17 de novembro de 2024

AM tem redução nos casos de Oropouche e entra em fase de estabilidade da doença, aponta FVS

Estado passou de cinco casos registrados para nenhum caso na primeira semana de agosto. Febre de Oropouche pode ser transmitida pela picada de maruim e pernilongo
Dive/Divulgação
Desde o fim de maio, o Amazonas tem apresentado uma redução nos casos de Febre do Oropouche, seguida por uma fase de estabilidade da doença. De acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), o estado passou de cinco casos registrados para nenhum caso na primeira semana de agosto.
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Em 2023, o Amazonas viveu um surto da doença, que tem sintomas semelhantes aos da dengue. A Febre do Oropouche é transmitida principalmente por um mosquito conhecido popularmente como maruim ou meruim. O mosquito é 20 vezes menor que o Aedes aegypti. A arbovirose apresenta sintomas como dor de cabeça, muscular, nas articulações, entre outros.
Já de janeiro a 25 de julho deste ano, o Amazonas registrou 3.177 casos de Febre do Oropouche, por meio de critério laboratorial. Os dados da doença são divulgados mensalmente pela FVS-RCP, via informe epidemiológico.
“O enfrentamento da febre do Oropouche no Amazonas tem sido realizado de forma integrada. A ocorrência da doença na região amazônica segue sendo estudada por pesquisadores de todo o país. Enquanto isso, fomos destaques, em março e junho, no monitoramento em cenário nacional voltado para estratégias de vigilância e controle em todo o estado”, destacou a diretora-presidente da FVS, Tatyana Amorim.
Em resposta ao aumento dos casos e à necessidade de reforço na vigilância, o Governo do Amazonas, entregou, ainda em março, 20 veículos e 125 pulverizadores para apoiar o enfrentamento da febre do Oropouche e outras arboviroses, como dengue e malária, em municípios do interior do estado.
“Paralelamente, estamos intensificando o monitoramento de gestantes e recém-nascidos, visando um acompanhamento rigoroso para minimizar os riscos associados à infecção nesse grupo”, destacou a gerente de Doenças Transmissíveis no Departamento de Vigilância Epidemiológica, Lilian Furtado.
Ação contínua
Além do monitoramento contínuo e detalhado dos casos, a FVS tem promovido a capacitação de profissionais e a troca de experiências com outras regiões afetadas. Entre as iniciativas recentes, está a participação da FVS-RCP no 1º Simpósio sobre a Febre do Oropouche – Bahia 2024, onde foram compartilhadas experiências e estratégias de controle do Amazonas com outros estados.
A FVS também tem investido na capacitação de profissionais locais. Em abril de 2024, a Fundação sediou o curso “Biologia dos Arbovírus e Vetores da Febre do Oropouche”, em Manaus. Este treinamento ocorreu para aprimorar as habilidades dos profissionais da saúde pública, na identificação e controle eficaz da Febre do Oropouche.
Oropouche e prevenção
O Oropouche é uma doença causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes) do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae. A transmissão do Oropouche é feita principalmente pelo inseto conhecido como Culicoides paraensis (maruim). Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no inseto por alguns dias. Quando o inseto pica uma pessoa saudável, pode transmitir o vírus.
Os sintomas são parecidos com os da dengue: dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia. Alguns pacientes apresentam irritação na pele espalhada pelo corpo. Devido à similaridade com outras arboviroses, principalmente dengue e chikungunya, o diagnóstico laboratorial é fundamental para o diagnóstico em conjunto com critérios clínico-epidemiológicos.
Não existe tratamento específico e os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico. Em casos de sintomas suspeitos, a recomendação é procurar ajuda médica e informar sobre a exposição potencial à doença.
Para prevenção, a recomendação inclui evitar o contato com áreas de ocorrência e/ou minimizar a exposição às picadas dos vetores; usar roupas que cubram a maior parte do corpo; manter a limpeza de terrenos e de locais de criação de animais; recolhimento de folhas e frutos que caem no solo; e uso de telas de malha fina em portas e janelas.

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