Prefeitura da capital diz que concessionárias têm prazo de quatro anos para realizar modificações estruturais nos cemitérios. Queda do muro do Cemitério da Consolação, no Centro de SP
Reprodução/TV Globo
A concessão dos cemitérios da capital para a iniciativa privada completa um ano nesta quinta-feira (7). Quatro empresas assumiram a administração do serviço funerário na cidade de São Paulo.
Ao todo, 22 cemitérios e um crematório público devem ser alvos do investimento da iniciativa privada. No entanto, os problemas são recorrentes em vários deles.
Nos fundos do Cemitério da Consolação, na região central, um muro caiu com as chuvas que atingiram a cidade nesta semana. Funcionários disseram haver uma árvore no local, mas caiu depois da tempestade e atingiu casas vizinhas.
No Cemitério do Tremembé, na Zona Norte, o muro apresenta muitas rachaduras. Dentro do espaço, há dezenas de jazigos abertos, alguns, inclusive, cobertos com tijolo e, mesmo assim, quebrados. O piso está todo rachado e com vegetação aparente, o que dificulta a locomoção no cemitério.
Jazigos em ruína recebem notificações para que as famílias entrem em contato com a administração funerária.
No Cemitério do Araçá, na Zona Oeste, há restos de obra e sujeira pelo caminho, portas de lápides e até um móvel descartado. Um jazigo removido está em risco de queda. Diversos galhos caíram com a chuva e não foram retirados.
No Cemitério de Itaquera, na Zona Leste, a tradicional capelinha está totalmente em ruínas — e não há sinal de reforma no local. Os acessos foram fechados com tijolos e os pedaços da construção continuam caindo no chão.
No Cemitério Campo Grande, na Zona Sul, o muro apresenta grandes rachaduras. O banheiro não tem porta-sabonete, e as válvulas das descargas são improvisadas. Também não tem papel higiênico para quem quiser usar.
O que dizem as concessionárias
A Cortel SP, responsável pelo Cemitério do Araçá, disse que já investiu mais de R$ 5 milhões em melhorias nas unidades de sua concessão.
A Velar SP, responsável pelo Cemitério de Itaquera, informou que a manutenção e a limpeza no local são feitas permanentemente. Disse que mantém equipes de segurança durante o dia e a noite, todos os dias da semana, e que, desde que assumiu, trabalha para melhorar a qualidade dos serviços prestados.
A Consolare, que administra o Cemitério do Tremembé, disse, em nota, que já estão programadas obras de nivelamento dos pisos para melhorar a acessibilidade. Sobre a segurança, explicou que foram instaladas câmeras em diversas áreas da unidade.
O Grupo Maya, que cuida do Cemitério do Campo Grande, informou que vem trabalhando para melhorar os serviços e que está elaborando planos de intervenções.
O que diz a Prefeitura de SP
O SP2 conversou com o gerente José Luis Garcia, da agência reguladora de serviços públicos do município de São Paulo, a SP Regula. Ele falou sobre as obras nos cemitérios concedidos:
“Em relação à infraestrutura básica, os cemitérios estão reformando, modificando, mas eles têm um prazo de 4 anos para fazer essas modificações. Os emergenciais, eles trocam imediatamente. Existem coisas que precisam ser ajustadas? Não tenha dúvida, não existe serviço 100%. Se o munícipe não estiver contente, ele tem o direito de reclamar.”