Suspeita é de que mortes tenham sido causadas por intoxicação alimentar de feno contaminado. Casos começaram a ser investigados após dez cavalos morrerem na capital entre sábado (4) e segunda-feira (9). Mãe de dono de cavalos relata mortes por suspeita intoxicação em haras de Manaus
Ao menos 22 cavalos morreram no Amazonas desde 1º de janeiro após os animais apresentarem sintomas semelhantes. A informação foi confirmada pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) na manhã desta quinta-feira (9). Suspeita é de que mortes tenham sido causadas por intoxicação alimentar de feno contaminado.
Casos começaram a ser investigados após dez cavalos morrerem na capital entre sábado (4) e segunda-feira (6). As mortes foram denunciadas às autoridades pelos donos dos animais.
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Segundo a PC-AM, 12 mortes foram registradas no Haras da Nilton Lins e oito em uma chácara no bairro Tarumã, ambas em Manaus. Outras duas mortes ocorreram no município de Presidente Figueiredo.
A polícia também confirmou que há outros cavalos doentes, mas a quantidade não foi divulgada.
Conforme o delegado adjunto da PC-AM, Guilherme Torres, uma possível intoxicação pode ter acontecido a partir da alimentação fornecida por uma única empresa, que não teve o nome divulgado.
“A gente está aqui falando de possibilidades, não tem que ser analisada apenas o feno, mas também o armazenamento, a distribuição e a produção desse alimento. As equipes já visitaram alguns locais de fornecimento para verificar todos esses pontos”, explicou o delegado.
Até o momento já foram realizadas as seguintes ações:
➡️ Deslocamento da equipe aos locais de produção e armazenamento da alimentação, para averiguar as condições de produção, armazenamento e distribuição do alimento;
➡️ Requisição de perícia detalhada nos locais onde ocorreram as mortes dos animais;
➡️ Necropsia dos animais, visando à identificação da causa da morte;
➡️ Análise do alimento suspeito, com foco na identificação de substâncias tóxicas;
➡️ Notificação e oitiva dos proprietários dos animais, além de funcionários dos haras, como veterinários e responsáveis pela alimentação.
A PC informou que os trabalhos seguem sendo realizados pela Delegacia Especializada em Crimes Contra o Meio Ambiente e Urbanismo (Dema) em conjunto com peritos criminais e técnicos da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf).
ENTENDA: O que se sabe e o que falta esclarecer sobre mortes de cavalos em Manaus
O caso
Cavalos mortos por suspeita de intoxicação foram enterrados no próprio terreno do haras, denunciam donos.
Arquivo pessoal
Na manhã do sábado (4), donos de cavalos que estavam no Haras da Nilton Lins foram surpreendidos com a notícia da morte de três equinos. Outros animais que estavam no local também estavam doentes e apresentavam sintomas como falta de apetite, o que levou a uma rápida perda de peso. Os animais vivos foram submetidos a tratamento com soro.
Desde então, outros seis animais que estavam no haras morreram até a manhã de terça-feira (7). Um cavalo que estava em uma chácara em outro ponto da cidade também morreu, na segunda-feira (6).
Por meio de nota, a Universidade Nilton Lins, responsável pela administração do haras, informou que, ao identificarem os primeiros sintomas, adotaram medidas para proteger os demais animais e controlar a situação.
Os donos de cavalos encontrados mortos em Manaus denunciaram que os animais foram enterrados sem os devidos critérios sanitários no próprio terreno do Haras Nilton Lins, onde viviam. Imagens enviadas ao g1 mostram covas e os animais sendo deixados no local em tratores. Segundo os proprietários, os enterros são irregulares.
Polícia investiga morte de nove cavalos em Manaus