No documento, Castro ainda citou que muitos criminosos de outros estados foram presos na região, e que foi apreendido um verdadeiro “arsenal de guerra”. Blindado da Polícia Militar em uma das entradas do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio
Reprodução/ TV Globo
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, enviou ao Supremo Tribunal Federal informações sobre a ação na Maré, na Zona Norte do Rio, na semana passada. Ele negou que as ações na região tenham sido feitas para vingar as mortes de dois policiais.
“É imprescindível refutar as leviandades aduzidas pelos requerentes na Petição a respeito do suposto planejamento e/ou realização de denominadas “operações de vingança” em razão da trágica morte de 2 policiais na aludida operação”, diz o documento.
No documento, ele ainda afirma que seguiu as diretrizes do STF , baseadas na ADPF 635, e que foram presos muitos criminosos de outros estados na região. Segundo ele, foi apreendido um verdadeiro “arsenal de guerra”.
“A operação realizada pela SEPM no dia 11 de junho de 2024, que resultou na apreensão de um verdadeiro arsenal de guerra e na prisão de diversos indivíduos, muitos deles de fora do Estado do Rio de Janeiro, consoante demonstra o documento anexo, observou as diretrizes definidas pela ADPF nº 635”
PM faz operação na Maré pelo segundo dia
Na semana passada, o ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governador prestasse informações sobre as ações do estado na Maré.
Na quarta-feira (12), o complexo de favelas foi alvo de operações pelo 2º dia seguido. Na terça, um cerco do Bope contra ladrões de carros deixou 5 mortos e terminou com 23 presos e 1 menor, apreendido. Em represália, o tráfico fechou a Avenida Brasil e as linhas Vermelha e Amarela.
“Intime-se mediante ofício, com urgência, a ser remetido pelo meio mais célere possível, o excelentíssimo governador do Estado do Rio de Janeiro, para que tome ciência da petição protocolada neste tribunal e informe de pronto, nos autos, as providências tomadas”, escreveu Fachin.
Fachin analisa um pedido do PSB e da Defensoria Pública do RJ por protocolos para próximas ações na Maré. A petição solicita, por exemplo, que sejam mobilizados policiais portando câmeras corporais gravando de modo ininterrupto; que ambulâncias acompanhem as investidas; e que locais com mortes sejam preservados para perícia.
O pedido foi feito dentro da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 635, a ADPF das Favelas. Nesse processo, do qual Fachin é o relator, o STF estabeleceu critérios para a realização de operações policiais em favelas do Rio.
Metralhadora apreendida na Maré
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