26 de outubro de 2024

Amazonas deve registrar 500 casos de câncer de mama em 2024, estima Inca

Levantamento é realizado por meio de um cálculo idealizado pelo Observatório Global do Câncer (Globocan). g1 conversou com especialista e ouviu o relato de quem enfrenta a doença. Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon)
Valdo Leão/Secom
O Amazonas deve registrar 500 casos de câncer de mama em 2024, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Ainda de acordo com o levantamento do órgão, é esperado que a capital Manaus lidere os casos com o total de 420 registros da doença.
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A estimativa é realizada para os 26 estados da federação pelo Inca com base na fórmula desenvolvida pelo Observatório Global do Câncer (Globocan). O estudo cruza dados como a incidência da doença e a mortalidade e define uma estimativa de até cinco anos.
Em 2023, a estimativa foi de que o Amazonas tivesse 570 casos de câncer de mama. Os números divulgados estão no boletim de Controle de Câncer de Mama no Brasil, divulgados pelo Inca em 2024.
A doença
Mamografia é essencial para o diagnóstico precoce.
Divulgação/FCecon
O câncer de mama é o tipo mais comum da doença, com mais de 2,2 milhões de casos em todo o mundo todos os anos, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Estima-se que cerca de uma em cada 12 mulheres vá desenvolver câncer de mama ao longo da vida.
A médica oncologista, Emanuelly Karla Oliveira Duarte, alerta que o método mais eficaz para o rastreamento e diagnóstico precoce da doença é a mamografia com tomossíntese, e em alguns casos pode ser utilizado a ultrassom e ressonância das mamas.
A médica ainda completa dizendo que, ao longo dos últimos anos, o tratamento da doença vem tendo avanços bastantes significativos, tanto com os tratamentos cirúrgicos que são menos invasivos e mutiladores, como com o tratamento a base de medicamentos com uma resposta em menos tempo.
“Hoje os maiores desafios encontrados por uma paciente com câncer de mama dizem a respeito da modificação da sua rotina nos aspectos financeiros, sociais e psicológicos. A equipe envolvida no tratamento pode auxiliar nesse acolhimento da paciente, promovendo uma maior facilidade de enfrentamento da doença” disse a oncologista.
A especialista destaca que o câncer descoberto em estágios iniciais apresenta chances maiores de cura, e o tratamento geralmente é realizado com cirurgia. Já nos casos de pacientes com tumores mais avançados, apesar das melhorias no tratamento, as chances de cura ainda são muito baixas.
Convivência com o câncer
A cirurgiã-dentista, Lívea Bulcão, de 37 anos, foi diagnosticada com a doença este ano. Ela compartilhou com o g1 como tem sido o processo de enfretamento à doença.
Bulcão conta que o que mais demorou em toda essa trajetória foi o diagnóstico da doença, que levou cerca de cinco meses.
“Procurei atendimento médico com um profissional generalista que realizou o exame de ultrassom e me disse que não era nada grave, que só deveria acompanhar a lesão anualmente. Por ser nova e não ter casos de câncer na família, tive um diagnóstico errado”, explicou.
A cirurgiã-dentista havia anunciado o casamento na redes socias semanas antes do diagnóstico. Mas em conversa com o noivo, entendeu que teria todo o apoio do mundo para enfrentar essa fase e poder realizar esse sonho.
Atualmente ela publica nas redes sociais as fases do tratamento, com intuito de ajudar outras mulheres.
“Sabemos que falar sobre câncer de mama pode dar aquele friozinho na barriga, mas a prevenção é a nossa melhor amiga. Devemos conhecer nosso corpo, estarmos atentos a qualquer alteração. Percebeu algo diferente? Procure um médico, de preferência especialista na área. Deixar o medo tomar conta pode ser nosso maior inimigo, mas a verdade é que a nossa saúde vale mais do que qualquer insegurança” destacou.
Para ela, a parte mais difícil foi contar para os seus pais da sobre o diagnóstico da doença, mas ao explicar todas as formas de enfrentamento e as taxas de sucesso, os tranquilizou para passar por essa fase juntos.
“Dos momentos mais doloridos desta jornada, destaco como o mais difícil o momento de contar para meus pais sobre o diagnóstico. Vê-los chorar e com medo foi e é bem dolorido. É uma doença que ninguém nunca deveria passar; porém, existe e passamos. Hoje em dia, é uma doença que na maioria dos casos, principalmente quando diagnosticada no começo, tem início, meio e fim. A fé e a possibilidade alta de cura, ajudou minha família a ter mais calma no caminho a percorrer.
A cirurgiã-dentista, Lívea Bulcão, de 37 anos, foi diagnosticada com a doença este ano
Divulgação/Arquivo pessoal

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