25 de dezembro de 2024

Após audiência de custódia, Justiça mantém prisão de Xinxa, apontado como chefe de quadrilha que movimentou R$ 70 milhões

Empresário foi preso em operação da Polícia Federal por crimes como lavagem de dinheiro, sonegação e agiotagem. Empresário Xinxa da Cebola foi preso pela PF nesta quarta-feira (31)
Reprodução/Instagram
O empresário do ramo alimentício Xinxa Góes de Siqueira, preso na quarta-feira (31) numa operação da Polícia Federal (PF) por crimes como lavagem de dinheiro, sonegação e agiotagem, teve a prisão preventiva mantida pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), após passar por audiência de custódia nesta quinta (1º).
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Segundo o TJPE, a audiência aconteceu na Central de Flagrantes da Capital, no Fórum Rodolfo Aureliano, localizado no bairro de Joana Bezerra, área central do Recife. O objetivo é garantir a legalidade do mandado e dos procedimentos da prisão. Como não foi constatada nenhuma irregularidade, a prisão de Xinxa foi mantida.
O empresário foi encaminhado ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife, onde deve aguardar o julgamento. Ainda de acordo com o TJPE, Xinxa responde pelos crimes de tráfico, lavagem de dinheiro, organização criminosa, sonegação fiscal, porte ilegal de arma e agiotagem.
A operação
Xinxa foi preso após uma operação da Polícia Federal apontar que era o líder de uma organização criminosa que movimentou mais de R$ 70 milhões nos últimos cinco anos. Apesar de o empreendimento principal aparentemente ser uma transportadora de produtos de hortifrúti, “o rei da cebola” chamou a atenção da PF com a vida de luxo que mostrava nas redes sociais.
Entre as imagens e vídeos publicados, viagens a destinos nacionais, dirigindo carros de marcas de luxo e passeios de lancha, de helicóptero e posando com artistas e celebridades.
Durante a operação, foram apreendidos 24 veículos de alto padrão, avaliados em mais de R$ 30 milhões, e seis cavalos de raça, estimados em R$ 10 milhões.
Os veículos estavam numa loja de Fortaleza, registrada em nome de uma pessoa ligada ao empresário, possivelmente um laranja, de acordo com o delegado federal Márcio Tenório, que comandou a operação que resultou na prisão
Quem é o “rei da cebola”
Xinxa Goes de Siqueira, conhecido como Xinxa da Cebola
Reprodução/Instagram
Xinxa Góis de Siqueira é filho do ex-deputado estadual Apolinário Pessoa de Siqueira (já falecido), de uma família com origem em Pesqueira, no Agreste de Pernambuco e atuação em municípios do Sertão do estado.
Sua transportadora e distribuidora de alimentos, fica no Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa), no bairro do Curado, na Zona Oeste do Recife, e transporta itens como batata, alho e cenoura, além de cebola — produto que também era comercializado pelo pai.
No instagram, Xinxa ostentava uma vida de alto padrão e frases motivacionais. Numa banheira de espuma, com uma taça de vinho, escreveu: “Não se conforme com o que você pensa, lute pelo que você merece”. Noutra imagem, deitado numa cama, a legenda postada é: “Mude o modo que você olha para as coisas e as coisas que você olha mudaram (sic)”.
Problemas com a Justiça
Essa não foi a primeira vez em que Xinxa teve problemas com a Justiça. O g1 teve acesso a uma série de denúncias, que incluem dívidas de condomínio a fraudes fiscais contra o governo, além de roubo de carros.
O primeiro processo contra ele na Justiça encontrado pelo g1 é de setembro de 2002, quando Xinxa foi preso, junto com outros dois homens, ao ser pego com um carro roubado numa abordagem policial. Também foi encontrado um segundo veículo roubado em sua garagem.
Ele chegou a ser preso no Complexo Prisional do Curado, na Zona Oeste do Recife, por suspeita de participar de um organização de roubo de carros e clonagem de placas, mas foi autorizado a responder em liberdade.
Xinxa foi alvo de outro processo judicial por fraude contra a administração pública e ordem tributária, mas foi absolvido por falta de provas.
Também foi denunciado pelo condomínio onde morava por não pagar taxas condominiais e pela prefeitura de Jaboatão por não pagar a taxa do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Nesses casos, o processo do condomínio foi arquivado e a taxa de IPTU, quitada.
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