5 de outubro de 2024

Após debate, candidatos criticam fala sobre ‘mulher inteligente não vota em mulher’, de Marçal, e repercutem discussões sobre aborto e internação por depressão

Evento promovido pelo portal UOL/Folha na manhã desta segunda (30) reuniu Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB). Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB) no debate promovido pelo UOL/Folha de S.Paulo
Reprodução/UOL
O debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo promovido pelo jornal Folha de S.Paulo e o portal UOL teve repercussão entre todos os participantes na manhã desta segunda-feira (30), após o evento.
A fala do candidato Pablo Marçal (PRTB) durante o encontro, de que “mulher não vota em mulher porque é inteligente” foi a principal fonte de críticas dos adversários, na saída do estúdio no bairro de Pinheiros, na Zona Oeste da capital paulista.
A candidata Tabata Amaral (PSB) afirmou que “só alguém alienado, tão narcisista e focado em si poderia dizer uma coisa dessa”.
“Pablo Marçal graças ao bom Deus não estará no segundo turno. Ele fala que não vai ter 2º turno, mas não vai ter pra ele, porque eu tive a coragem de desmascarar esse cara. Um cara condenado, que já foi preso. Que responde processo por lavagem de dinheiro e até processo de homicídio, onde ele é investigado. Ele não conhece a nossa capacidade e resiliência do povo de São Paulo. Só alguém tão alienado, tão narcisista e focado em si poderia dizer uma coisa dessa para as mulheres. Sabe qual a melhor resposta para figuras pequenas como ele? Eleger duas mulheres”, disse Tabata.
“Ele tá doido e desesperado por causa de uma, a que fez a rejeição dele entre as mulheres disparar. Foram as mulheres que tiraram Pablo Marçal do 2º turno. Foi justamente uma mulher que foi a primeira a bater de frente como ele e desmascará-lo”, completou.
Marçal rebateu as críticas da adversária e afirmou que a frase foi tirada de contexto.
“O que eu disse é que mulher inteligente não vota na Tabata. Se mulher votasse em mulher, a Tabata estaria em primeiro e não está. Ela tem que comer uns dois quilos de sal ainda, como diz o meu pai, pra ser prefeita de São Paulo”, declarou
Debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo realizado pela Folha e UOL. Estavam presentes no debate Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB).
Danilo Verpa/Folhapress
Marçal também chamou a adversária de “talarica” [alguém que toma algo de alguém] por namorar atualmente com o prefeito de Recife, João Campos (PSB), que estava noivo de outra mulher no início do relacionamento.
“Chamei ela mesmo. Ela me chama de bandido. Quando um homem ataca uma mulher ele é misógino. E quando uma mulher ataca um homem, o que o manual do esquerdismo mundial diz o que é? Tem um nome pra isso? Por que a gente tem que ficar engolindo isso?”, afirmou Marçal.
“Ela acha bonito me chamar de bandido [ela vai responder por isso criminalmente também. Ela acabou com o sonho de uma mulher. Alguém tava noiva e ela foi lá e acabou com o sonho de alguém. A Tabata tá vendendo tanta pureza, como se ela estivesse entrando num convento. Aqui não é eleição pra pastor, padre, ou qualquer tipo de santidade”, completou.
Os candidatos Tabata Amaral (PSB) e Pablo Marçal (PRTB) durante o debate promovido pelo jornal ‘Folha de S.Paulo’ e portal UOL nesta segunda-feira (30).
Danilo Verpa/Folhapress
Internação por depressão
Marçal também usou o debate para dizer que tinha informações sobre uma internação do candidato Guilherme Boulos (PSOL) no Hospital do Servidor Público quando ele tinha 19 anos, insinuando que supostamente seria por uso de drogas.
Boulos afirmou que se trata de uma internação por depressão, onde ele teve que ficar de quatro a cinco dias sob atendimento médico e tomando medicamentos.
“O Pablo Marçal trabalha com fakenews sistematicamente. A primeira vez usou um homônimo chamado Guilherme Badaiu Boulos que tinha passagem policial por porte de drogas. Ele queria criar essa confusão até a reta final, pra não dar tempo de separar alhos de bugalhos. Cria a confusão e não dá tempo de você reverter. Quando ele citou o Hospital do Servidor, eu saquei qual o outro golpe que ele quis inventar”, afirmou.
“Fiquei quatro ou cinco dias no hospital, quando tinha 19 anos de idade, porque enfrentei uma depressão muito dura. Fui medicado e me livrei, consegui superar a depressão. Fiz terapia, análise, tive essa internação. Felizmente superei segui a vida e é o que desejo para todas as pessoas que enfrentam a depressão. E vou fazer questão de buscar e pedir ao Hospital do Servidor os prontuários da internação, pra poder não deixar sombra de dúvidas, para que mais uma vez uma insinuação não vire fakenews”, completou Boulos.
O candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, durante o debate promovido pelo jornal ‘Folha de S. Paulo’ e portal UOL.
Danilo Verpa/Folhapress
Marçal, por sua vez, disse que vai fazer novas revelações sobre o caso nessa última semana e afirma que tem provas e testemunhas de que o caso não é bem assim.
Questionado sobre o crime previsto na legislação que é divulgar sigilo médico de pacientes, Marçal afirmou que não vai divulgar nada: “Vou mostrar provas e os jornalistas que façam a parte deles, que sabem fazer bem”, declarou.
Aborto permitido por lei
O candidato do MDB à Prefeitura de São Paulo, Ricardo Nunes, durante o debate promovido pelo jornal ‘Folha de S. Paulo’ e portal UOL.
Danilo Verpa/Folhapress
Alvo preferencial dos candidatos no debate, por já ocupar a Prefeitura de SP, o candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) foi questionado por jornalistas do UOL quais os hospitais públicos da cidade estão oferecendo o serviço de aborto legal, permitido por lei, no município.
No debate, o prefeito não falou qual é o nome do hospital. Mas ao final do encontro, afirmou aos jornalistas que são quatro as unidades de saúde da cidade que fazem atualmente esse tipo de serviço, mas
“No Hospital Cachoeirinha a gente tem uma readequação dos médicos de carreira para fazer ali as cirurgias de endometriose. Nós fizemos mais de 1 mil cirurgias de endometriose. Tem quatro hospitais que fazem [o aborto legal]. [Os nomes] Não sei. Tem lá…”, disse o candidato.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou que o atendimento do ‘Programa Aborto Legal’ é realizado nas seguintes unidades da capital:
Hospital Municipal Dr. Cármino Caricchio (Tatuapé)
Hospital Municipal Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha (Campo Limpo)
Hospital Municipal Tide Setúbal
Hospital Municipal e Maternidade Prof. Mário Degni (Jardim Sarah)
Porém, reportagem da GloboNews publicada em junho aponta que mesmo nessas quatro unidades as mulheres não conseguem fazer o aborto legal.
A SMS afirma, entretanto, que “atende às demandas de aborto a partir de determinação legal e em observância à legislação, reafirmando seu compromisso com o acolhimento da população sem discriminação e com responsabilidade humanitária”.

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