27 de fevereiro de 2025

Após cinco dias, famílias que estavam em abrigo após enxurrada retornam para casa em Rio Branco: ‘Recomeçar’


Famílias que estavam abrigadas na Escola Anice Dib Jatene, em Rio Branco, retornaram para suas casas nesta quinta-feira (27). Elas foram atingidas por enxurrada ocasionada pelas fortes chuvas que fizeram o Igarapé Batista transbordar no final de semana. Famílias que estavam em abrigo na escola Anice Dib Jatene são levadas de volta pela Defesa Civil
Jardel Angelim/Rede Amazônica
Cinco famílias — um total de 20 pessoas — que estavam em um abrigo montado na Escola Anice Dib Jatene, em Rio Branco, após as fortes chuvas causarem o transbordamento do Igarapé Batista, puderam retornar para casa na manhã desta quinta-feira (27). Eles, que são moradores do Bairro da Paz, ficaram por cinco dias no espaço até que houvesse a liberação da Defesa Civil.
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O coordenador da Defesa Civil da capital, tenente-coronel Cláudio Falcão, explicou que as famílias só puderam retornar as suas casas após o cumprimento dos protocolos de segurança.
“Essas famílias ficaram desde domingo [23] até o presente momento na escola. Agora, depois de vistoriar todos os igarapés, depois de consultar a pluviometria para os próximos dias e constatar que não há risco de um transbordamento iminente para esse momento, nós temos a segurança necessária para retornar com as famílias para casa”, afirmou.
Falcão frisou que a volta dessas pessoas para casa consiste também em disponibilizar material de limpeza e cesta básica para que eles possam voltar a normalidade.
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A aposentada Maria da Conceição ficou três dias no abrigo e, em entrevista à Rede Amazônica, contou que apesar de todo o transtorno de ter que sair de casa, a estadia na escola foi tranquila.
“Quando a água chegou na casa da minha filha, eu nem vi. Eu estava dormindo. Mesmo estando com a perna machucada, fui colocada no caminhão e vim pra cá. Graças a Deus não deu nenhum problema aqui”, disse ela.
Aposentada ficou três dias no abrigo no Acre e disse que a estadia foi tranquila
Jardel Angelim/Rede Amazônica
A cozinheira Dolores Figueiredo declarou que após cinco dias no abrigo, não via a hora de voltar pra casa.
“A melhor coisa é estar no conforto do lar da gente. Por mais humilde que seja, mas é bom estar em casa. Aqui todo mundo nos atendeu super bem. O pessoal sempre atencioso com a minha mãe e agora é retornar para casa e recomeçar”, expôs.
Dolores Figueiredo não via a hora de voltar pra casa após ter a casa invadida por enxurrada em Rio Branco
Jardel Angelim/Rede Amazônica
Assistência
O secretário municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, João Marcos Luz, assegurou que os desabrigados foram cuidados desde o momento em que chegaram ao local. Falou ainda que as famílias receberam kits de higiene, limpeza e cesta básica
“A nossa equipe esteve sempre empenhada, já tem uma expertise nisso. Nós atendemos com kit higiene, alimentação adequada, tudo quentinho, as salas aqui na escola, graças a Deus, são climatizadas. O Criança Feliz esteve aqui também brincando com as crianças e criando atividades para elas”, contou.
O secretário comentou que das quase 1,2 mil pessoas que foram atingidas pelas fortes chuvas no último fim de semana, muitas delas foram encaminhadas para casas de parentes e há, inclusive, residências que foram condenadas pela Defesa Civil.
“Tiveram quatro famílias que perderam a casa: três identificados pela Defesa Civil e um pela equipe do Ministério Público. Essas instituições acionaram o prefeito Tião Bocalom, que determinou e nós estamos oferecendo aluguel social para essas famílias durante três meses que poderá ser renovado por mais três meses”, frisou.
Defesa civil fez o retorno das famílias desabrigadas após transbordamento de igarapé em Rio Branco
Jardel Angelim/Rio Branco
Chuvas
O coordenador da Defesa Civil municipal informou que, em fevereiro, choveu acima da média estipulada, tendo a medição mostrado 100 milímetros a mais do que o esperado, que era de 300 milímetros.
“Dá aproximadamente 30% a mais do que era esperado. O mês de fevereiro é bastante chuvoso, mas mesmo assim já superou todas as expectativas”, comentou.
Falcão ainda anunciou que a previsão é que março seja de muita chuva, o que preocupa a Defesa Civil. Durante março e abril, a situação das chuvas e do próprio Rio Acre requer atenção.
“Em torno de 38 dias, nós não temos uma segurança hídrica, podendo ter transbordamento do Rio Acre e, infelizmente, pode acontecer novos transbordamentos de igarapés”, esclareceu.
Chuva em Rio Branco causa transtornos em 17 bairros da capital
Rio Branco teve, somente no último fim de semana, 43% do volume de chuvas esperado para todo o mês, com 130,4 milímetros entre sábado (22) e domingo (23).
Somente até o dia 18 deste mês, já havia chovido 72% do esperado para o mês, que é de 300 milímetros. Na última sexta-feira (21) e no sábado (22), os temporais começaram e causaram destruição na região da Baixada da Sobral e na parte alta da capital.
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VÍDEOS: g1

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