Terreno pertence ao FGTS e foi arrematado em leilão após ser desapropriado pela Prefeitura do Rio do Janeiro; Flamengo e Caixa não chegaram a um acordo sobre valor a ser pago pelo espaço. O prefeito Eduardo Paes
Reprodução/TV Globo
O prefeito do Rio de Janeiro (RJ), Eduardo Paes (PSD-RJ), se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta terça-feira (27), para “esclarecer” questões ligadas ao imbróglio envolvendo o terreno onde o Flamengo pretende construir seu estádio.
O embate sobre a propriedade, localizada na região do Gasômetro, na zona portuária do Rio, envolve a Caixa Econômica Federal, a Prefeitura da cidade e o clube de futebol.
O terreno é de propriedade do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), gerido pela Caixa, mas está sem uso há décadas.
Depois de tentativas de acordo, a instituição financeira e o Flamengo não se entenderam sobre a negociação do espaço. A prefeitura, então, desapropriou a área e realizou um leilão para a venda do local, vencido pelo clube.
Em julho, a Caixa entrou com ação pedindo um mandado de segurança para anular o efeito do leilão arrematado pelo clube rubro-negro. O banco criticou o valor pelo qual o time arrematou o terreno, de R$ 138,2 milhões.
Por isso, pediu a anulação do leilão para voltar à mesa de negociações com o Flamengo. Apesar dos entraves, a Caixa frisa que nunca foi contrária ao projeto de construção de um estádio no local.
“Acho que os esclarecimentos necessários foram feitos ao presidente da República, que desde o início é muito simpático ao Estádio do Flamengo. Ele também é vascaíno no Rio, mas a primeira-dama Janja é flamenguista, então ele tem uma pressão provavelmente doméstica ali”, comentou Paes, após o encontro com Lula no Planalto.
Segundo o prefeito, as coisas “caminham bem”. “Eu acho que tem toda boa vontade do presidente da República, acho que foi fundamental a entrada dele na história”, seguiu.
Eduardo Paes (PSD) responde a pergunta sobre o impacto do estádio do Flamengo para o trânsito, em entrevista ao g1
Disputa
O Flamengo é o time de maior torcida do Rio de Janeiro, que atualmente costuma mandar seus jogos no histórico estádio do Maracanã. No entanto, o time divide o uso do equipamento esportivo com o Fluminense, com quem também compartilha a gestão do estádio.
Eduardo Paes é candidato à reeleição para a prefeitura do Rio de Janeiro e tem se empenhado para tentar destravar os empecilhos para a construção do estádio do Flamengo.
“A gente sabe que existe uma posição da Caixa Econômica Federal, né? Neste caso, busca proteger ali o patrimônio do FGTS. E, portanto, eles estão tomando algumas medidas judiciais”, disse Paes em entrevista aos jornalistas depois de se encontrar com Lula.
“É importante dizer que, por iniciativa da prefeitura, o FGTS teve um lucro de R$ 6,5 bilhões ano passado. Foi o perdão da dívida que eles tinham com a prefeitura do Rio. Então, a pessoa mais preocupada aqui em que o fundo de garantia tenha seu patrimônio preservado é a prefeitura do Rio”, seguiu.
Ele também garantiu que a prefeitura está “dando todas as condições para a Caixa não ter nenhum tipo de problema nessa situação”.
Segundo Paes, ficou definido que na próxima quinta-feira (29) os representantes jurídicos da Prefeitura do Rio e também de órgãos do governo federal se reúnam na capital fluminense para tratar do assunto.
“É o que a gente chama de uma câmara de conciliação. Para tentar resolver essas pendengas, ao comando do presidente, no sentido de que dentro da lei e observando os critérios legais. E é um comando meu para o jurídico do município para que a gente possa acertar essa situação”, disse o prefeito.