Blocos pediram à SPTuris para rever horário dos cortejos, mas, para este ano, o prefeito afirmou que estrutura já estava contratada. Movimento de blocos de SP e RJ, tem fotos tiradas por câmera termográfica que mostram temperaturas acima de 50°C nos principais pontos de concentração dos blocos de SP. O prefeito de SP Ricardo Nunes (MDB) no Sambódromo do Anhembi na primeira noite de carnaval de SP
Fábio Tito/g1
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse na noite desta sexta-feira (28) que está “absolutamente tranquilo” com relação às estruturas apresentadas pela gestão municipal em relação às altas temperaturas registradas durante os cortejos de blocos de carnaval na cidade.
O movimento “As águas vão rolar”, composto por blocos de carnaval de SP e RJ, vem divulgando fotos tiradas com câmera termográfica que mostram temperaturas acima de 50°C nos principais pontos de concentração dos blocos paulistanos.
Segundo o grupo, no Centro, a Praça Roosevelt registrou 50,3ºC, a República, 55,9ºC, o Teatro Municipal, 47,4ºC, e o Shopping Light, 49,3ºC durante o pré-carnaval, na semana passada.
O movimento apresentou uma carta de intenções à SPTuris pedindo justamente a revisão do horário de apresentação dos cortejos de rua, mas, para este ano, o prefeito afirmou que já havia a estrutura toda contratada.
Nunes afirmou também que a cidade tem aparato de saúde e profissionais para atendimento dos foliões que tiverem problemas com o calor e, por isso, a gestão não vê motivo para mudar horário de apresentação dos grupos de rua neste ano.
“Todo ano tem período de altas temperaturas, no carnaval na cidade de São Paulo, a gente publica os decretos com os procedimentos de como lidar com as altas temperaturas. Dias atrás nós publicamos esse protocolo. Tem todas as etapas para as emergências”, disse o prefeito na abertura dos desfiles das escolas de samba de SP no Anhembi.
“Ano que vem obviamente a gente vai ter atualizações por conta da tecnologia e do avanço da ciência. Mas a gente tem uma equipe muito preparada. Tudo o que se faz na cidade de São Paulo acaba reverberando no Brasil inteiro e há uma grande distribuição de água. O mais importante nessa questão das altas temperaturas é não ficar muito tempo exposto ao sol e, obviamente, a hidratação. Então, a prefeitura está absolutamente tranquila com relação aos procedimentos. As equipes médicas estão em todos os lugares de grandes aglomerações para poder atender”, completou.
Responsável pela organização do carnaval de rua de SP neste ano, o presidente da SPTuris, Gustavo Pires, afirmou que vê espaço para discutir algum tipo de mudança no horário dos cortejos a partir de 2026.
“Com certeza [essa possível mudança] é uma questão a ser discutida com a comissão do carnaval, passando o evento deste ano. Passando esse carnaval, a nossa ideia é que a comissão se reúna logo depois para que, em abril ou maio, já tenha as tratativas para o próximo. Todos os pontos a melhorar a gente quer olhar de perto. O horário deve ir até mais tarde, não deve, isso a gente só vai discutir depois do carnaval”, afirmou.
Pires lembrou, porém, que a extensão dos horários tem como principal obstáculo a questão da segurança dos foliões.
“Quando o horário de encerramento veio para as 18 horas, teve uma queda muito grande nas ocorrências. Isso é um ponto muito importante para nós. Como a prefeitura não é negligente de forma alguma com as altas temperaturas, nós temos nesse momento o maior programa de distribuição de água da história do país”, defendeu.
A prefeitura vai distribuir 2,2 milhões de copos de água durante o carnaval em 158 pontos de hidratação. São esperados 16 milhões de foliões, sendo 4,5 milhões de turistas, que é um número recorde para a capital.
A conta considera os oito dias de folia: o pré-carnaval (22 e 23 de fevereiro), o carnaval (1º a 4 de março) e o pós-carnaval (8 e 9 de março).
Em média, a administração municipal vai distribuir um copo de água a cada sete foliões.