e, a partir daí, construir a sua trajetória profissional”.