Moisés Carrasco da Silva, de 17 anos, foi aprovado no Provão Paulista para cursar engenharia civil no campus da USP em São Carlos (SP). Decisão da Justiça foi publicada no Diário Oficial de quarta-feira (20). Moisés Carrasco da Silva teve a matrícula cancelada após passar por comissão de heteroidentificação da USP
Arquivo Pessoal
O estudante de São José do Rio Preto (SP) que, por não ser considerado pardo, foi desclassificado de uma vaga para cursar engenharia civil, se matriculou oficialmente na Universidade de São Paulo (USP).
📲 Participe do canal do g1 Rio Preto e Araçatuba no WhatsApp
Moisés Carrasco da Silva foi aprovado no curso por meio da nota Provão Paulista e conseguiu a vaga no campus de São Carlos (SP) pela política de cotas, já que se autodeclara pardo.
Ao g1, Moisés celebrou a conquista e disse que as aulas começam na próxima semana: “Um sentimento de alívio e alegria. Espero me formar academicamente e me estabelecer no mercado de trabalho.”
Relembre a polêmica
Dermatologista classificou Moisés no nível 4 da escala, equivalente à pele morena de acordo com escala de Fitzpatrick
Arquivo Pessoal
Antes da avaliação online com a banca de heteroidentificação, que tem o objetivo de evitar que pessoas que não se enquadrem nos requisitos de raça concorram a vagas pela modalidade de cota racial, a família levou o jovem para passar por uma consulta com uma dermatologista.
A profissional, então, utilizou a escala de Fitzpatrick para fazer um laudo classificando Moisés no nível 4, equivalente à pele morena (veja acima).
Raça/cor de Moisés consta como parda em documento da Secretaria de Saúde de Rio Preto (SP)
Arquivo Pessoal
Além disso, a informação de raça/cor consta como parda em outros documentos de Moisés, como o cadastro de usuário da saúde, da Secretaria da Saúde de São José do Rio Preto.
Contudo, depois da avaliação, recebeu um e-mail, enviado pela USP, no qual consta que a pré-matrícula havia sido cancelada sob a justificativa de que ele não seria pardo. Na ocasião, a universidade disse que a autodeclaração apresentada por ele não foi confirmada pela banca.
Moisés junto com a mãe e o irmão. Família é de São José do Rio Preto (SP)
Arquivo Pessoal
Na sexta-feira (15), o juiz de Direito da 2ª Vara da Fazenda Pública, Marcelo Sérgio, determinou, por meio de uma tutela provisória de urgência, de natureza cautelar, a reintegração do aluno por considerar que a avaliação dermatológica apresentada é um indicativo de que ele pode ser classificado como pardo.
A decisão foi publicada no Diário Oficial nesta quarta-feira (20).
Veja mais notícias da região no g1 Rio Preto e Araçatuba
VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM