25 de dezembro de 2024

Após cantar com Ana Castela em show, pai e filha se inspiram na ‘boiadeira’ para montar dupla sertaneja: ‘Levar alegria para as pessoas’

Rafael Guerra e Marina Guerra são moradores de Fernandópolis, no interior de SP, e deram início à carreira artística depois que o pai conseguiu chamar a atenção de Ana Castela em uma apresentação. Rafael Guerra canta com Ana Castela em Jales (SP)
Conhecida por arrastar multidões por onde passa e por ter um público infantil fiel, a cantora Ana Castela inspirou a criação de uma dupla sertaneja formada por pai e filha no interior de São Paulo. Isso porque, em abril deste ano, o pai, Rafael Guerra, de 38 anos, despertou a atenção da “boiadeira” em um show realizado em Jales (SP).
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Ao lado da filha, Marina Guerra, de 10 anos, Rafael teve a chance de cantar uma música com Ana Castela. E foi a partir deste contato com a cantora que a dupla, de Fernandópolis (SP), decidiu iniciar a carreira na área artística.
A paixão de Marina por Ana Castela sempre foi grande. Em 2023, inclusive, a menina realizou o sonho de conhecer a artista e tirar uma foto com ela. Desde então, toda vez que a cantora faz show pela região noroeste paulista, o pai costuma levá-la para assistir à apresentação.
Em Jales não foi diferente. A dupla decidiu levar um cartaz com a frase “I love you” que pudesse chamar a atenção de Ana, porém, não teve sucesso. A jovem cantora estava tão concentrada no show que não notou a presença de Rafael e Marina.
Marina Guerra conheceu Ana Castela durante show em Fernandópolis (SP)
Arquivo pessoal
Ao notar a filha emocionada, Rafael fez sinal para Ana Castela, pedindo para cantar com ela. Quando viu a cena, a cantora pediu para a equipe dela entregar um microfone para o homem. Foi então que, direto da arena, no meio da Festa de Peão, ele cantou a música “Meu Segredo”, de Bruno e Marrone (assista acima).
Durante a apresentação, Ana Castela ainda brincou com ele dizendo: “qual o seu nome? Parabéns, Rafael. Arregaçou!”. O dueto do pai com a cantora levou Marina às lagrimas.
Rafael Guerra canta com Ana Castela em Jales (SP)
Arquivo pessoal
‘Uma das experiências mais incríveis que tive como pai’
Em entrevista ao g1, Rafael conta que este foi um dos momentos mais emocionantes da vida dele:
“Foi uma das experiências mais incríveis que eu tive como pai, porque pegar o microfone e cantar com uma artista famosa como ela, que tem muitos fãs, foi bacana, teria sido bacana com qualquer outro artista do mesmo gabarito, mas o que tocou meu coração profundamente foi que, antes de eu começar a cantar, minha filha chorava copiosamente para que Ana Castela olhasse o cartaz que ela tinha feito e, depois que eu comecei a cantar, ela chorava e gritava ‘Ana, esse é meu pai’, com um orgulho que encheu meu coração. Eu nunca vou esquecer”, relata.
Marina Guerra e Rafael em show em Fernandópolis (SP)
Arquivo pessoal
Rafael lembra que Marina passou um ano sonhando com o momento de estar mais próxima da artista. Inclusive, no dia do show, a menina usou um look rústico e despojado. Uma verdadeira “cowgirl”, bem ao estilo Ana Castela.
“Eu tinha um sonho de ser cantora e também gostava muito da Ana Castela. Então, a gente juntou as duas coisas e montou a dupla”, diz Marina.
Início de carreira
Foi após esse momento único e especial que Rafael e Marina decidiram investir na música. Atualmente, eles fazem aulas de canto e pequenas apresentações na região de Fernandópolis. Os ensaios são semanais e, aos poucos, Marina tem descoberto o talento e as maneiras de lapidar a voz.
“A gente costuma ensaiar bastante. São ensaios super legais, que eu amo. Sempre é divertido. O meu pai sempre me ajuda bastante também, e eu adoro”, conta a pequena.
Além das aulas de canto, Marina estuda violino, é coroinha da igreja e faz parte da Ordem Internacional das Meninas do Arco-Íris (Ordem Paramaçônica dedicada a adolescentes entre 11 e 21 anos).
Marina Guerra e Rafael em Fernandópolis (SP)
Arquivo pessoal
O pai diz, ainda, que, entre os planos da dupla Marina Guerra e Rafael, estão gravações de canções autorais e regravações de outros artistas. No entanto, o objetivo da dupla não é ter fama, mas, sim, ajudar outras pessoas.
“A dupla vai ser uma escola para a gente, a oportunidade de estudar e ser melhor artista. E a gente também tem alguns objetivos de fazer alguns shows beneficentes. Acho que, no futuro, a gente não quer contar com fama, esse tipo de coisa, porque não pode ser esse o nosso objetivo. O nosso objetivo é se divertir, é cantar para ser feliz”, continua o pai.
Fazendo jus àquele ditado que diz que “o artista vai onde o povo está”, Marina e Rafael querem ter espaço para serem reconhecidos e se divertir por meio da arte.
Relação de amor e música
Felipe Delatorre, professor da dupla, conta que a relação de amor entre ele e a música é algo que torna as aulas mais leves.
“O Rafael é artista já, então ele já vive isso há anos, só está buscando se aprimorar na arte de cantar. A Marina está começando nessa vida da arte, conheceu os palcos há pouco tempo e ela tem um interesse muito forte. É muito legal ver isso. Ela desenvolve muito bem, é interessada em aprender. Além do vínculo que eles têm com música, são pai e filha. Tem o amor entre eles também que ajuda tudo a acontecer de uma maneira muito mais legal”, finaliza Felipe.
Rafael, Marina e Felipe Delatorre, professor de música, em Fernandópolis (SP)
Arquivo pessoal
Início no teatro
Rafael Guerra é ator profissional desde 1998. O primeiro contato dele com o teatro foi em 1993, ainda na escola. Logo após ter o registro de profissão, começou a atuar nos hospitais da região de Fernandópolis com o projeto “Palhaço de plantão”, levando alegria aos pacientes.
A paixão pela arte passou de pai para filha. Afinal, Marina cresceu acompanhando Rafael nas apresentações. Ambos já participaram de apresentações teatrais juntos no Encontro Internacional de Palhaços (Euriso), em 2018.
Rafael Guerra e a filha Marina em apresentação de teatro em Fernandópolis (SP)
Arquivo pessoal
O evento, que tem 11 anos de história e reúne diversos artistas da cidade e região, se tornou o principal elo entre pai e filha em cima do palco. Por já estarem inseridos na arte, foi muito mais fácil a decisão de começar a cantar.
“Juntando todas essas características e o afeto que o palhaço me proporciona, cantar tem sido muito prazeroso. A gente brinca no palco porque somos palhaços. Eu e a Marina… A gente se diverte. O nosso objetivo é muito claro: se divertir. A gente desenvolve tudo isso para ser feliz e levar alegria para as pessoas”, finaliza Rafael.
Rafael Guerra e Marina em Fernandópolis (SP)
Arquivo pessoal
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