26 de dezembro de 2024

Após mortandade histórica, expedição científica vai realizar monitoramento do Rio Piracicaba

Monitoramento vai ocorrer ao longo de 125 quilômetros e tem como um dos objetivos avaliar a qualidade da água em diferentes pontos. Previsão é de início em novembro. Feira feira discute práticas para empresas evitar danos ao meio ambiente em Piracicaba
Após a maior mortandade de peixes já registrada no Rio Piracicaba, que totalizou cerca de 253 mil peixes mortos em um trecho de 70 quilômetros, um grupo se uniu para realizar uma expedição científica em 20 pontos para monitoramento.
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O monitoramento vai ocorrer desde o trecho de Americana (SP) até a foz junto ao Rio Tietê. Segundo o gestor de projetos socioambientais Alexandre Resende, a expedição vai ter início em novembro.
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“A ideia é fazer no mínimo quatro expedições, porque é um trecho longo, são 125 quilômetros […]. Nossa ideia é monitorar a qualidade da água do Rio Piracicaba mas na bacia inteira. E esse monitoramento só é eficiente se ele for constante. Então a nossa ideia é descer várias vezes e avaliar mais de 20 pontos”, explicou.
Segundo ele, também serão avaliados potenciais poluidores em riachos e outros pequenos rios que entram para a calha do Rio Piracicaba .
“A gente vai avaliar todos esses pontos para a gente também conhecer melhor essa logística de acesso a esses pontos porque, mediante algum desastre, se a gente precisa chegar rápido em algum ponto, a gente já vai ter tudo mapeado, com geoprocessamento”.
Peixes mortos na APA do Tanquã, em São Pedro
Jefferson Souza/ EPTV
Resende afirmou que já havia ações sendo desenvolvidas antes da tragédia ambiental mas a ideia é unir forças para ser mais eficiente.
“Tem várias associações que têm essa intenção. O que a gente está fazendo é reunir o corpo técnico para a gente conseguir executar uma expedição científica, com metodologia, para que a gente consiga, assim, avaliar de forma real e imparcial a qualidade da água do Rio Piracicaba”, completou.
O mesmo tipo de monitoramento já havia sido feito pelo grupo no Rio Novo, no Jalapão.
Mortandade na APA do Tanquã é a maior registrada, segundo pescadores
Jefferson Souza/ EPTV
Aplicativo para denúncia da população
Outra iniciativa em desenvolvimento é a criação de um aplicativo para a população acionar os órgãos públicos em tempo real caso perceba que há algo errado no rio.
“É para ajudar o município a ter uma ação mais eficiente, mediante um desastre, ou qualquer acontecimento no rio. Peixes começando a morrer, ou mudança na coloração da água, e a própria população vai poder mandar uma mensagem a uma central e a central vai direcionar para os órgãos fiscalizadores. A nossa ideia é integrar a população, os olhos da população para dentro do rio”, detalhou Resende.
Milhares de peixes mortos no Rio Piracicaba
g1
Entenda a tragédia ambiental
A mortandade no Rio Piracicaba chegou até a Área de Proteção Ambiental (APA) do Tanquã, considerada um santuário de animais, com ao menos 735 espécies. Um especialista ouvido pela EPTV, afiliada da TV Globo, estimou que a recuperação da população de peixes leve cerca de nove anos.
O dano ambiental gerou uma multa de R$ 18 milhões à Usina São José, de Rio das Pedras (SP), apontada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) como a origem da poluição que gerou as mortes dos animais.
O Ministério Público e Polícia Civil também investigam o caso e a empresa diz que não foi comprovada a responsabilidade dela.
Uma força-tarefa foi organizada para remoção dos peixes mortos.
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