17 de novembro de 2024

Apae de Bauru abre sindicância para investigar irregularidades financeiras após presidente da entidade ser preso

Em nota, a Diretoria da instituição também afirma que aguardam a manifestação das autoridades policiais sobre o desaparecimento da funcionária Claudia Regina da Rocha Lobo e da prisão do ex-presidente Roberto Franceschetti Filho. Apae de Bauru abre sindicância para investigar irregularidades financeiras na entidade
Reprodução/Google Maps
A Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Bauru (SP) abriu uma sindicância interna para investigar possíveis irregularidades financeiras após o Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro (Seccold) instaurar um inquérito policial para investigar a instituição.
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Esta é uma nova linha de investigação que segue paralela à do desaparecimento da secretária executiva da instituição, Claudia Regina da Rocha Lobo, de 55 anos, vista pela última vez no dia 6 de agosto.
O presidente da Apae, Roberto Franceschetti Filho, de 36 anos, é o principal suspeito no caso, que está sendo conduzido pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) como homicídio e ocultação de cadáver.
Em nota, a presidente interina da Apae, Maria Amélia Moura Pini Ferro, assegurou que a instituição está colaborando com as investigações e que, apesar da gravidade dos acontecimentos, a instituição continua a prestar seus serviços à comunidade.
Durante buscas na tarde desta terça-feira (20), a polícia encontrou os óculos de Cláudia , em uma região rural de Bauru (SP). O objeto foi reconhecido por parentes dela.
Polícia retornou à delegacia após realizar diligências em propriedade rural de Bauru (SP)
TV TEM/Reprodução
Outros vestígios encontrados durante as buscas foram levados à delegacia e devem passar por perícia científica. Investigações da Polícia Civil apontaram que Roberto esteve com Claudia no último dia em que ela foi vista.
O exame balístico confirmou que o estojo de pistola calibre 380 encontrado dentro do veículo no qual a funcionária da Apae de Bauru foi vista pela última vez foi disparado pela pistola apreendida na residência do ex-presidente da associação.
Roberto foi detido após ser chamado pela polícia para recuperar alguns pertences da vítima. Em sua casa, a polícia apreendeu a arma.
Balística confirma que estojo encontrado no veículo usado pela funcionária foi disparado pela arma do presidente da Apae
TV TEM/Reprodução
Desaparecimento
Claudia foi vista pela última vez na tarde de 6 de agosto Imagens de câmeras de segurança da rua onde fica o prédio administrativo da entidade, na Rua Rodrigo Romeiro, registraram o momento em que ela caminha até um carro que está estacionado na rua, que pertence à Apae, com um envelope na mão (veja o vídeo abaixo).
Funcionária da Apae desaparece após sair do local de trabalho em Bauru
A filha da secretária, Letícia da Rocha Lobo, contou que a mãe disse a uma colega de trabalho que iria sair para resolver coisas do trabalho e saiu sem levar a bolsa e o celular, um pouco antes das 15h.
Letícia disse que não notou nada de diferente na mãe nos últimos dias. “Ela disse para a recepcionista que iria resolver umas coisas da Apae e voltava mais tarde, e até agora nada”, relatou.
Investigação e prisão
Mais de uma semana depois do desaparecimento de Claudia, um sinal de celular confirmou que Roberto esteve no local onde o carro da entidade usado por ela foi encontrado.
Oficiais da 3ª Delegacia de Homicídios de Bauru analisaram imagens de câmeras de segurança que mostram a vítima no volante do veículo que dirigia quando foi vista pela última vez. A descrição das imagens indica que o presidente da Apae saiu do banco de passageiros do veículo e assumiu o volante, enquanto Cláudia foi para o banco traseiro.
Polícia Civil divulga novas imagens do carro que funcionária da Apae dirigia
O documento também menciona que o histórico de chamadas do celular de Roberto mostra movimentações na rodovia SP-321, que liga Bauru a Arealva, e no local onde o veículo foi encontrado, no dia seguinte ao desaparecimento.
Imagens de uma câmera de segurança, divulgadas pela Polícia Civil, mostram também o veículo que a funcionária da Apae dirigia circulando próximo ao local onde ele foi encontrado, no dia seguinte (Assista ao vídeo acima).
Presidente da Apae é preso suspeito de envolvimento no desaparecimento de funcionária
Facebook/ reprodução
Um dia após ser preso, Roberto teve a prisão temporária de 30 dias decretada após audiência de custódia e foi levado para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pirajuí (SP).
De acordo com a Polícia Civil, vestígios encontrados no veículo durante a perícia realizada no dia 7 de agosto, quando ele foi localizado, foram identificados como marcas de sangue. Uma das principais linhas de investigação é de que se trata de um homicídio.
Câmeras registraram veículo que funcionaria da Apae dirigia circulando próximo ao local em que foi encontrado
Polícia Civil/Divulgação
Depoimento
No dia 19 de agosto, o presidente da Apae prestou depoimento formalmente à polícia, na delegacia da Divisão Especializada de Investigações Criminais de Bauru. Roberto estava acompanhado de seus advogados e foi ouvido durante cerca de uma hora e meia.
À imprensa, o advogado Leandro Pistelle informou que, durante todo o depoimento, Roberto se disse inocente e respondeu a todos os questionamentos.
A defesa reforçou que mais detalhes não podem ser divulgados pois o processo corre em segredo de Justiça. Após o depoimento, Roberto retornou à delegacia de Pirajuí , onde cumpre prisão temporária.
Presidente da Apae presta depoimento à polícia e diz não ter envolvimento no desaparecimento de funcionária
Gabriel Pelosi/TV TEM
A Apae informou que se surpreendeu com a notícia do envolvimento de Roberto no desaparecimento de Claudia e que o fato não tem relação com os serviços prestados pela entidade. A Feira da Bondade, considerada uma das principais maneiras da instituição arrecadar fundos, foi adiada.
Além disso, a entidade informou que Roberto não faz mais parte do corpo diretivo e que Maria Amélia Moura Pini Ferro está na presidência da instituição. A entidade também informou que os atendimentos continuam normalmente em suas unidades.
Filha de funcionária da Apae desaparecida diz que presidente suspeito era amigo da família
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