5 de outubro de 2024

AM recebe kits de medicamentos e insumos do Ministério da Saúde para apoiar vítimas da seca

Os kits serão enviados pela SES-AM para os municípios afetados pela seca extrema e atenderão 81 mil pessoas durante 30 dias. AM recebe medicamentos e insumos enviados pelo Ministério da Saúde, em apoio ao Plano de Contingência para Estiagem.
Divulgação/SES-AM
O Amazonas recebeu, nesta sexta-feira (4), kits de medicamentos e insumos estratégicos do Ministério da Saúde para apoiar o Plano de Contingência contra os efeitos da estiagem no estado. O material será distribuído aos municípios mais afetados pela seca extrema e é suficiente para atender 81 mil pessoas durante 30 dias.
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O Amazonas enfrenta uma estiagem severa que deixou todos os principais rios do estado em situação crítica. No fim da tarde de quinta-feira (3), o Rio Negro bateu o recorde histórico ao ultrapassar a marca de 12,70 metros, registrada em 2023. Na manhã desta quarta-feira (4), o nível do rio atingiu a 12,66 metros.
De acordo com a secretária da SES-AM, Nayara Maksoud, os kits serão distribuídos seguindo o cronograma de envio para os municípios. A secretária esteve em Brasília, no dia 26 de setembro, em reunião com a ministra da Saúde, Nísia Trindade. Na ocasião, solicitou apoio federal às ações do Plano de Contingência que vem sendo executado no Amazonas, por determinação do governador Wilson Lima.
“Entre o pedido de aporte de recursos federais, solicitei da ministra Nísia Trindade o envio de 900 kits de medicamentos e insumos para o Amazonas. Hoje, estamos recebendo parte desse quantitativo e aguardamos que as demais solicitações sejam atendidas”, disse Nayara Maksoud, reforçando que o Plano de Contingência define apoio aos municípios, ações de gestão, abastecimento de medicamentos e insumos, infraestrutura, mobilização e educação em saúde.
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Apoio aos municípios
O Governo do Amazonas já enviou 200,3 toneladas de medicamentos e insumos para cidades das regiões do Madeira, Juruá, Purus e Alto Solimões, e mais 9,8 mil volumes para municípios diversos. Além disso, 102 cilindros de oxigênio foram para Eirunepé, Canutama, Ipixuna, Boca do Acre e Itamarati e uma usina de oxigênio foi instalada em Envira.
Ações de monitoramento estão sendo desenvolvidas nos municípios, por meio do Centro de Operações de Vigilância em Saúde da Fundação de Vigilância em Saúde – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP). A atuação vem acontecendo desde maio deste ano, monitorando os agravos e doenças, para resposta em tempo oportuno.
De julho a setembro, profissionais da SES-AM e FVS-RCP realizaram visita de suporte e proteção de saúde frente à estiagem a 17 municípios do Amazonas, localizados nas calhas dos rios Juruá, Purus e Alto Solimões.
Assistência humanitária
No âmbito da assistência humanitária, foram distribuídas 2,5 mil toneladas de alimentos para as regiões mais afetadas. Para atender as famílias impactadas, o governo instalou 36 purificadores de água, sendo 8 destinados à calha do Alto Solimões, e enviou 700 caixas d’água para melhorar o acesso à água potável.
Além disso, o governo informou que enviou 202,2 toneladas de medicamentos e insumos para municípios das regiões do Madeira, Juruá, Purus e Alto Solimões.
Foram também enviados 37 cilindros de oxigênio para Eirunepé, Canutama e Itamarati, além da instalação de uma usina de oxigênio em Envira. Para Ipixuna, foram enviados 10 cilindros de oxigênio e medicamentos, totalizando 8,4 mil volumes distribuídos em diversos municípios.
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Segundo Renato Senna, pesquisador e coordenador de hidrologia do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o Amazonas ainda está enfrentando os efeitos da seca do ano passado, como a falta de precipitação.
“A própria seca de 2023, devido principalmente ao El Niño e também ao aquecimento do Atlântico Tropical Norte, alterando a circulação atmosférica sobre nossa região; dificultaram a formação e o desenvolvimento das nuvens reduzindo o volume de precipitação durante a nossa estação chuvosa; que normalmente ocorre entre dezembro de um ano e abril ou maio do ano seguinte”, disse.
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Matheus Castros/ g1 Amazonas

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