15 de novembro de 2024

Após matar cuidadora por ela se negar a beijá-lo, colega assediou fonoaudióloga, diz polícia


Não há nenhum indício de que a fonoaudióloga tenha ajudado o homem no crime, em Goiânia. Ao contrário disso, na visão do delegado, a mulher correu risco de vida. Marcelo Junior Bastos Santos, suspeito de matar cuidadora de idosos Cintia Ribeiro, em Goiânia
Divulgação/Polícia Civil
A Polícia Civil descobriu que Marcelo Junior Bastos Santos assediou uma fonoaudióloga momentos depois de matar a cuidadora de idosos Cintia Ribeiro, de 38 anos. Os dois crimes aconteceram na mesma casa, em Goiânia, onde moram um casal de pacientes das mulheres. Marcelo e Cintia trabalhavam juntos há dois dias.
“Ela relatou que, quando entrou na casa por volta de 11 horas, a Cintia já não estava mais, ou seja, ele já tinha matado e ocultado o cadáver. Ela chegou a ser assediada sexualmente ali pelo Marcelo, que fez comentários inoportunos sobre as roupas dela”, afirmou o delegado Carlos Alfama.
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Ao g1, a Defensoria Pública do Estado de Goiás informou que não vai comentar o caso. O órgão está responsável pela defesa de Marcelo, pois ele não constituiu advogado particular.
As novidades do caso foram apresentadas pela polícia durante coletiva de imprensa, na quinta-feira (14). O delegado afirmou que não há nenhum indício de que a fonoaudióloga tenha ajudado o investigado no crime. Ao contrário disso, na visão do delegado, a mulher correu risco de vida, pois Marcelo apresenta um “comportamento disfuncional em relação a questões sexuais”.
“Ele não respeita que uma mulher possa rejeitar os seus desejos e agora certamente vai responder pelo que ele fez”, avaliou o delegado.
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Marcelo não será investigado pelo assédio contra a fonoaudióloga. O motivo para isso, segundo a polícia, é que a mulher não fez nenhuma denúncia contra ele por conta disso. Caso ela tivesse feito isso, ele poderia responder por importunação sexual.
Indiciado por quatro crimes
Cuidadora de idosos Cintia Ribeiro Barbosa, de 38 anos, foi encontrada morta com sinais de estrangulamento, em Goiânia
Reprodução/Redes Sociais
A Polícia Civil concluiu a investigação e encaminhou o inquérito ao Poder Judiciário. Marcelo foi indiciado por quatro crimes: feminicídio, ocultação de cadáver, tentativa de estupro e furto.
“Ele matou a vítima estrangulada, isso gera o crime de feminicídio. Foi também indiciado por tentativa de estupro, que ele mesmo relata que tentou beijar a vítima à força. Responde também pela ocultação do cadáver em um lote vizinho, e também pelo furto das alianças e do anel de noivado da vítima, encontrados dentro da carteira dele”, disse o delegado.
Investigação
O crime aconteceu no dia 4 de novembro. A delegada da Central de Flagrantes, Lara Soares, informou que o caso começou a ser investigado como desaparecimento, denunciado pelo marido de Cíntia. O homem afirmou que levou a esposa para o trabalho, mas que ela não havia voltado para casa e nem atendia o celular.
Marcelo e Cintia cuidavam do mesmo casal de idosos, no Setor Cidade Jardim, em Goiânia. Lara informou que, a princípio, Marcelo tinha dito à família dos idosos que Cíntia não tinha aparecido para trabalhar no dia do crime.
“A gente buscou câmeras do local e imediatamente nós vimos que ela realmente entrou na casa, então, já tinha algo a se suspeitar contra o cuidador”, afirmou a delegada.
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A investigadora acrescentou que o suspeito pediu uma pá a um vizinho, o que também levantou suspeitas. Foi então que a Delegacia de Homicídios foi acionada.
Marcelo e Cintia trabalhavam juntos há dois dias. Alfama informou que havia terra remexida no quintal da residência onde a mulher trabalhava e que a cerca elétrica da casa estava repuxada.
“A Delegacia de Homicídios resolveu fazer o adentramento na casa vizinha e, quando entramos lá, infelizmente, nos deparamos com o corpo da vítima”, narrou.
Marcelo jogou o corpo de Cintia por cima do muro, depois de não conseguir enterrá-lo no quintal da casa onde a mulher trabalhava, de acordo com a investigação. Foi concluído que o indiciado agiu sozinho, com o apoio de uma cadeira, para jogar o corpo. Um vídeo mostra o momento da confissão dos crimes (veja acima).
Como foi
Marcelo Junior Bastos Santos é suspeito de matar Cintia Ribeiro Barbosa, em Goiânia
Divulgação/Polícia Civil
Em depoimento à polícia, Marcelo confessou que estrangulou Cintia com um golpe mata-leão, que é quando se coloca os braços em volta do pescoço da vítima, pelas costas, até provocar a asfixia e perda de consciência.
“Ele estrangulou a vítima com o mata-leão, achou que ela já tinha morrido e saiu para um outro cômodo. De repente, ele percebeu que ela retomou a consciência e tentou fugir”, narrou Carlos Alfama.
O delegado contou que Marcelo foi atrás de Cintia e desferiu um novo mata-leão. Em seguida, com a fita crepe usada para prender as fraldas dos idosos, ele a enforcou novamente.
“Ele estrangulou a vítima com essa fita crepe para garantir que ela viesse a morrer”, afirmou Alfama. No local onde Marcelo estrangulou a cuidadora pela segunda vez, a polícia encontrou muito sangue.
A perícia concluiu ainda que Cintia foi estrangulada com um pedaço de fio elétrico, arame e fita adesiva, conforme a Polícia Científica.
Quem era Cintia Ribeiro?
Uma amiga de Cintia, que preferiu não ser identificada, contou que a mulher era muito querida pelo casal de idosos e trabalhava para eles há cerca de 6 anos. Cintia Ribeiro, que se casou na semana anterior ao crime, trabalhava com os idosos há cerca de seis anos e deixa o marido e quatro filhos.
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