16 de janeiro de 2025

Após cobranças, Secretaria de Educação do Paraná retira sigilo de documentos

Pasta havia tornado parte de documentação sigilosa por até 100 anos. Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed)
AEN
A Secretaria de Estado da Educação (Seed) decidiu retirar o sigilo colocado em diversos documentos, como contratos, relatórios de planejamento e ofícios.
A medida foi tomada após a RPC mostrar a decisão da secretaria em tornar os documentos sigilosos, alguns por até 100 anos.
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Com a decisão, foram revogadas as resoluções de 2023 e 2024 que listavam as informações que deixaram de ser públicas.
O secretário estadual de Educação, Roni Miranda, havia dito que iria rever o sigilo após a divulgação do caso. Ele foi derrubado após resolução assinada pelo diretor-geral da secretaria, João Luiz Giona Junior, e publicado na edição de sexta-feira (13) do Diário Oficial do Paraná.
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Justificativa
A Seed alegou que alguns documentos viraram sigilosos por cinco anos porque o acesso irrestrito pode “prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico”.
Na resolução de 2023, que colocou o sigilo de 100 anos, a secretaria listou 79 itens, como:
contratos de empréstimos consignados;
cartão ponto digital e manual;
fotos para confecção dos crachás;
registros de frequência;
holerite;
comprovante de pagamento;
vale alimentação e vale transporte;
denúncias recebidas pelos canais de comunicação que contenham reclamações relacionadas a atuação de servidores;
determinações judiciais, sentenças, mandados de segurança e execuções provisórias
processo disciplinar interno;
dispensa de licitação
Uma vez por ano, todas as secretarias e autarquias ligadas ao governo estadual precisam selecionar os documentos que serão colocados sob sigilo. A lista é examinada por um colegiado que define qual será a classificação dos dados.
Medida foi criticada por especialistas
Pesquisador da transparência na administração pública, o jornalista Luiz Fernando Toledo afirmou ter se surpreendido com um período tão longo de sigilo.
Ele também questionou a inclusão de alguns documentos que, segundo o jornalista, não deveriam ser protegidos por sigilo, como fichas funcionais, frequência de servidores, contratos e sindicâncias.
O presidente da Academia Brasileira de Direito Constitucional, Flávio Pansieri, avaliou que a Constituição Federal classifica como sigilosos os documentos que são indispensáveis à segurança do Estado e da sociedade, o que, para ele, não vale para pagamento de servidores, por exemplo.
O assunto repercutiu também na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). A deputada Ana Júlia (PT) chegou a apresentar um requerimento de convocação do secretário de Educação para que ele explicasse o sigilo.
O requerimento foi retirado depois que o líder do governo, deputado Hussein Bakri (PSD), confirmou que Roni Miranda iria até o Legislativo, ainda sem data definida.
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