17 de outubro de 2024

Agricultor que confessou ter matado cunhado durante briga por herança já tinha denunciado vítima à polícia por agressões ao irmão, diz delegado

Delegado explicou que vítima já havia agredido pai de Vanderley, dono dos bens deixados para herdeiros. Suspeito disse não considerar justo que vítima tivesse direito a parte da herança, segundo polícia. Homem é preso suspeito de matar cunhado a tiros por disputa de herança
O agricultor Vanderley Sousa Cruvinel, que confessou ter matado o cunhado durante uma briga por herança, já havia denunciado a vítima, Juliano Peterson Souza Durigon, à polícia por agressões contra o irmão dele, segundo informou o delegado Adelson Candeo. Ao g1, o delegado disse que Vanderley admitiu o crime, que ocorreu em Rio Verde, no sudoeste goiano, por não considerar justo que a vítima tivesse direito a parte da herança.
“Há uma ocorrência registrada em 2016 por Vanderley contra Juliano, na qual ele menciona as agressões contra o irmão. Juliano também responde por lesão corporal, ameaça, injúria e porte de arma de fogo em 2021, ocasião em que foi preso em flagrante”, disse o delegado.
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A defesa do suspeito, Vanderley Sousa Cruvinel, informou ao g1 que ele está preso e colaborando com as autoridades. O advogado Jefferson Silva Borges também afirmou que o acusado “se colocou à disposição da Justiça, contribuindo com as investigações” (confira a nota completa ao final do texto).
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Adelson Candeo também explicou que a vítima já havia agredido o pai de Vanderley, que era o dono dos bens deixados para os herdeiros. “A divisão aproximada seria de uns 10 alqueires para cada herdeiro. Isso representaria, mais ou menos, 4 milhões ou 4,5 milhões para cada”, disse o delegado.
“A vítima, segundo as informações, causava muitas confusões com a família da esposa, de onde viria a herança. Ele já teria agredido tanto o irmão de Vanderley quanto o pai de Vanderley”, completou.
O crime aconteceu na terça-feira (8). Vanderley foi localizado no dia seguinte, quarta-feira (9), às margens da GO-050, em uma área de mata próxima à fazenda onde mora, em Rio Verde. O delegado afirmou que o suspeito e a vítima moravam em fazendas vizinhas, separadas por uma cerca.
Esposa da vítima
A esposa da vítima, irmã do acusado, testemunhou o ocorrido. Segundo o delegado, ela relatou que “percebeu o irmão indo em direção ao marido com uma arma e dizendo: ‘Vou te ensinar a bater na cara de homem’”.
O delegado informou que o número de tiros que atingiram a vítima e o veículo só será confirmado após a conclusão da perícia.
Herança e brigas
Juliano Peterson Souza Durigon (à esquerda), a vítima, e Vanderley Sousa Cruvinel (à direita), o supeito – Goiás
Divulgação / Polícia Civil
Segundo o delegado, a herança deixada pelo pai do acusado e sogro da vítima é uma propriedade rural. Os dois discutiam sobre o valor que cada um teria direito, pois tinham negócios mal resolvidos.
Ainda de acordo com o delegado, a discussão entre os dois se intensificou após Vanderley emprestar um cheque a Juliano, e o acusado alega não ter recebido o valor de volta. Não há informações sobre o montante do empréstimo.
Além disso, Vanderley afirma, segundo o delegado, que Juliano não gostava do sogro e falava mal dele. Por isso, o acusado via como um problema a divisão da herança e acreditava que Juliano queria se beneficiar desse valor.
“As discussões determinantes foram por conta da divisão da herança, do cheque e porque a vítima falava sempre mal da família do autor, mas ainda assim queria a herança do pai do autor, de quem tanto falava mal. Isso gerou o grande conflito”, disse o delegado.
Vanderley foi localizado pelo Grupo de Investigação de Homicídios, com o apoio da Delegacia de Narcóticos da Polícia Civil de Rio Verde. Segundo o delegado, a arma utilizada no crime era legalizada e registrada, e foi apreendida.
Nota da defesa na íntegra.
“A defesa de Vanderlei informa que ele foi detido pela Polícia Civil e está colaborando plenamente com as autoridades competentes. Desde o início, Vanderlei se colocou à disposição da Justiça, contribuindo com as investigações. Aguardamos a tramitação regular do inquérito, confiantes de que a verdade será devidamente apurada.”
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