Candidato do MDB foi o segundo a ser sabatinado neste segundo turno e minimizou a responsabilidade da prefeitura em relação ao trabalho de podas na capital, como desdobramento da tempestade que atingiu a cidade na sexta-feira (11). O prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, durante entrevista no SP2, realizada por José Roberto Burnier
Fabio Tito/g1
O candidato Ricardo Nunes (MDB), que disputa o comando da capital paulista no segundo turno, foi entrevistado pelo SP2 nesta quarta-feira (16) e afirmou que medidas efetivas para reduzir poluição, como ampliação do rodízio, fechamento de escolas e ponto facultativo dependem de orientação de técnicos e não assegurou congelamento do valor da tarifa de ônibus.
Nunes foi sabatinado pelo jornalista José Roberto Burnier. A entrevista teve a duração de 15 minutos e foi transmitida ao vivo no SP2, com exibição também no g1 e no Globoplay. Na terça (15), Boulos foi sabatinado.
Sobre a relação entre o trabalho de podas na capital e os desdobramentos da tempestade que atingiu a cidade na sexta-feira (11), Ricardo Nunes minimizou a responsabilidade da prefeitura, disse que retirou todas as árvores que não estavam em contato com a rede elétrica no domingo (13), e afirmou que ainda aguarda a Enel manejar 19 árvores energizadas.
SP2: Ricardo Nunes (MDB) responde sobre podas de árvores e falta de luz
“Nós fizemos 620 mil podas. Se você pegar, por exemplo, 2016, havia menos da metade que isso, então nós dobramos a capacidade o número de equipes. De 2021 até agora, no meu mandato, 620 mil podas. Em 2016, demoravam 517 dias para fazer uma poda, hoje a gente reduziu para 50 dias e estamos no processo de reduzir ainda mais”, afirmou.
Nunes criticou a concessionária e disse que o governo federal não foi capaz de interromper a operação da empresa em São Paulo.
O prefeito não garantiu manter a tarifa de ônibus congelada em R$ 4,40 em caso de reeleição. Ele afirmou que, no final deste ano, vai estudar os dados sobre finanças relacionadas ao transporte na capital para tomar alguma decisão.
Ao ser questionado sobre a tarifa, afirmou: “Eliminei taxa, mantive a tarifa [de ônibus] congelada. Eu faço um governo liberal, um governo que traz a atratividade econômica para a cidade, portanto a nossa intenção é essa agora. Você, no cargo de prefeito, precisa ter responsabilidade fiscal. Falo com muito orgulho que consegui restabelecer a saúde financeira dessa cidade. A Fitch Ratings, agência internacional que classifica os países, estados e municípios, nos deu a classificação de triple ‘As’: alto nível de investimento”.
Quando Burnier pediu que detalhasse se haverá ou não reajuste, disse: “Para ter toda essa saúde financeira, precisa ter responsabilidade. A tendência é que sim. Agora o que vai fazer, vai chegar ao final do ano, nós vamos pegar todo o estudo, ver como é que a gente vai ter a questão de recebimento, aquilo que a gente tem com relação à questão do transporte, e tomar uma decisão técnica. Eu não vou ser irresponsável”.
SP2: Ricardo Nunes (MDB) responde sobre tarifas de ônibus
E completou: “Eu preciso explicar a gratuidade. As pessoas falam do subsídio [dado às empresas de transporte], R$ 1,4 bilhão é da gratuidade dos idosos, em torno de R$ 700 milhões, a gratuidade dos estudantes, em torno de R$ 500 milhões, a gratuidade das pessoas com deficiência física”.
O atual prefeito desconsiderou os dados do Inep, que colocam São Paulo em 21º no ranking de alfabetização entre capitais, e afirmou que o índice a ser considerado é o da Provinha São Paulo, segundo o qual 86,7% dos alunos da rede municipal estão alfabetizados. Além disso, ele prometeu chegar aos 100% de alfabetização em um suposto segundo mandato e premiar escolas.
“O que a gente vai fazer agora: o segundo ano do ensino fundamental, nós vamos fazer no início do ano a prova com relação à alfabetização e, no final do ano, outra prova. Vamos colocar ali parâmetros e aquelas escolas que conseguirem atender aqueles parâmetros, aqueles objetivos colocados, elas terão uma premiação.”
Ricardo Nunes (MDB) no estúdio do SP2
Reprodução/TV Globo
No primeiro turno, Nunes teve 29,48% dos votos válidos e Boulos, 29,07%. A diferença de votos entre os dois foi de 25 mil votos.
Pesquisa Quaest divulgada nesta quarta (16) mostra Nunes com 45% das intenções de voto e Boulos, com 33%.