Entre as medidas anunciadas estão instalação de três geradores, AVCB, troca de pisos e expansão que resultará em 10 novas lojas. Em março, o Tribunal de Contas do Município cobrou explicações da Prefeitura de SP a respeito de problemas no espaço. Mercadão de São Paulo comemora 79 anos no dia do aniversário da cidade
Fabiano Correia/ G1
Além disso, no banheiro dos funcionários, faltavamm pedaços do teto.
A concessionária Novo Mercado anunciou nesta terça-feira (23) um novo pacote de reformas para o Complexo Cantareira, formado pelo Mercado Municipal e o Mercado Kinjo Yamato, no Centro de São Paulo.
A maioria das medidas anunciadas deveriam ter sido cumpridas até junho do ano passado, mas ganharam um novo prazo: novembro deste ano. Também foram incluídos dois itens: a compra de geradores de energia e o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) para o Kinjo Yamato.
O contrato de concessão assinado em 2021 previa um investimento de R$ 88 milhões até o final de 2023. No ano passado, a empresa gastou R$ 16 milhões em restauro e reformas, e a previsão é que R$ 45 milhões sejam investidos neste ano.
Aldo Bonametti, presidente da Novo Mercado, afirmou em entrevista ao SP1 que não houve atraso nas obras, e que a data final foi reajustada por conta da aprovação dos órgãos de fiscalização sobre o patrimônio histórico, como o Conpresp e Condephaat.
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“Hoje, a gente está na fase final do restauro interno da parte de cima, pintura, reforma das telhas, etc”, disse. “A gente está com 80% disso feito.”
O que vai ser reformado
O pacote de investimentos no Mercadão, de R$ 50 milhões até o fim do ano, inclui:
Três geradores, ao custo de R$ 4 milhões, com previsão de instalação para maio;
Pintura do telhado até maio;
Troca de 6.000 m de piso a partir deste mês;
Ampliação do mezanino em 2.000 m², com projeção de 10 novas lojas, ainda sem previsão de início.
No ano passado, o Mercadão passou por apagões pontuais, e não havia geradores para emergências.
A concessionária também anunciou uma nova passarela no mezanino, 17 novos boxes, 14 barracas de frutas e a abertura das portas para as ruas Barão de Duprat e Carlos de Souza Nazaret, que devem ser entregues até novembro. As medidas, porém, ainda não têm previsão de entrega.
No Kinjo Yamato, haverá obras para:
AVCB;
Restauração do telhado (estrutura metálica original e 56 mil telhas), com previsão de entrega para maio;
Cobertura com policarbonato, que deve ser entregue até julho;
O piso de paralelepípedo será conservado para manter as características do tombamento.
A reforma da fachada ainda espera a aprovação do projeto por órgãos de proteção ao patrimônio, segundo a concessionária.
Já no Mercado Kinjo Yamato, as obras que irão restaurar a estrutura metálica, cerca de 56 mil telhas e ainda cobrir o prédio com policarbonato, têm prazo até julho, de acordo com a Novo Mercado.
Os reparos foram anunciados após o Tribunal de Contas do Município (TCM) cobrar explicações da Prefeitura de São Paulo sobre a concessão do Mercadão devido à presença de animais e insetos, à quantidade de lixo espalhado e alagamentos durante as chuvas,
O órgão afirmou ao SP1 que apontou inúmeras irregularidades no contrato de concessão e que está em tratativas com a prefeitura. A gestão municipal pediu mais 15 dias para prestar os esclarecimentos.
Já a SP Regula, responsável pela gestão do contrato de concessão dos mercados, informou que a concessionária foi multada, mas entrou com um recurso, que está em análise pela prefeitura.
TCM cobra explicações sobre problemas no Mercadão que concessionária não resolveu
Em março, o mercadão enfrentava problemas como:
Ratos presos em armadilhas improvisadas;
Os roedores chegavam a comer algumas frutas;
Baratas também apareceram nas paredes e nos corredores do Mercadão;
Lixo acumulado dentro do prédio;
Áreas fica alagadas por chuva forte;
A água que voltava pelo sistema de encanamento e tomava conta do piso térreo.
Além disso, no banheiro dos funcionários, faltavam pedaços do teto.
Na época, o mercado Kinjo Yamato também estava com problemas no teto e não tinha o auto de vistoria do Corpo de Bombeiros.
Concessão
O complexo foi concedido em 2021, pelo prazo de 25 anos, à concessionária Novo Mercado, que deveria investir R$ 88 milhões em reformas até 2023.
Ainda em março, após os registros dos ratos e outros problemas, o presidente do Consórcio Novo Mercado havia dito que os animais e as questões envolvendo alagamentos aumentaram depois que começou uma obra da prefeitura no Rio Tamanduateí, em novembro. Ele afirmou, ainda, que a questão com os ratos já tinha sido resolvida.
Sobre os planos de reforma, ele disse que a concessionária já havia investido a outorga de R$ 112 milhões e entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões no restauro do local.
“Esse investimento depende da aprovação dos projetos pelos órgãos de proteção. Eles sendo aprovados, esse investimento vai ser de R$ 88 milhões ou até maior que isso até o final da intervenção. Mas está indo bem, a gente está conversando com os órgãos. Até novembro, a gente deve aprovar tudo”, afirmou, na época, Aldo Bonametti.