28 de setembro de 2024

Agreste de Pernambuco se estabelece como polo produtor de vinhos, afirma Embrapa

Estudo envolveu o cultivo e avaliação de dez variedades de uvas europeias em cinco ciclos de produção no campo experimental do IPA, no município de Brejão (PE). Uva cora é destaque na produção e é utilizada para fazer vinhos e suco integral da fruta
Reprodução/TV Gazeta
Uma pesquisa realizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Semiárido de Pernambuco, em parceria com a Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (Ufape) e o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) reconheceu o Agreste de Pernambuco como um polo produtor de vinhos.
De acordo com a pesquisa, seis variedades de uvas foram recomendadas especificamente para a região, com dados que comprovam a viabilidade da produção local e análises da qualidade dos vinhos produzidos.
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Segundo o estudo, foram avaliados dez variedades de uvas europeias em cinco ciclos de produção no campo experimental do IPA, no município de Brejão, no Agreste de PE. O objetivo era compreender o comportamento agronômico, a adaptação das variedades, a qualidade das uvas, o potencial enológico e a viabilidade do processamento de vinhos em regiões não tradicionais.
Para a produção de vinhos brancos, as cultivares recomendadas foram Sauvignon Blanc, Muscat Blanc à Petits Grains (conhecido como Moscato Branco) e Viognier. Para os vinhos tintos, as variedades mais indicadas foram Syrah, Cabernet Sauvignon e Malbec. O desempenho de cada um deles pode ser conferido no site oficial
Segundo a pesquisadora da Embrapa e coordenadora do projeto, Patrícia Coelho de Souza Leão, essas uvas se destacaram pelo bom desempenho agronômico, produtividade e potencial enológico.
“A Sauvignon Blanc (foto abaixo), Syrah e Malbec foram as mais notáveis, com produtividade média de 10 toneladas por hectare, similar à registrada na região do Vale do São Francisco, polo produtor já consolidado, sendo recomendadas para cultivo no Agreste”, afirma.
Além dessas, a Chardonnay foi avaliada para vinhos brancos, e a Pinot Noir e Petit Verdot para vinhos tintos. “No entanto, essas variedades não mostraram boa adaptação, apresentando fraco desenvolvimento vegetativo, baixo vigor e produtividade reduzida”, aponta a pesquisadora.
O estudo também fez uma avaliação da qualidade dos vinhos produzidos a partir de uvas cultivadas e utilizando métodos tradicionais em um laboratório da Empraba. O resultado, que pode ser conferido no site oficial, foi que os vinhos atenderam  às exigências da legislação brasileira para vinhos finos secos e se destacaram em análises sensoriais conduzidas pela equipe da Escola do Vinho, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE).
“Os resultados são um estímulo para a produção de uvas viníferas na região. Além de atrair o turismo, a vitivinicultura diversifica as atividades agropecuárias, especialmente para pequenos e médios empreendedores rurais, e oferece ao consumidor vinhos de qualidade diferenciada em relação aos produzidos no Semiárido”, destaca Patrícia.

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