13 de novembro de 2024

Alter do Chão aposta em recuperação do turismo após seca histórica


A retomada da procura por hospedagens e pacotes de passeios já indica uma tendência positiva para o final de 2024, trazendo esperança para os moradores e empresários da vila Na primeira foto, Alter do Chão com volume de água normal; na segunda foto, Alter do Chão em setembro de 2024 com baixo volume de água
Oliver Cam e Claudemiro Rocha
Em Santarém, oeste do Pará, a praia de Alter do Chão, um dos destinos turísticos mais procurados da região e conhecido mundialmente como o “Caribe Amazônico”, enfrenta uma recuperação gradual após um período de seca intensa que impactou diretamente o turismo local. A seca prolongada, que atingiu seu pico entre setembro e outubro, gerou receios tanto para os moradores quanto para os empresários da região, levando a uma queda significativa na procura por hospedagens e passeios turísticos.
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Doris Lobato, proprietário de um hotel em Alter do Chão, explicou que, tradicionalmente, os meses de setembro e outubro são períodos de alta temporada, impulsionados por eventos culturais e a beleza das praias expostas pela seca sazonal do rio Tapajós. Contudo, em 2024, a seca foi mais severa que o habitual, o que afetou o fluxo de turistas.
“Observamos uma queda em outubro, acredito que devido à divulgação intensa sobre a seca na região. Isso afastou muitos visitantes, que ficaram receosos quanto às condições para o turismo”, relatou Doris.
No entanto, há sinais de recuperação. De acordo com Doris, o nível do rio Tapajós começou a subir neste mês, trazendo otimismo para o setor. A expectativa para o mês que vem é de uma retomada mais robusta, com a chegada das festas de fim de ano e o tradicional réveillon de Alter do Chão, um dos eventos mais aguardados pelos turistas.
“A procura para o réveillon já está alta. Muitos pacotes já foram vendidos com antecedência, e alguns hotéis estão quase sem disponibilidade. Acreditamos que, com a elevação do nível do rio, as condições vão melhorar e os turistas poderão aproveitar mais as belezas naturais da região”, afirmou o empresário.
Os passeios turísticos em Alter do Chão também tiveram que se adaptar às mudanças no nível do rio. Durante a seca, algumas praias ficam mais expostas e outras menos acessíveis, modificando a qualidade e a atratividade das rotas turísticas. Apesar das dificuldades, Doris destaca que destinos como o Rio Arapiuns, Ilha do Amor e Ponta de Pedras continuam sendo opções muito populares.
“Os passeios vão se adequando conforme o nível do rio. Há passeios específicos para o período de cheia e outros para a seca. Agora, com a elevação gradual do rio, novas opções de praias e pontos de visitação estarão disponíveis, o que deve atrair ainda mais turistas”, explicou Doris.
A recuperação do turismo em Alter do Chão é vista como uma boa notícia para a economia da pequena vila que depende fortemente do setor. Com a expectativa de um fim de ano movimentado, empresários e guias turísticos se preparam para atender um público cada vez maior e mais exigente. A aposta é que, com o retorno das chuvas e a normalização do nível do rio, Alter do Chão possa retomar seu brilho e proporcionar uma experiência inesquecível para os visitantes.
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